Tancos: Marcelo garante desconhecer factos sobre reaparecimento das armas

por RTP
Marcelo Rebelo de Sousa diz que falará diretamente aos portugueses sobre o caso de Tancos sempre que for necessário Ints Kalnins - Reuters

Marcelo Rebelo de Sousa garantiu este sábado desconhecer os factos na base do desaparecimento e reaparecimento das armas do paiol de Tancos. O Presidente da República afirmou que continuará a exigir a “máxima rapidez” no apuramento da verdade, “doa a quem doer”.

"Ora, se eu insisti e insisto nessa exigência é, precisamente, porque, tal como todos os portugueses, não sabia nem sei os factos que ocorreram e as inerentes responsabilidades, nomeadamente criminais", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, que é também Comandante Supremo das Forças Armadas.

O chefe de Estado garantiu que, desde junho do ano passado, "nalguns casos semana a semana", tem insistido "no sentido de exigir o esclarecimento de toda a verdade, doa a quem doer".

Em declarações à Agência Lusa, o Presidente da República deixou ainda outra garantia: "Não deixarei de continuar a exigir o apuramento da verdade e a solicitar a máxima rapidez possível, dentro do respeito da autonomia do Ministério Público. Portugal não deve ficar, indefinidamente, com dúvidas sobre questão essencial para o Estado de Direito e o prestígio das Forças Armadas".

Questionado sobre se falou com o ex-Chefe do Estado-Maior do Exército (CEME), general Rovisco Duarte, antes de este ter pedido a resignação, o Presidente da República respondeu negativamente.

"Antes de ter recebido a carta de resignação do então CEME não me foi pedida por ele nenhuma audiência e, por isso, ela não se realizou", disse.
“Esclarecer os portugueses”
Marcelo Rebelo de Sousa declarou também que falará diretamente aos portugueses sobre o caso de Tancos sempre que for necessário.

"Em homenagem à mesma transparência que tem caracterizado o meu mandato, sempre que tal se impuser, não deixarei de esclarecer diretamente os portugueses, que me elegeram, perante os quais respondo, acerca de todas as matérias que sejam efetivamente relevantes. Como é o caso de Tancos", assegurou.

O furto de material militar dos paióis de Tancos foi revelado a 29 de junho de 2017 e a recuperação da maior parte do material foi divulgada pela Polícia Judiciária Militar, em comunicado, no dia 18 de outubro de 2017, na Chamusca, a cerca de 20 quilómetros de Tancos.

O caso levou já à demissão do anterior ministro da Defesa Nacional, José Azeredo Lopes, a 12 de outubro, e também à do Chefe do Estado-Maior do Exército, general Rovisco Duarte, na quarta-feira.

Rovisco Duarte foi substituído por José Nunes da Fonseca que, este sábado, fez a sua primeira intervenção pública desde a tomada de posse. No discurso de abertura das comemorações do Dia Exército, declarou que as Forças Armadas estão “na linha da frente do que é produzido a nível europeu e mundial”.

c/Lusa
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