Ventura lê atribuir de culpas a Montenegro na mensagem de Marcelo
Luís Montenegro "arrastou o partido e o país inteiro para uma crise política". Apesar de apontar culpas ao chefe de Governo, Ventura garantiu que a campanha não se irá cingir a este tema.
Pedro Nuno Santos apela à escolha de um Governo "com condições para que não esteja a prazo"
Entrega de listas de deputados até 07 de abril e campanha oficial entre 04 e 16 de maio
O Presidente da República anunciou hoje que vai dissolver o parlamento e marcar eleições legislativas antecipadas para 18 de maio, na sequência da demissão do Governo PSD/CDS-PP liderado por Luís Montenegro imposta pela rejeição pelo parlamento da moção de confiança ao executivo na terça-feira.
De acordo com a lei eleitoral para a Assembleia da República, a apresentação das listas de candidatos a deputados "cabe aos órgãos competentes dos partidos políticos" e faz-se "até ao 41.º dia anterior à data prevista para as eleições", neste caso, 07 de abril, devendo a formalização de coligações pré-eleitorais junto do Tribunal Constitucional decorrer até um dia antes.
Já a campanha eleitoral decorrerá entre 04 e 16 de maio, uma vez que a lei fixa que esta se inicia no 14.º dia anterior e termina às 24 horas da antevéspera do dia designado para as eleições.
Bloco de Esquerda enfatiza "problema ético" na orgem da crise política
PAN saúda "sensibilidade" da convocação de eleições para 18 de maio
Iniciativa Liberal pede campanha "focada" nos problemas do país
Eleições antecipadas. Livre teme elementos de "crise de regime"
CDS-PP diz que o atual Governo "merece ser reconduzido pelos portugueses"
Eleições a 18 de maio. É a 10ª vez que o Parlamento é dissolvido
Eleições antecipadas. PCP apela à "salvaguarda" da democracia
Paulo Raimundo enfatizou ainda que a oposição do partido ao Governo não se limita ao caso concreto que levou à queda do Governo.
Considerou ainda que, ao incidir uma parte da intervenção em torno do caso, o presidente da República sublinhou as responsabilidades que o Governo tem na sua queda
"Não há nada que o primeiro-ministro possa vir a explicar que altere aquilo que não devia ter sido feito"
Presidente da República convoca eleições para 18 de maio
O presidente da República fala num “panorama” que surgiu pela primeira vez em democracia e que “todos os esforços de entendimento se revelaram impossíveis”.
“Este choque, não apenas legal nem político mas sobretudo de juízo ético e moral sobre uma pessoa e a sua confiabilidade, suscitou uma questão nova: todos os esforços de entendimentos, mesmo mínimos, se revelaram impossíveis”, declarou.
"Não se pode ao mesmo tempo confiar e desconfiar ética ou moralmente de uma pessoa, neste caso do primeiro-ministro, e, portanto, o Governo. Não havia meio caminho", considerou.
“Impõe-se que haja um debate eleitoral claro, frontal, esclarecedor, mas sereno, digno, elevado, tolerante, respeitador da diferença e do pluralismo e que fortaleça e não enfraqueça a democracia”, apelou, avisando que seria "um desperdício imperdoável" não discutir os problemas do país.
"É o apelo para todos e, creio, de todos os portugueses. Um debate que dê força a quem nos vier a representar na Assembleia da República. Que dê força a quem nos vier a governar. Que dê força aos portugueses para controlarem os seus representantes e os seus governantes", disse.
"Prestou um mau serviço à democracia". Ventura critica Aguiar-Branco
“Optou por fazer uma defesa e um juízo que não lhe cabe a ele, esquecendo a sua função”, disse o presidente do Chega. “Deve ser presidente de todos os partidos representados no Parlamento”, observou Ventura, afirmando que Aguiar-Branco, por sua vez, “optou por atacar os dois partidos que não viabilizaram a moção de confiança”.
Ventura refere-se às declarações de Aguiar-Branco, que comparou Pedro Nuno Santos a André Ventura durante a reunião do conselho nacional do PSD, na quarta-feira.
Terminou o Conselho de Estado
Conselho de Estado reunido
O encontro no Palácio de Belém acontece no dia seguinte às audições aos partidos com assento parlamentar.
Há duas datas em cima da mesa para as eleições antecipadas: 11 ou o 18 de maio. Independentemente da posição de cada um dos conselheiros, a decisão final é sempre da responsabilidade do presidente da República.
Spinumviva. Analisada alegada transferência de clientes
Moedas garante que não favoreceu Montenegro nas obras da casa de Lisboa
Montenegro afirma que está "para dar e durar" e acusa oposição de "jogo baixo"
Aguiar-Branco comparou Pedro Nuno Santos a André Ventura
Foto: José Sena Goulão - Lusa
Grande Entrevista. Carlos César aponta muitas suspeitas sobre Montenegro
Rui Rio não fala sobre a crise política e ataca Ministério Público
Mendonça Mendes lamenta críticas de Aguiar-Branco ao líder do PS: "Ataque de alguém que não tem legitimidade"
Foto: Gonçalo Costa Martins - Antena 1
Em declarações na Antena 1, no programa Entre Políticos, António Mendonça Mendes, ex-secretário de Estado do PS, considerou que Aguiar-Branco prestou um "mau serviço" à democracia.
"O presidente da Assembleia da República convive pacificamente com o Governo querer uma comissão privada de inquérito e não uma Comissão Parlamentar de Inquérito, e convive pacificamente com uma ideia do PSD de que podia resolver isto em 15 dias - e depois em 80 dias e depois já ninguém percebe nada. O mau serviço que o Governo e que este primeiro-ministro fizeram à democracia continua com a declaração que o presidente da Assembleia da República ontem [no Conselho Nacional do PSD] faz à porta fechada, mas que fizeram questão de divulgar e que é um ataque ao secretário-geral do PS", diz.
Para o vice-presidente do grupo parlamentar do PS, Aguiar-Branco contribuiu para uma "normalização" do partido de André Ventura.
"É um ataque de alguém que não tem legitimidade (...) Se essa declaração for verdade, o presidente da Assembleia da República fez mais pelo Chega numa declaração do que toda a tentativa que o Chega tem tido de se normalizar ao longo dos últimos anos", insiste o ex-secretário de Estado Adjunto de António Costa.
À Antena 1, o deputado socialista refere ainda que o atual período político é "muito incerto" do ponto de vista internacional e que, nesse sentido, obriga a uma "responsabilidade dos atores políticos".
"A primeira responsabilidade era, sem sombra de dúvida, do primeiro-ministro e do presidente da Assembleia da República", conclui António Mendonça Mendes.
Presidente da República fala ao país depois da reunião do Conselho de Estado
Conselheiros de Estado chamados a Belém
Na quarta-feira, foram ouvidas em Belém as delegações dos nove partidos com assento parlamentar, que se pronunciaram unanimemente pela dissolução da Assembleia da República e pela consequente convocação de eleições legislativas.O Parlamento rejeitou na terça-feira uma moção de confiança, o que fez cair o Governo minoritário de PSD e CDS-PP exatamente um dia e um ano depois da vitória da Aliança Democrática nas legislativas antecipadas de 10 de março.
Na sequência das audiências no Palácio de Belém, o PSD sustentou haver "todas as condições" para que as eleições tenham lugar a 11 de maio. IL e Livre apontaram a mesma data, ao passo que o PS defendeu a realização do escrutínio "o mais depressa possível", à semelhança do Chega.
O PCP aceitou as duas datas publicamente aventadas pelo chefe de Estado, 11 e 18 de maio. Já o Bloco de Esquerda afirmou preferir a segunda, argumentando que tal daria às forças políticas mais tempo para preencheram "obrigações legais". CDS-PP e PAN mostraram-se favoráveis ao dis 18 de maio.
Após a audiência da delegação do Chega, André Ventura adiantou que o presidente "está a 100 por cento convencido de que tem que haver dissolução do Parlamento" e "mais tendente" para o dia 11 de maio. Ainda segundo o líder do partido de extrema-direita, Marcelo Rebelo de Sousa deverá mesmo anunciar a decisão ao país esta quinta-feira.
A composição do Conselho de Estado
Integram o Conselho de Estado, por inerência, os titulares dos cargos de presidente da Assembleia da República, primeiro-ministro, presidente do Tribunal Constitucional, provedor de Justiça, presidentes dos governos regionais e antigos presidentes da República. O órgão consultivo inclui também cinco cidadãos designados pelo chefe de Estado e cinco eleitos pelo Parlamento.
Os atuais cinco membros nomeados pelo presidente da República são Leonor Beleza, Lídia Jorge, Joana Carneiro, António Lobo Xavier e Luís Marques Mendes e os conselheiros eleitos pelo parlamento para a atual legislatura são Francisco Pinto Balsemão e Carlos Moedas, por indicação do PSD, Pedro Nuno Santos e Carlos César, pelo PS, e André Ventura, pelo Chega.
"De consciência tranquila"
O primeiro-ministro reiterou, na última noite, estar "de consciência tranquila". Repetiu também que não se deixa intimidar. Na abertura do Conselho Nacional extraordinário do PSD, Luís Monenegro propugnou que a razão para as eleições é o sucesso do Governo da AD. Antena 1Já Aguiar-Branco, apurou a RTP, acusou Pedro Nuno Santos de fazer pior à democracia em seis dias do que André Ventura em seis anos.
Também presente na reunião laranja, o presidente da Assembleia da República afirmou também que o Chega inventou a técnica, mas foi o PS quem a institucionalizou. Reforçou ainda o apoio a Luís Montenegro, dizendo que "todos sabem que se pode ter empresas" e que o primeiro-ministro foi até longe demais nas explicações que deu. Antena 1
Por seu turno, Manuela Ferreira Leite foi ao Conselho Nacional do partido apelar a Luís Montenegro para que não desistisse. A antiga ministra disse que nunca poderia alinhar numa decisão que não fosse a recondução de Montenegro. Declarou ainda que nunca viu nada tão baixo na política portuguesa e que a suspeição é o caminho para a ditadura.
c/ Lusa
Escrutínio e transparência têm sido "abusivamente invocados" pela oposição, aponta Montenegro
Queda do Governo. PS e PSD querem eleições o mais cedo possível
Ventura rejeita apoio a Montenegro no futuro
Foto: António Cotrim - Lusa
O dia da queda. Governo e PS recusaram ceder nas posições
Crise política. Centeno pede "respeito" pela boa fase económica
Num fórum sobre banca, os banqueiros manifestaram-se "desiludidos" com a classe política, afirmando que dificilmente haverá pessoas de qualidade que queiram exercer funções públicas devido à exposição sobre a família.
Desempenho económico. País precisa de "clarificação política"
Caso Spinumviva. PGR tem em curso averiguação preventiva
Foto: Paulo Novais - Lusa