Costa afirma que segurar Ventura em Loures "desonra" Passos

por RTP
"Já viram a triste situação em que eu estaria se fosse líder do PSD e estivesse no concelho de Loures a apoiar um candidato que desonra qualquer partido democrático?" António Pedro Santos - Lusa

António Costa acusou esta terça-feira Pedro Passos Coelho de falta de coragem, depois de o líder do PSD ter reiterado o apoio ao candidato laranja à Câmara de Loures. Para o primeiro-ministro e secretário-geral do PS, as posições "racistas" de André Ventura desonram quem não lhe retira a confiança política.

Foi na apresentação da candidatura de Gabriela Canavilhas à presidência da Câmara de Cascais que António Costa falou da controvérsia gerada por críticas à comunidade cigana por parte do candidato do PSD em Loures, André Ventura.

"Já viram a triste situação em que eu estaria se fosse líder do PSD e estivesse no concelho de Loures a apoiar um candidato que desonra qualquer partido democrático?", começou por perguntar o chefe do Governo.

"Agora imaginem com que cara estava aqui a apoiar um candidato em Cascais se tinha estado antes a apoiar um candidato como aquele que têm em Loures e que ainda não teve a coragem de retirar a confiança política, como se impõe num Estado democrático a quem é defensor da liberdade, da democracia e dos direitos humanos. Não, não é possível não retirar imediatamente a confiança política a um candidato dessa natureza", prosseguiu o líder do PS.

António Costa afirmaria adiante que "um candidato racista não desonra só uma candidatura em Loures".

"Desonra o partido que o apresenta, o líder que não lhe retira a confiança política e, infelizmente, desonra tantos e tantos excelentes autarcas do PSD que não mereciam ombrear com um candidato que desonra a democracia portuguesa", enfatizou.
"Espaço de confluência"
No seu discurso Costa descreveu o PS como um "espaço de confluência" de nomes que integraram movimentos de cidadãos, como acontece com a candidata à presidência da Assembleia Municipal de Cascais, Isabel Magalhães.

O PS, sustentou o secretário-geral do partido, é igualmente "um espaço de confluência" de elementos saídos de outras forças políticas, casos dos antigos presidentes de Câmara de Cascais Helena Roseta e José Luís Judas.

Sobre a antiga ministra da Cultura Gabriela Canavilhas, António Costa propugnou que "seria impossível" o PS apresentar uma melhor candidatura à Câmara de Cascais.

O primeiro-ministro capitalizou ainda o momento para referir o desempenho económico do país.

"Temos bons motivos para estar satisfeitos com os resultados da nossa economia e podermos dizer que os comissários europeus hoje chegam a Portugal já não para mostrarem preocupação, mas para manifestarem satisfação. Temos de ter a noção que, para este caminho continuar, é preciso prosseguir esta política, alargá-la, incluindo neste esforço os diferentes concelhos e freguesias, porque hoje não se governa só a partir do Terreiro do Paço", apontou.

c/ Lusa

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