Augusto Santos Silva assume "derrota honrosa" após ter sido excluído do Parlamento

por Mariana Ribeiro Soares - RTP
Tiago Petinga - Lusa

Augusto Santos Silva assume a derrota depois de falhar a eleição pelo círculo fora da Europa e diz não acreditar que os conflitos que teve com André Ventura ao longo dos debates parlamentares tenham gerado impacto neste resultado. Em declarações à RTP, o presidente cessante da Assembleia da República considera que o PS “teve uma derrota honrosa nestas eleições”.

Augusto Santos Silva assumiu a derrota depois de ter falhado a reeleição para presidente da Assembleia da República. O Chega venceu na Europa com a eleição de um deputado, à frente do PS, e garantiu outro mandato fora da Europa logo atrás da AD, impedindo a reeleição pelo PS do presidente da Assembleia da República.

Em declarações à RTP, Santos Silva disse não acreditar que os conflitos que teve com André Ventura ao longo dos debates parlamentares tenham tido impacto neste resultado. Santos Silva disse estar de consciência tranquila, mas não esclareceu se voltaria a fazer o mesmo.

“Não tive nenhuma preocupação especial com nenhum grupo parlamentar em particular. Limitei-me a cumprir as obrigações que o regimento me determina”, disse.


O ainda presidente da Assembleia defende, porém, que os resultados destas legislativas devem merecer uma reflexão.
“Reparamos nestas eleições que está a aumentar a distância que existe entre as novas gerações e os partidos mais clássicos e esse é um problema que deve preocupar os partidos mais clássicos, que não podem perder o contacto com as novas gerações”, declarou.

Santos Silva deixou ainda uma mensagem para os membros deste XXIV Governo: “É preciso que haja um governo e uma oposição e que à frente do governo esteja uma força democrática e que à frente da oposição esteja também uma força democrática, e que o governo e a oposição se oponham naquilo que os divide, mas que também saibam encontrar os compromissos para defender os interesses nacionais”.

Augusto Santos Silva vai regressar à vida académica, mas promete continuar com a atividade política. Sobre uma eventual candidatura às eleições presidenciais, o ainda presidente da Assembleia diz apenas que não coloca de parte nenhuma candidatura a outro cargo público.

“Não ponho de lado a hipótese de concorrer seja ao que for”, disse Santos Silva. “O PS deve aprender com os seus próprios erros e ir às próximas eleições presidenciais com uma candidatura forte e unida. Humildemente, da minha parte tentarei contribuir para esse objetivo”, rematou.
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