Vaga de calor. Aviso vermelho em 11 distritos do país

por RTP
Eric Gaillard - Reuters

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) alargou o aviso vermelho devido ao calor às regiões de Lisboa e Setúbal. São agora 11 os distritos onde as temperaturas extremas se vão fazer sentir entre quinta-feira e sábado. As máximas vão rondar os 45 graus e as mínimas vão aproximar-se dos 30.

Beja, Braga, Bragança, Castelo Branco, Évora, Guarda, Lisboa, Portalegre, Santarém, Setúbal e Vila Real vão ter temperaturas “muito acima dos valores normais” que podem alcançar “máximos absolutos em vários locais” do país, diz o IPMA.

O interior do Alentejo, Vale do Douro e do Tejo e Beira Baixa vão ser os locais mais atingidos pela vaga de calor, devendo ser alvo de valores na ordem dos 45ºC. Já a costa sul do Algarve terá as temperaturas máximas menos elevadas do país, esperando-se entre 30 a 35ºC.O aviso vermelho, o nível mais grave, vai manter-se até até às 5h59 de sábado.

As temperaturas mínimas vão subir gradualmente até ao final da semana, chegando a atingir os 25ºC na maioria do território nacional. Em alguns locais do interior Centro e Sul, especialmente no Alto Alentejo, as mínimas vão aproximar-se dos 30ºC.

O sul do território continental poderá ser afetado por poeiras em suspensão provenientes do norte de África.

A Direção-Geral da Saúde aconselha as pessoas a permanecerem em ambientes frescos, a manterem as casas frescas e a beberem muita água, evitando a ingestão de álcool.

A Associação Portuguesa de Técnicos de Segurança e Proteção Civil (Asprocivil) recomenda que se evite o sol entre as 11h00 e as 17h00 e que se utilize roupa fresca, chapéu e protetor solar com fator igual ou superior a 30.

Nos grupos mais vulneráveis, como crianças, idosos, doentes crónicos, grávidas ou pessoas com mobilidade reduzida, os cuidados devem ser redobrados.
Elevado risco de incêndios
Devido ao agravamento do risco de incêndio causado pela subida das temperaturas, o estado de alerta especial relativo aos meios de combate a fogos encontra-se já em vigor nos distritos do centro e norte do país.

O Exército vai reforçar com 14 patrulhas de vigilância o apoio à Proteção Civil até domingo, podendo as ações serem prolongadas caso a meteorologia o justifique. Neste período serão executadas, diariamente, 58 ações de patrulhamento. No terreno estarão presentes cerca de 200 militares.

Ainda devido ao elevado risco de incêndios, a Proteção Civil recorda que é proibido fazer queimadas e fogueiras, lançar foguetes e fumar ou fazer lume nas florestas e estradas circundantes.

Em Santarém, os meios de combate a incêndios vão ser reforçados com mais cinco brigadas e oito equipas de combate no território, significando que o dispositivo vai contar com mais 40 homens do que o habitual.

No distrito de Santarém ocorreram já este ano 357 fogos que consumiram 93 hectares de área florestal.
Animais devem ser protegidos
A provedora dos Animais de Lisboa recomenda que os animais sejam protegidos da vaga de calor, à semelhança dos idosos e das crianças.

Marisa Quaresma dos Reis relembra que, desde 2017, o Código Civil Português reconhece os animais como “seres vivos dotados de sensibilidade e objeto de proteção jurídica em virtude da sua natureza”, defendendo que também eles devem ser alvo de cuidados especiais.

Para garantir o seu bem-estar, os animais devem ter sempre água à disposição, devem ser mantidos em locais frescos e não devem ser passeados nas horas de maior calor nem em pavimentos que possam queimar as suas patas.

“Se reparar que o seu animal apresenta alterações de comportamento, respiração ofegante, salivação anormal, temperatura corporal elevada, batimento cardíaco acelerado, prostração deve levá-lo de imediato ao médico veterinário. Poderá estar a sofrer um golpe de calor”, informou a provedora.
Prevenção de norte a sul
A Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-N) avançou que vai ativar na quinta-feira o nível de risco amarelo em “toda área geográfica da região” devido ao calor e que vai ter equipas de cuidados continuados em alerta.

Pimenta Marinho, presidente da ARS-N, declarou que os serviços de saúde da região vão estar disponíveis para apoiar pessoas vulneráveis, principalmente os idosos, com equipas de cuidados continuados.

Caso necessário, garante que serão dadas mais consultas e que os horários serão alargados, considerando ainda a hipótese de reforçar os meios com mais recursos humanos.

Também a delegada de Saúde do Alentejo, Filomena Araújo, admitiu o reforço dos meios e o alargamento das consultas nas unidades de saúde da região se a procura aumentar devido ao calor.

Araújo garante que todos os profissionais foram alertados e que “as unidades dispõem de todos os mecanismos” para que o reforço possa ser implementado.

No Alentejo, segundo a delegada de Saúde, as temperaturas elevadas no verão são normais e “as pessoas já estão adaptadas”, pelo que não se costuma registar um aumento da procura nas unidades de Saúde. Porém, o calor que está previsto para os próximos dias “é atípico”, até para a região.

c/ Lusa
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