Açores. Aliança Democrática quer governar com maioria relativa e garante que não irá ceder a chantagens
Sem deputados ficam o PCP-PEV, que obteve 1,58 por cento dos votos, o Livre (0,64 por cento), JPP (0,54 por cento), ADN (0,33 por cento) e, por fim, MPT.Aliança (com apenas quatro votos).
José Manuel Bolieiro já reagiu à vitória do seu partido. “Estou feliz e alegre pela confiança que me transmitem”, disse aos açorianos o líder da coligação PSD/CDS/PPM.
Para o líder social-democrata, a vitória resume-se “a um valor”: 48.668 votos. “É a crescer que confirmamos a confiança e o caminho que prosseguimos, com vantagem para o povo”, declarou.
“Também quero agradecer ao PSD e a todas as suas estruturas”, assim como ao CDS e ao PPM, disse Bolieiro, falando em “coesão na coligação, sentido de missão ao povo e à nossa democracia”.
“Valeu a pena esta coesão”, vincou o líder da Aliança Democrática dos Açores.
Em declarações aos meios de comunicação social, Vasco Cordeiro admitiu que o PS não teve o resultado esperado nos Açores e que deu os parabéns a José Manuel Bolieiro pela vitória da coligação Aliança Democrática nas eleições regionais dos Açores. Questionado sobre se irá continuar na liderança do PS/Açores, Vasco Cordeiro não respondeu e disse que qualquer decisão será para ser tomada noutro local e noutra altura.
Chega diz que "não há governo para ninguém" com CDS e PPM
"Numa sala em que estejam Artur Lima e Paulo Estêvão, José Pacheco não entra. Sabem como é que se diz aqui em São Miguel? Desengatem-se. Ou então liguem para [o Presidente da República] Marcelo Rebelo de Sousa e marque novamente eleições", afirmou José Pacheco, referindo-se aos líderes regionais do CDS-PP e do PPM, respetivamente.
Segundo o dirigente - um dos cinco deputados regionais obtidos pelo Chega nas eleições de domingo, que a coligação PSD/CDS-PP/PPM ganhou sem maioria absoluta -, uma governação tem de ser levada com seriedade e os dois líderes partidários "não são sérios".
"Não há governo para ninguém com aqueles dois senhores. Em política, andar às cavalitas dos outros é a coisa mais feia que existe [...]. Há aqui um erro muito grave do PSD de dar boleia", afirmou.
Bolieiro reage à vitória nos Açores: "Valeu a pena esta coesão"
“Também quero agradecer ao PSD e a todas as suas estruturas”, assim como ao CDS e ao PPM, disse Bolieiro, falando em “coesão na coligação, sentido de missão ao povo e à nossa democracia”.
“Valeu a pena esta coesão”, vincou o líder da Aliança Democrática dos Açores.
O líder da Aliança Democrática nos Açores declarou ainda que o seu objetivo é manter o seu perfil político e o seu perfil pessoal, “dialogante, conciliador, com sentido de missão, com a responsabilidade de não deixar ninguém para trás, mas liderar sem ceder a chantagens”.
Sobre as eleições de 10 de março no continente, Bolieiro disse querer um primeiro-ministro que “saiba reconhecer o Portugal inteiro, que seja amigo dos Açores, que seja amigo da autonomia política” e que olhe para a projeção atlântica “não como um fardo, mas como uma melhor oportunidade de Portugal ter relevo na Europa e no mundo”, apelando à vitória de Luís Montenegro.
Questionado sobre eventuais coligações, o vencedor disse que prometeu cumprir com a soberania do povo. “Também sei que a coerência e a coesão pela estabilidade só foi assegurada por esta coligação PSD/CDS/PPM e mais ninguém”, sublinhou.
“Tenho a responsabilidade de liderar um Governo desta coligação. Creio que foi bem claro o povo: castigou o líder de uma coligação negativa que disse, durante a campanha eleitoral, que tinha aprendido nestes três anos de oposição que precisava de ser mais dialogante”, acrescentou o presidente da coligação vencedora.
“Esta liderança da governação não pode ceder a chantagens. Governarei com uma maioria relativa”, garantiu José Manuel Bolieiro.
Luís Montenegro consagra José Manuel Bolieiro como "grande vencedor da noite"
Estas foram algumas das coisas que Luís Montenegro enumerou como trabalho "bem feito" por José Manuel Bolieiro e congratulou o vencedor das eleições por colocar o bem dos açorianos antes dos interesses do próprio PSD.
António Costa felicita Bolieiro e garante colaboração institucional
"Felicitei José Manuel Bolieiro pela vitória nas eleições regionais dos Açores, com votos das maiores felicidades a bem da região e dos açorianos", escreveu António Costa na rede social X (antigo Twitter).
O primeiro-ministro adiantou ainda que o "Governo Regional dos Açores continuará a contar" com a sua colaboração institucional e do Governo da República.Felicitei José Manuel Bolieiro pela vitória nas eleições regionais dos #Açores, com votos das maiores felicidades a bem da Região e dos açorianos.
— António Costa (@antoniocostapm) February 4, 2024
O Governo Regional dos Açores continuará a contar com a minha colaboração institucional e do Governo da República.
A coligação PSD/CDS-PP/PPM venceu hoje as eleições regionais dos Açores, com 42,08% dos votos, mas com 26 lugares no parlamento, ficando a três deputados da maioria absoluta, segundo dados oficiais provisórios.
O PS é a segunda força no arquipélago, com 23 mandatos (35,91%), seguido pelo Chega, com cinco mandatos (9,19%).
BE (2,54%), IL (2,15%) e PAN (1,65%) elegeram um deputado regional cada, completando os 57 eleitos.
Pedro Nuno Santos: "Quando o PS perde, todo o PS e hoje nós perdemos"
"Quando o PS, perde todo o PS e hoje nós perdemos", declarou Pedro Nuno Santos, não querendo extrapolar o resultado regional para o panorama nacional.
"Contextos não são sequer parecidos". BE traça distinções entre eleições nos Açores e no continente
Foto: Paulo Novais - Lusa
"As eleições não estão relacionadas, os contextos não são sequer parecidos", frisou a líder parlamentar.
Mariana Mortágua disse ainda que o Bloco de Esquerda não cumpriu o seu objetivo nas eleições açorianas, não só porque não derrotou a direita, mas também porque "não manteve o seu grupo parlamentar, elegendo apenas um deputado".
"Queremos garantir que o Bloco continua a ser a mais firme oposição ao Governo de direita, ser a mais firme oposição a um Governo que tem aumentado a pobreza, que tem privilegiado interesses económicos, que tem batido recordes no número de nomeações e distribuição de lugares, e contamos com o BE/Açores para esta oposição", acrescentou.
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O líder do Chega salienta que a Aliança Democrática registou o mesmo número de votos que PSD e CDS obtiveram em separado e não houve crescimento em relação a estas eleições.
Considera ainda que o Chega será o partido decisivo para a governação nos Açores e que já está a trabalhar para uma solução governativa.
"Começaremos a trabalhar para, em conjunto com o PSD, podermos ter um governo para quatro anos com estabilidade governativa para os próximos quatro anos", adianta.
"Só um acordo governativo permitiria essa estabilidade", defendeu. "Só haverá estabilidade governativa nos Açores se houver um acordo de governo para os próximos quatro anos", argumentou ainda.
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Coligação PSD/CDS/PPM elege dois deputados na Graciosa e PS um
A coligação PSD/CDS/PPM conseguiu 46,23% dos votos, com 1.142 votos, o que resultou na eleição de dois deputados, designadamente João Bruto da Costa e Adolfo Nuno Gregório Vasconcelos, de acordo com os dados da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna.
O PS obteve um mandato, atribuído a José Ávila, tendo registado 43,68% dos votos, com 1.079 votos.
Segunda ilha mais pequena dos Açores em dimensão, a Graciosa teve 3.868 votantes inscritos e registou 2.470 votantes, para um círculo para três mandatos atribuídos.
Em 2020, o PS venceu as eleições na ilha, com 1.200 votos (48,94%), conquistando dois mandatos, e o PSD elegeu um deputado, com 1.053 votos (42,94%).
PS vence no Corvo mas mantém um deputado e coligação PSD/CDS-PP/PPM outro
Em 2020, as duas forças políticas já tinham elegido um deputado cada, mas o Partido Popular Monárquico (PPM), que concorreu coligado com o Partido Popular (CDS-PP), venceu as eleições com 40,77% dos votos, tendo o PS ficado em segundo lugar, com 35,82%.
Segundo os resultados preliminares da votação de hoje, o PS venceu no Corvo com 53,42% dos votos e a coligação, que nesta eleição integrou também o Partido Social-Democrata (PSD), obteve 39,74%.
O PS elege Lubélio Mendonça, auxiliar administrativo, que substituiu o deputado Iasalde Nunes na Assembleia Legislativa dos Açores em 2021.
Pela coligação é novamente eleito Paulo Estêvão, líder do PPM nos Açores, professor e deputado desde 2008.
Em 2020, o PPM formou governo com PSD e CDS-PP, numa coligação pós-eleitoral, que contava com os apoios de incidência parlamentar de Chega e Iniciativa Liberal.
O Corvo é a ilha mais pequena dos Açores e a que elege menos deputados à Assembleia Legislativa, apenas dois. Nesta eleição, tinha 355 eleitores inscritos, mais 18 do que em 2020.
Coligação PSD/CDS-PP/PPM e PS elegem primeiros deputados
Paulo Estêvão, líder do PPM/Açores, e Lubélio Mendonça foram eleitos pelo círculo do Corvo, quando estavam 62 das 156 freguesias apuradas, poucos minutos antes das 21:00 (20:00 nos Açores).
A essa hora, a coligação PSD/CDS-PP/PPM liderava a votação, com 44,32% dos votos, seguida pelo PS, com 37,07%.
O Chega estava com 7,26%.
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"Somos o terceiro partido mais votado, conseguimos alcançar esta posição" e "isto é o resultado árduo de um trabalho de três anos que o Chega fez na rua, com as pessoas", acrescentou.
Os representantes do Chega/Açores mostraram-se confiantes de que vão conseguir eleger mais do que quatro deputados. "A esperança é a primeira que nasce. Nós vamos atingir o maior número de deputados que conseguirmos. Quatro é o mínimo", vincou Oliéria Santos.
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Questionado sobre eventuais parceiros para se juntarem à coligação PSD/CDS/PPM, Pereira disse não haver "contactos nem parceiros preferenciais antes de sabermos a vontade do povo".
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Um total de 229.830 eleitores, mais 828 do que no sufrágio de 2020, está inscrito para escolher os 57 deputados da Assembleia Legislativa Regional.
Concorrem às eleições 11 forças políticas, oito partidos e três coligações: PSD/CDS-PP/PPM, CDU (PCP/PEV), Alternativa 21 (MPT/Aliança), PS, Chega, BE, PAN, Livre, ADN, Iniciativa Liberal e Juntos Pelo Povo.
De acordo com os resultados das legislativas regionais, o representante da República nomeia depois o presidente do Governo Regional, que, por sua vez, propõe os membros do executivo.
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) prevê para hoje, no arquipélago, céu nublado mas com abertas, possibilidade de aguaceiros fracos e temperaturas de 18 a 19 graus.
"Prevê-se céu nublado com abertas. No entanto, vamos ter a aproximação de uma superfície frontal fria com ondulações que irá começar a condicionar o estado do tempo nas ilhas do grupo Ocidental [Flores e Corvo] para o final do dia e no grupo Central [Pico, Faial, Graciosa, São Jorge e Terceira] a partir da noite, trazendo chuva, mas que uma maneira geral será fraca", disse à Lusa a meteorologista do IPMA Elsa Vieira.
Eleições nos Açores. Depois de coligação de direita, PS tenta recuperar liderança açoriana
Os partidos nos Açores alinham entendimentos para cenários pós-eleitorais com o PS ou com o PSD. A Iniciativa Liberal, por exemplo, disse que só pensa em acordos depois das eleições, mas Bloco de Esquerda e PAN anunciaram que já estão disponíveis para conversar.
A coligação PSD/CDS-PP/PPM promete ainda dar continuidade a medidas como a Tarifa Açores, que permite a residentes no arquipélago viajar de avião entre ilhas por um valor máximo de 60 euros, ida e volta.
O candidato socialista tem uma missão muito clara para estas eleições: afastar a direita do poder, principalmente com acordos com o Chega.
Ainda por altura do Congresso Nacional do PS, Cordeiro comentou que o acordo do Chega com o PSD nos Açores era "um exemplo" do que as coligações de direita podiam fazer ao país.
"Quando aqui também se ouve que nunca o PSD se aliará ao Chega, olhem para aquilo que aconteceu nos Açores e têm a antevisão daquilo que acontecerá no país", declarou numa intervenção do encontro socialista.
O candidato do PS alertou mesmo, ao longo da campanha, que a região açoriana corre o risco de ser a primeira do país onde a extrema-direita entra para um governo. O voto no PS, segundo Vasco Cordeiro, "permite afastar o Chega do Governo Regional".
À esquerda critica-se a formação de um Executivo com apoio parlamentar do Chega. À direita não se pronuncia certeza alguma sobre acordos pós-eleitorais. Contudo, se os resultados se repetirem, a coligação encabeçada pelo PSD, pode só conseguir formar novo Governo com um acordo do Chega.
O Chega, lembrou, “não é um partido de protesto”, mas “um partido de governo”, com propostas para diferentes áreas, e não quer repetir a experiência de entendimento assinado em 2020 com a coligação de direita, até porque esse governo se “portou mal” com o partido, sem cumprir os compromissos assumidos.
André Ventura afasta também responsabilidades pela crise política nos Açores e acrescenta que José Manuel Bolieiro vai ser julgado nas urnas por não ter apresentado um novo orçamento.
Frisando que o BE quer afastar o Chega e toda a direita do poder, criticou as “sucessivas maiorias absolutas, do PSD, do PS e agora esta maioria, esta coligação de todas as direitas, mantiveram os Açores na cauda de quase todos os indicadores sociais”. O bloquista não tem dúvidas de que a mudança de executivo, em 2020, deixou os Açores ainda piores do que estavam.
“A aliança entre a direita de José Manuel Bolieiro [PSD], o CDS de Artur Lima, o PPM de Paulo Estêvão, o Chega e a Iniciativa Liberal só trouxe aumento da pobreza e da desigualdade”, assim como o “aumento do nepotismo, das nomeações políticas para tudo e mais alguma coisa, dos negócios para amigos”.
Na luta para combater a direita, António Lima desafiou o cadidato do PS a "olhar para a sua esquerda" e para o diálogo "à esquerda" para que se possa "romper com a política de empobrecimento" no arquipélago.
Embora não haja histórico de uma "geringonça" da esquerda nos Açores, o BE manifetou, ao longo da campanha, estar disponível "para o diálogo", alegando ter um "programa eleitoral inteiro".
“Temos que atualizar toda a legislação regional sobre habitação, criar um plano regional de habitação, que permita analisar o estado do setor e criar soluções para o futuro, para além de medidas de emergência, como atualizar apoios ao arrendamento", declarou durante a campanha António Lima.
Entre apelos ao voto útil para afastar a direita, o candidato também defendeu uma mudança de executivo: “Nós temos que quebrar com esta política que levou à falta de respostas para a habitação e que levou ao empobrecimento dos Açores, levou a que os Açores fossem uma região mais desigual hoje do que eram em 2020”.
Quando os açorianos forem às urnas, insistiu, é preciso “impedir que o Chega chegue ao Governo” e “garantir que não há um novo Governo de direita”.
“O apelo que eu faço [aos eleitores] é que revejam o trabalho que nós fizemos nos últimos três anos e meio. Com um deputado único, fizemos um trabalho que eu considero notável”, disse aos jornalistas Nuno Barata, numa sessão de campanha.
Pedindo aos cidadãos que "votem em consciência", Nuno Barata manifestou a disponibilidade do partido para "apresentar soluções de futuro", sem no entanto referir-se a novas coligações com o PSD.
“Falou-se muito do passado. Fala-se sempre muito das responsabilidades dos outros e apresentam-se poucas soluções”.
Para o candidato comunista, “muito mais importante do que ter maiorias absolutas é ter quem na Assembleia lute por propostas para levar a região para a frente”.
E sobre a estabilidade política, que a CDU exige, diz que "esta só tem efeitos práticos se a vida dos cidadãos melhorar, o que não temos visto, mas sim instabilidade e pioria, tal como se viu nas maiorias absolutas anteriores”.
Aumentar salários, promover o direito à habitação para todos, valorizar a saúde, garantir mais transportes tanto da SATA, pública, como transportes terrestres, são as principais propostas da CDU, que está convicta de que vai eleger pelo menos um deputado para o parlamento regional, voltando assim ao hemicíclo, “crescendo em número de votos”.
Também Paulo Raimundo se manifestou confiante em conseguir pelo menos recuperar o deputado que perdeu em 2020. Quanto ao acordo que vigorou nos últimos anos no arquipélago, o secretário-geral do PCP disse que o resultado final mostrou como este não servia o interesse dos açorianos.
Para a coligação que junta PCP e PEV, o PS “não é alternativa à coligação PSD/CDS-PP/PPM” nem vice-versa, uma vez que ambos se identificam com as "mesmas soluções”.
A CDU foi a única força política que se apresentou às eleições sem que o seu líder, Marco Varela, concorra por um círculo eleitoral. No maior círculo eleitoral, São Miguel, a opção foi pelo dirigente Rui Teixeira, surgindo pela compensação Paula Decq Mota, filha de um antigo líder regional e deputado, José Decq Mota.
Numa ação de rua na baixa de Ponta Delgada, o candidato Pedro Neves manifestou-se contra qualquer solução governativa que inclua o Chega e deixou claro que o partido não quer ser governo, uma vez que "o PAN é um partido de oposição".
"Pedimos que haja mais confiança dos açorianos para que tenhamos um grupo parlamentar, analisando o partido pelo trabalho que foi realizado nos últimos três anos, tendo sido o partido com mais iniciativas aprovadas", afirmou dirigindo-se aos eleitores.
Também a coordenadora do partido, Inês Sousa Real, considerou que é "fundamental garantir a manutenção da representação parlamentar, aumentando sempre aquela que é a sua expressão".
Para o PAN, o Chega "é uma linha vermelha" e não pode haver negociações uma vez que o partido não negoceia com "forças antidemocráticas que põem em causa o Estado de Direito".
Carlos Furtado, eleito pelo Chega mas que se desvinculou do partido em menos de um ano, mantendo o seu apoio ao Governo Regional, é agora do JPP. O partido nascido na Madeira afirma-se entusiasmado com a estreia nos Açores e espera obter um dos 57 assentos parlamentares.
Já a Alternativa 21 (MPT/Aliança), que viu validada apenas a lista do círculo de Santa Maria, não anunciou qualquer iniciativa de campanha.
O que devemos saber sobre as Eleições para o Governo Regional dos Açores?
Para começar, é necessário explicar que há um total de dez círculos eleitorais nos Açores – um por cada ilha, mais o círculo de compensação, que coincide com a totalidade da área da região e que junta os votos que não permitiram eleger deputados nos círculos de ilha.
Os restantes cinco deputados, deste total de 57, são eleitos pelo círculo de compensação, que reúne os votos que não foram aproveitados para a eleição de parlamentares nos círculos de ilha.
Nas eleições de 2020, o PS venceu nas urnas mas perdeu a maioria absoluta e, em consequência, a direita uniu-se e formou uma coligação pós-eleitoral, suportada por uma maioria de 29 deputados após assinar acordos de incidência parlamentar com o Chega e a IL (que o rompeu em 2023). Os partidos mais à esquerda - PS, BE e PAN - tinham, no total, 28 mandatos.
O Governo de coligação PSD/CDS-PP/PPM manteve, contudo, um acordo de incidência parlamentar com o agora deputado único do Chega no parlamento açoriano.
Sem a maioria parlamentar que o Executivo em funções tinha inicialmente, não conseguiu que fosse aprovado pelo Parlamento a proposta orçamental para este ano.
A Assembleia Regional dos Açores existe desde 27 de junho de 1976, tendo sido materializada após a instauração do regime político-administrativo dos Açores. Cerca de um mês depois, teve lugar a abertura da Assembleia, que contava então com um total de 43 deputados.
As primeiras eleições legislativas após a criação do regime de autonomia no arquipélago deram a vitória ao PSD, então liderado por João Mota Amaral. O partido obteve uma maioria absoluta, com 53,83 por cento dos votos e 27 deputados eleitos num total de 43.
Apesar de ser uma região portuguesa, houve necessidade de criar um Governo Regional, tal como na Madeira. E porquê?
O Executivo açoriano distingue-se, portanto, do Governo da República. Mas como é que funciona?
Para começar, o Governo Regional é “o órgão executivo de condução da política da Região e o órgão superior da administração regional autónoma”, também de acordo com a lei sobre o Estatuto Político-Administrativo do arquipélago.
Constituído pelo presidente e pelos secretários regionais, compete ao Governo Regional “conduzir a política da região”, “elaborar as propostas de plano de desenvolvimento económico e social” e apresentar à Assembleia Legislativa a proposta de orçamento para o arquipélago, entre outras obrigações a que está sujeito.
“Os membros do Governo Regional têm assento nas reuniões da Assembleia Legislativa e o direito de usar da palavra para a apresentação de qualquer comunicação ou prestação de esclarecimentos”, refere o artigo 72.º
Há ainda a Assembleia Legislativa que é o órgão representativo da região e possui poderes legislativos e de fiscalização da ação governativa regional.
Os deputados que compõem esta Assembleia têm, entre outros poderes e deveres, os de apresentar anteprojetos e antepropostas de lei, participar e intervir nos debates parlamentares, formular questões ao Governo Regional, realizar dois debates em cada sessão legislativa sobre assuntos de política regional e requerer ao Tribunal Constitucional a declaração de inconstitucionalidade de qualquer norma com fundamento na violação de direitos da Região.
“A República e a Região devem cooperar mutuamente na prossecução das respetivas atribuições”, esclarece-se no Estatuto Político-Administrativo do arquipélago.
Além disso, a região autónoma “participa na determinação, condução e execução das políticas gerais do Estado sobre matérias que lhe digam respeito”. O Governo da República pode delegar total ou parcialmente poderes no Governo Regional.