Urgência de Pediatria do Hospital Garcia de Orta fecha esta noite

por RTP
O Conselho de Administração pede aos utentes que “se dirijam à Urgência Pediátrica do Hospital de Santa Maria ou do Hospital de Dona Estefânia Pedro A. Pina - RTP

A Urgência do Serviço de Pediatria do Hospital Garcia de Orta volta a estar encerrada entre as 21h00 desta segunda-feira e as 8h30 de terça-feira, confirmou o Conselho de Administração da unidade de Almada. Na base desta decisão está a “insuficiência de médicos pediatras para cumprir a escala noturna”.

“O Conselho de Administração do Hospital Garcia de Orta informa que a Urgência do Serviço de Pediatria encerrará das 21h00 de hoje, dia 14 de outubro, até às 8h30 de amanhã, dia 15 de outubro, por insuficiência de médicos pediatras para cumprir a escala noturna”, lê-se em comunicado enviado às redações.

Os responsáveis pela unidade hospitalar de Almada pedem “a todos os utentes que, caso necessitem de recorrer a uma urgência pediátrica durante o referido período, se dirijam à Urgência Pediátrica de Santa Maria ou do Hospital de Dona Estefânia”, em Lisboa.

A falta de médicos pediatras havia já levado ao encerramento da urgência de pediatria entre o início da noite de sábado e a manhã de domingo.

Em carta ao bastonário da Ordem dos Médicos, datada do início de outubro, os pediatras do Hospital Garcia de Orta consideravam grave o quadro vivido no serviço de urgência. No texto, citado pela agência Lusa, os clínicos sublinhavam também que a situação se “deteriorou muito” ao longo do último ano.
“Segurança clínica não é a mesma”
Os pediatras, que já pediram escusa, solicitaram uma intervenção da Ordem com caráter de urgência. Juntamente com esta estrutura, responsabilizam o Conselho de Administração e a tutela pelo que possa vir a acontecer.

“Quando as regras não são cumpridas, é evidente que a segurança clínica (…) não é a mesma”, frisou à RTP o bastonário da Ordem dos Médicos, antes da divulgação do comunicado do hospital.


“Estes pediatras têm feito um esforço enorme e têm-se multiplicado a fazer serviços de urgência diversas vezes. As pessoas estão a chegar ao limite”, continuou Miguel Guimarães.

“Para além da questão do poder político, que nós só podemos atribuir-lhes responsabilidade política, não mais do que isso, podemos responsabilizar de forma diferente os conselhos de administração”, acrescentou.

Além dos pediatras, os médicos internos - em formação – dizem-se “incessantemente coagidos pela administração para cumprirem horas de urgência além do estipulado por lei” e “pressionados” a trabalhar com uma equipa dois elementos; o mínimo exigível seria quatro.
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