Costa fala sobre casos. "Portugueses querem um Governo sereno e focado"

por RTP
António Costa realçou que “não vê necessidade nenhuma” na possibilidade de o presidente da República o convidar a formar novo governo Fernando Nobre - RTP

O primeiro-ministro comentou esta terça-feira os casos que envolvem os ministérios das Infraestruturas, Finanças e dos Negócios Estrangeiros. António Costa sustentou que o Governo deve manter-se "sereno e focado". Admitiu, ainda assim, que ficou surpreendido quando Pedro Nuno Santos revelou que afinal sabia da indemnização da TAP a Alexandra Reis. E defendeu Fernando Medina no caso das obras da Câmara de Lisboa, dizendo não ter medo de que a investigação abranja o tempo em que presidia à autarquia da capital.

O primeiro-ministro garantiu que não houve informação da TAP ao Ministério das Finanças sobre a indeminização paga pela companhia áerea a Alexandra Reis.

“Sobre esse assunto, não há nada de novo a acrescentar. O Ministério das Finanças determinou à Inspeção-Geral de Finanças que realizasse uma inspeção. Essa inspeção está em curso. E vamos aguardar a conclusão”, afirmou António Costa aos jornalistas em Oeiras.O primeiro-ministro calcula que, no “principio de fevereiro”, já seja conhecido o resultado da investigação.


Sobre o facto de o ex-ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, afinal conhecer o caso e ter dado o aval, António Costa afirmou que ficou tão “surpreendido como o próprio”.
Frisando que o Ministério das Finanças efetivamente não sabia da indeminização à ex-administradora da TAP, reiterou: “É um ponto sobre o qual não vale a pena haver qualquer tipo de insistência”.
O caso de Cravinho

Em relação à derrapagem nas obras do antigo Hospital Militar de Belém, da qual o ex-ministro da Defesa e atual titular da pasta dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, admitiu ter conhecimento, o primeiro-ministro garantiu que “mantém a confiança no ministro”.

“Mantenho confiança em todos os membros do Governo que estão em funções, se não, não estariam em funções”, sublinhou.

António Costa realçou que João Gomes Cravinho se disponibilizou para ir à Assembleia da República para prestar mais declarações sobre o tema.

“O que eu não acharia normal era que um ministro mentisse sobre aquilo que sabe e sobre aquilo que não sabe. Se o ministro diz a verdade é de louvar”.
"Estabilidade"

António Costa propugnou que a resposta mais clara que os portugueses deram nas eleições legislativas, há quase um ano, “é que querem estabilidade”.

“O que os portugueses querem verdadeiramente, e é a função do Governo assegurar é que possamos manter esta trajetória”.

António Costa recordou ainda que o país já conseguiu recuperar economicamente da situação de pandemia e “os números do crescimento são claros”.

“Estamos acima do nível de crescimento da nossa economia em 2019. O emprego está acima de 2019, as empresas conseguiram resistir, e conseguiram até avançar”.

Quando questionado sobre a possibilidade de os portugueses terem perdido a confiança na maioria absoluta, António Costa frisou que “a confiança no Governo e nos políticos é feita em dois momentos”, na votação e na avaliação dos resultados entregues.

“É evidente que este ano tem sido muito exigente. Quem é que pensava a um ano sobre a guerra que estamos a viver e que atingíamos a inflação que estamos a atingir em alguns meses no final de 2022”, relembrou.

António Costa realçou ainda que “não vê necessidade nenhuma” na possibilidade de o presidente da República o convidar a formar novo governo.

“Este é o terceiro Governo que eu chefio. Tenho orgulho que durante os meus primeiros dois governos, vários ministros que exerceram funções, tenham estabelecido novos máximos de duração em funções naquelas pastas”, sublinhou.

Relativamente às demissões no Executivo, António Costa recorda que “foram por motivos de saúde, dois motivos verdadeiramente políticos e graves que levaram à demissão da ministra da Saúde e depois dos ministro das Infraestruturas e do conjunto das suas equipas”.
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