Centeno retoma debate do Orçamento a pedir "responsabilidade"

por RTP
“Todos devem manter o mesmo sentido de responsabilidade”, sustentou o ministro das Finanças no segundo e último dia da discussão da proposta de Orçamento na generalidade Pedro Nunes - Reuters

O ministro das Finanças advertiu esta sexta-feira, dia da votação da proposta de Orçamento do Estado na generalidade, para o risco de “a credibilidade ganha com o esforço de todos” poder “ser colocada em causa”. “Todos devem manter o mesmo sentido de responsabilidade”, exortou Mário Centeno.

“A credibilidade foi ganha com o esforço de todos, com as políticas de estabilização do Governo e com a dedicação de empresas e trabalhadores, obreiros do aumento da competitividade da nossa economia. Este trajeto pode ser colocado em causa”, sinalizou o titular da pasta das Finanças, ao abrir o segundo dia do debate na generalidade da proposta de Orçamento do Estado para 2018.

“O que tanto custou a conquistar pode perder-se mais rapidamente do que levou a conquistar”, acrescentou.
O Parlamento fecha esta sexta-feira a discussão na generalidade do Orçamento do Estada, que será aprovado com os votos favoráveis da esquerda. PSD e CDS-PP votarão contra e o PAN deverá abster-se.
Depois de recordar que esta é a terceira proposta de Orçamento da atual solução governativa, Mário Centeno quis fazer notar que “nunca houve necessidade de medidas adicionais”.

“E muito menos de orçamentos retificativos que se vinham tornando uma regra, que eram tão só o reflexo da falta de rigor orçamental dos paladinos da austeridade”, reforçou, num recado remetido às bancadas das forças que apoiaram o anterior Executivo, PSD e CDS-PP.

A proposta de Orçamento para o próximo ano, sustentou ainda o ministro, parte de um cenário macroeconómico de realismo.

Centeno salientou a previsão de um alívio da carga fiscal para as famílias em sede de IRS, por via das mexidas nos escalões ou por via da eliminação da sobretaxa: “Todos os portugueses vão pagar menos IRS por cada euro que ganharem em 2018”.

Num exercício de autoavaliação, o ministro das Finanças destacou a melhoria do desempenho do PIB, a quebra nos números do desemprego e até o retorno de emigrantes, a que somou a saída do Procedimento por Défice Excessivo e a melhoria do rating da dívida soberana.

Já no termo da intervenção com a qual abriu o segundo dia de trabalhos no hemiciclo, o governante considerou da “maior importância” o facto de o país ter recebido, na véspera, a classificação máxima do Grupo de Ação Financeira Internacional, que se dedica à avaliação do combate à fraude, branqueamento de capitais e financiamento de movimentos terroristas.

c/ Lusa
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