Assembleia da República. Aguiar-Branco recorda como a democracia "é de uma magnífica fragilidade"

por RTP

José Pedro Aguiar-Branco é o novo presidente da Assembleia da República, eleito esta quarta-feira com 160 votos a favor. No primeiro discurso no Parlamento considerou que todos os parlamentares foram eleitos pelos portugueses para estar na "casa da democracia" e têm de "estar à altura dessa expectativa".

"Se alguma coisa o dia de ontem nos ensinou é que não devemos desistir da democracia", começou Aguiar-Branco por dizer, dirigindo-se aos deputados na Assembleia da República. "Eu não desisto".

Já assumindo as funções, o presidente eleito do Parlamento anunciou que vai "desafiar todos os grupos parlamentares a repensar o regimento, nomeadamente, o que diz respeito às regras de eleição desta mesa, para que o que aconteceu ontem (...) não se volte a repetir".

"Assumo hoje um novo compromisso: o de presidente da Assembleia da República. Um compromisso de elevada responsabilidade, em que a primeira das competências é representar esta Assembleia", declarou então. "Não deixarei em algum momento de o fazer".

O voto de cada português, continuou, "deve merecer igual respeito por parte de todos os cidadãos, mais ainda, por parte dos que como nós exercem funções políticas de representação dos portugueses".

Aguiar-Branco admitiu que acredita na "democracia representativa, no seu exercício face às várias expressões da democracia direta ou popular, ou da dita democracia de opinião".

"Compreendo a natureza da função que hoje assumo", disse ainda.

E voltando a referir o impasse que marcou as votações para a mesa da AR, o presidente questionou: "se não somos capazes de nos entender na casa da democracia, que exemplo estamos a dar para fora?".

"Os portugueses elegeram-nos para estarmos aqui durante quatro anos. (...) Temos todos de estar à altura dessa expectativa", advertiu dirigindo-se aos parlamentares.

Citando Miguel Veiga, Aguiar-Branco recordou que a "democracia é de uma magnífica fragilidade".
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