Uma centena de técnicos de diagnóstico e terapêutica em protesto em Lisboa

por Lusa

Cerca de uma centena de técnicos de diagnóstico concentrou-se hoje junto da Assembleia da República e entregou depois um manifesto no gabinete do primeiro-ministro, a pedir negociações sobre questões salariais e de carreira.

O manifesto obteve mais de 10 mil assinaturas de profissionais do setor e contém "um apelo" ao primeiro-ministro para que as negociações sejam retomadas, explicou à Lusa o presidente do Sindicato dos Técnicos Superiores das Áreas de Diagnóstico e Terapêutica, Luis Dupont.

Esse apelo era feito também em faixas apresentadas na manifestação onde se podia ler numa delas que os profissionais exigem "reabertura das negociações, transições e tabela digna, e igualdade e equidade com outras carreiras".

Num dia em que os profissionais cumprem uma greve de 24 horas, o sindicalista disse que a manifestação em frente da Assembleia da República, seguida de marcha até à praça do Comércio, em Lisboa, pretendeu alertar para questões relativas à tabela salarial, à transição dos profissionais para uma nova tabela salarial e à contagem do tempo de serviço, "que está completamente apagada na transição para a nova tabela".

Depois de já terem feito uma greve em maio e de terem outra marcada para julho, os técnicos querem que o Governo retome as negociações sobre aquelas três questões. Segundo Luis Dupont a adesão à greve de hoje oscilou entre os 85% e os 90%, com serviços em que chegou aos 100%.

Dupont reconheceu, nas declarações à Lusa, que os profissionais entendem "o quanto é penoso" para os utentes da Saúde não poderem fazer exames devido à greve e pediu compreensão pela luta dos técnicos.

Questionado pela Lusa se se sente o "parente pobre" do Serviço Nacional de Saúde, Luís Dupont disse que o que os técnicos sentem é que sendo fundamentais na prestação de cuidados de saúde os sucessivos governos têm-se esquecido de olhar para as suas reivindicações.

"Sem carreira, sem direitos, fim à discriminação" ou "Nem menos nem mais, direitos iguais", eram algumas das frases escritas nas faixas e cartazes que os sindicalistas exibiam na manifestação.

Nas declarações à Lusa Dupont disse que muitos serviços de saúde estão "a socorrer-se de horas extraordinárias e ao banco de horas para conseguir manter os serviços a funcionar", pelo que a greve de hoje "é também um alerta nesse sentido".

Os técnicos de diagnóstico e terapêutica entram em greve às horas extraordinárias a partir de 01 de julho, por tempo indeterminado.

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