Vigilantes da natureza com promessa de proposta de carreira até final do mês

por Lusa

Os vigilantes da natureza saíram hoje de uma reunião no Ministério do Ambiente com a promessa de uma proposta de revisão da carreira até ao fim de outubro, mas com poucas esperanças de concretizações, segundo os representantes dos trabalhadores.

"Disseram-nos que teríamos uma proposta de revisão da carreira até ao fim de outubro. Caso não haja uma estrutura de carreira, que não é revista há 20 anos, vamos avançar não só para a realização de uma vigília, como para outras formas de luta", disse à agência Lusa o secretário-geral do Sindicato Nacional da Proteção Civil, Costa Velho.

O Sindicato Nacional da Proteção Civil e a Associação Portuguesa de Guardas de Vigilantes da Natureza tinham agendado para hoje uma vigília em frente do Ministério do Ambiente, em Lisboa, que foi desmarcada quando na sexta-feira receberam o convite para a reunião.

De acordo com as estruturas sindicais, a reunião de hoje decorreu com o secretário de Estado que tutela as Florestas, João Catarino, e com o vice-presidente do Instituto de Conservação da Natureza, Paulo Salsa, mas foi mais "uma tentativa de evitar a vigília".

"Foi uma reunião simpática e cordial, mas isso não chega", desabafou Costa Velho, indicando que está em causa uma carreira especial que já se encontra desenquadrada da realidade em vários aspetos e que os trabalhadores continuam sem ver propostas concretas na mesa.

O presidente da Associação Portuguesa de Guardas e Vigilantes da Natureza, Francisco Correia, especificou que as funções aumentaram, mas o regulamento continua o mesmo.

"A carreira está estagnada há mais de 20 anos. É uma carreira especial que devia ter sido revista há 12 anos", lamentou.

De acordo o mesmo responsável, há neste momento cerca 350 a 360 vigilantes para todo o país.

Os trabalhadores "são mesmo muito poucos para o trabalho que fazem", defendeu o dirigente associativo, acrescentando: "Não me pareceu que a reunião tenha sido muito favorável".

Se até ao final do mês não virem atendidas as reivindicações, as estruturas representativas dos trabalhadores vão reagendar a vigília e admitem avançar para outras formas de luta, incluindo a greve.

Em comunicado conjunto emitido na semana passada, as duas organizações manifestaram indignação pelo que consideram "total abandono a que a carreira de Vigilante da Natureza tem sido votada", pelos sucessivos governos desde 1999.

No documento, alegam que permanecem por regulamentar questões relacionadas com as condições de trabalho, como sejam o vestuário de proteção, meios de comunicação, meios de transporte, formação profissional e treinamento, uso e porte de arma e horários de trabalho, além de um número reduzido de efetivos.

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