Cotrim de Figeiredo contesta necessidade de "dia de reflexão"
O presidente da Iniciativa Liberal (IL) considerou que o dia de reflexão na véspera dos atos eleitorais "não faz sentido", até porque hoje houve pessoas a votar antecipadamente e a campanha para as legislativas continuou a fazer-se normalmente.
Os eleitores recenseados no território nacional puderam inscrever-se, entre os dias 16 e 20 de janeiro, para votar hoje antecipadamente em mobilidade, uma semana antes das eleições legislativas de 30 de janeiro.
Recordando que a Iniciativa Liberal propôs há vários meses, na Assembleia da República, acabar com o dia de reflexão, o liberal referiu que os portugueses têm várias formas de tomar conhecimento das propostas, não havendo motivo nenhum para manter aquele dia.
"Há muita gente que já votou e tudo aquilo que eu estou a dizer hoje, se tivesse a dizer no próximo sábado ou domingo, era passível de crítica e até de multa", vincou.
Apesar de dizer que gostaria que o número de inscritos no voto antecipado em mobilidade fosse maior, Cotrim de Figueiredo pediu aos portugueses para que não fiquem em casa em 30 de janeiro porque o seu voto é "muito importante".
Preocupado com os números da abstenção que a cada ato eleitoral bate recordes, Cotrim de Figueiredo reafirmou que estas eleições são "mesmo muito importantes", motivo pelo qual cada português não deve deixar que escolham por si qual o futuro governo.
"Espero que votem Iniciativa Liberal, obviamente, mas se não for votem de acordo com a vossa convicção", apelou.
Além disso, o presidente da IL sublinhou que o voto útil não tem sido "bom conselheiro e não tem produzido bons resultados".
Ainda em matéria de eleições, o liberal chamou a atenção para a constituição dos cadernos eleitorais.
"É evidente que uma população de 10 milhões e 200 mil pessoas não pode ter nove milhões e 300 mil pessoas em idade de votar, portanto, está inflacionado [número de eleitores], há muito tempo que este problema se põe", vincou.
E, acrescentou, "o Ministério da Administração Interna não faz absolutamente nada e, quando questionado sobre o assunto, parece ignorar que há duplicações ou óbitos que não são retirados dos cadernos".
Da Costa da Caparica, Cotrim de Figueiredo seguiu para as docas de Alcântara onde o tema das eleições se manteve, depois de abordar um grupo de cinco pessoas num restaurante e lhes ter perguntado se já sabiam em quem votar.
"Já votei", ouviu o liberal.
Contudo, os restantes não votaram antecipadamente e, perante isso, Cotrim de Figueiredo tentou, numa curta conversa, dar-lhes razões para votar na IL.
"Se estão satisfeitos com o estado do país votem em mais do mesmo, se não estão então têm aqui o partido necessário para pôr Portugal a crescer", disse.