VIH. Portugal com 1.803 novos casos de infeção nos últimos dois anos

por RTP
Reuters

O relatório sobre a infeção por VIH em Portugal revela esta terça-feira que o número de novos casos manteve a tendência decrescente que se verifica nos últimos 20 anos.

O documento, apresentado pela Direção-Geral da Saúde e pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, indica que foram diagnosticados 1.803 novos casos de infeção por VIH em 2020 e em 2021.

Em 2020 foram identificados 870 novos casos e no ano seguinte houve registo de mais 933 casos.

Quanto aos óbitos, houve 298 mortes de pessoas com VIH nos últimos dois anos (148 em 2020 e 150 em 2021). Em 24,5 por cento dos óbitos decorreram mais de 20 anos desde o diagnóstico.

De acordo com o relatório, publicado na semana em que se assinala o Dia Mundial da SIDA – 1 de dezembro – a maioria dos novos casos de infeção em adolescentes e adultos registou-se em homens (2,5 casos por cada caso em mulheres).

A mediana de idades à data do diagnóstico foi de 39 anos. Em mais de 60 por cento dos casos diagnosticados, os utentes tinham entre 25 e 49 anos. Quase 30 por cento tinham idade igual ou superior a 50 anos.

Nos dois anos em análise, 2020 e 2021, foram identificados quatro casos de infeção VIH em crianças, dois casos em cada um dos anos.
A transmissão heterossexual continua a ser "a mais frequente" (51,8%), mas os casos em homens que têm sexo com homens "corresponderam à maioria dos novos diagnósticos em homens (56,0%)", destaca o relatório.

Em termos geográficos, a taxa de novos diagnósticos de VIH foi mais elevada nos residentes da Área Metropolitana de Lisboa, seguida da região do Algarve.

Com base nos dados recolhidos desde 1983 até 2021, registaram-se 64.257 casos de infeção por VIH, dos quais 23.399 atingiram o estádio de SIDA. Ocorreram 15.555 óbitos associados a esta doença em praticamente três décadas.

“O número de novos casos de infeção por VIH manteve a tendência decrescente em 2020 e 2021, situação que já se verifica desde o ano 2000”, destacam as entidades de saúde que elaboraram este documento.

O relatório inclui excecionalmente os dados dos dois últimos anos devido aos constrangimentos que marcaram a pandemia de Covid-19 e o atraso no processo de notificações de novos casos de infeção VIH.
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