Chefe de Estado-Maior do Exército exonerou cinco chefias militares relacionadas com Tancos

por RTP
Rovisco Duarte disse que decidiu exonerar estes comandantes "por uma questão de clareza" Mário Cruz - Lusa

O general Rovisco Duarte revelou este sábado no Telejornal da RTP que decidiu exonerar os cinco comandantes das unidades que estão ligados a estes processos” relacionados com os roubos aos paióis de Tancos.

O chefe do Estado-Maior do Exército (CEME), Rovisco Duarte, anunciou ter demitido cinco comandantes de unidades do ramo, de forma a não representarem um obstáculo nos processos de investigação sobre o furto de material de guerra em Tancos.

Rovisco Duarte disse que decidiu exonerar estes comandantes "por uma questão de clareza e para não interferirem com o processo de averiguações até se esclarecer".

"Não quero que haja entraves às averiguações e decidi exonerar os cinco comandantes das unidades que de alguma forma estão relacionadas com estes processos", anunciou o general Rovisco Duarte durante uma entrevista, este sábado, ao Telejornal da RTP.

O porta-voz do Exército, Vicente Pereira, esclareceu depois que a exoneração dos cinco oficiais é temporária, enquanto decorrem as investigações. As unidades em causa ficarão a ser chefiadas pelos atuais segundos comandantes até haver conclusões sobre os processos de averiguação.

Os militares exonerados são o comandante da Unidade de Apoio da Brigada de Reação Rápida, o comandante do Regimento de Infantaria 15, o comandante do Regimento de Paraquedistas, o comandante do Regimento de Engenharia 1 e o comandante da Unidade de Apoio de Material do Exército.

Estas exonerações são fruto de um primeiro relatório apresentado ao CEME pelo seu próprio gabinete.

O general Rovisco Duarte tomou a decisão de pôr em prática o que apelidou de "medidas robustas". Além das exonerações, ordenou à Inspeção-Geral do Exército que realize uma inspecção à segurança dos paióis de Tancos e Santa Margarida.

CEME não ponderou demissão
Procedeu ainda a processos de averiguações em cada uma das áreas relacionadas com este processo e que têm a ver com o armazenamento e gestão deste tipo de material, a intrusão ocorrida e o sistema de vigilância, explicou o CEME, garantindo que o Exército continua a colaborar com a Polícia Judiciária Militar, bem como com a Polícia Judiciária.

No assalto aos paióis de Tancos, detectado na última quarta-feira, desapareceram dos armazéns militares 44 lança-granadas, quatro engenhos prontos a detonar, 120 granadas e 140 munições de 9 mm.

Questionado sobre se pensou em alguma altura em colocar o seu lugar à disposição, o general Rovisco Duarte declarou que, apesar de "ninguém se sentir confortável numa situação destas", esse foi um cenário que não lhe passou pela cabeça.

No Telejornal da RTP, o CEME reiterou uma ideia que já transmitira durante a tarde: a escolha destes paióis, com aquele tipo de material, não foi feita ao acaso e poderá ter contado com informações de dentro da própria estrutura do Exército.
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