PAN pede eleições a 18 de maio
CDS-PP "muito desconfortável" com desencadear de "crise política escusada"
Livre acusa Luís Montenegro de ter colocado interesses pessoais à frente do país
PCP quer nova política ao serviço dos que trabalham
Bloco de Esquerda afirma que primeiro-ministro já não tinha condições para exercer cargo
Carlos Moedas acredita que governo devia ter continuado a governar
Liberais prometem campanha "ambiciosa" e defendem "eleições tão depressa quanto possível"
Segundo Rui Rocha, “o país foi conduzido com a imprudência de vários agentes políticos”, mas a IL deu “um sinal de responsabilidade” ao votar a favor da moção de confiança.
“Era uma questão de fazer sentido, naquele momento, conduzir o país para uma crise política ou se fazia sentido tentar preservar o país dessa crise política”, explicou, apontando a “responsabilidade maior” ao primeiro-ministro.
Ministro da Economia diz que empresas precisam de confiança e clarificação
Crise política. Gestor Rui Miguel Nabeiro vê com preocupação situação atual
Rui Miguel Nabeiro falava aos jornalistas no final da apresentação do lançamento da nova edição café Amboim pela Delta The Coffee House Experience, que é um tributo ao café produzido por 12 mulheres em Angola e que representa uma parceria com a Associação das Mulheres Empreendedoras de Porto Amboim, província do Cuanza Sul, Angola.
"Olho para isso com alguma preocupação, no momento em que a Europa atravessa um momento de bastante incerteza, até na relação com os Estados Unidos", afirmou o gestor.
A moção de confiança ao Governo PSD/CDS-PP foi chumbada na terça-feira no parlamento com os votos contra do PS, Chega, BE, PCP, Livre e deputada única do PAN, Inês Sousa Real. A favor estiveram o PSD, CDS-PP e a Iniciativa Liberal.
"Não sei se era possível ser evitável ou não, não me compete avaliar isso"", mas "apenas dizer que é com alguma preocupação que eu vejo" toda a situação, insistiu o CEO do Grupo Nabeiro - Delta Cafés.
"A instabilidade não é muito amiga da economia e no momento (...) em que vivemos uma incerteza internacional", a situação gera preocupação, uma vez que "tudo aquilo que não precisamos no nosso país neste momento era uma situação como esta", rematou.
ALU // EA
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Crise política. Banqueiros temem perturbações na economia
"O que se passou recentemente era tudo o que não precisávamos, a instabilidade é má para o sistema", disse o presidente do Montepio, Pedro Leitão.
Para o presidente do Santander Totta, Pedro Castro e Almeida, "é como se fosse uma corrida de carros e o carro português a cada volta encosta".
O gestor considerou que, apesar da estabilidade económica atual e de continuarem a investir em Portugal, os "privados, as pessoas e empresas que criam riqueza e crescimento", se estas situações se mantiverem corroem a economia.
Já o presidente do BCP, Miguel Maya, disse ser "otimista" e que a "qualidade dos empresários portugueses na última década mostra que se pode confiar no país".
"Estou muito tranquilo quanto à economia portuguesa. Dizer que preferimos estabilidade à instabilidade é La Palisse", disse Maya.
Mais duros nas palavras foram os presidentes de BPI e Crédito Agrícola.
Licínio Pina, do Crédito Agrícola, considerou "degradante" ao que a política chegou e anteviu que "dificilmente haverá pessoas com qualidade a querer exercer funções públicas face à exigência feita à pessoa e à sua família".
João Pedro Oliveira e Costa, do BPI, disse que perante o que viu "há uma falta enorme de indignação".
"O meu nível de situação é tão grande, tenho quase vontade baixar os braços, questionar se vale a pena votar, se alguém nos ouve", afirmou.
Os presidentes da Caixa Geral de Depósitos e do Novo Banco não estiveram presentes na conferência.
Na terça-feira, o parlamento chumbou a moção de confiança apresentada pelo Governo, provocando a sua demissão.
Hoje, o Presidente da República recebe os partidos políticos com assento parlamentar no Palácio de Belém para discutir a crise política e o cenário de legislativas antecipadas.
Marcelo Rebelo de Sousa tinha sinalizado que, se a moção de confiança fosse rejeitada provocando a queda do Governo, o "calendário eleitoral" apontaria para meados de maio.
Albuquerque acredita que legislativas devem acontecer rapidamente
Foto: André Kosters - Lusa
Pode não haver sessão solene do 25 de Abril este ano
Nuno Melo acusa oposição de levar o país para uma crise política
O também ministro da Defesa acredita que a comissão parlamentar de inquérito proposta pelos socialistas é apenas o instrumento de uma estratégia maior, "a do ataque pessoal".
Quanto às eleições, Nuno Melo garante que o CDS é leal na coligação e está do lado do primeiro-ministro.
Comitiva da Iniciativa Liberal já está no Palácio de Belém
Parlamento altera trabalhos a prever eventual dissolução na sexta-feira
Em declarações aos jornalistas, o porta-voz da conferência de líderes parlamentares, o deputado do PSD Jorge Paulo Oliveira, indicou que todas as votações regimentais que estavam previstas para esta sexta-feira serão antecipadas para quinta.
"Isto para evitar que, eventualmente, o senhor Presidente da República possa decretar já a dissolução da Assembleia da República com efeitos a partir de sexta-feira e, portanto, criar aqui alguns constrangimentos", referiu.
Uma proposta de lei sobre a lei de bases do sistema educativo já não será votada por o Governo, autor da proposta, ter ficado terça-feira demissionário.
Serão, contudo, votados os projetos de lei dos partidos sobre o mesmo tema que tinham sido arrastados devido ao agendamento desta proposta de lei.
O debate preparatório do Conselho Europeu, previsto para hoje, foi adiado para a próxima quarta-feira, provavelmente já com o parlamento a funcionar em regime de comissão permanente, após a dissolução oficial da Assembleia da República.
De acordo com o artigo 179.º da Constituição da República, "fora do período de funcionamento efetivo da Assembleia da República, durante o período em que ela se encontrar dissolvida, e nos restantes casos previstos na Constituição, funciona a Comissão Permanente da Assembleia da República", composta por menos deputados e com poderes limitados.
O porta-voz da conferência de líderes disse que, durante funcionamento da comissão permanente, os partidos poderão continuar a apresentar perguntas e requerimentos ao Governo e as comissões parlamentares poderão reunir-se em três circunstâncias: a primeira, para "aprovarem redações finais de diploma que já tenham sido objeto de votação final global".
"Pode ainda reunir-se, mediante a autorização do presidente da Assembleia da República, a comissão de Transparência e Estatuto dos Deputados para deliberar sobre a matéria relacionada com o Estatuto dos Deputados, mas também por solicitações urgentes dos tribunais, nomeadamente para pedidos de autorização para prestação de depoimento por escrito ou presencialmente", disse.
Poderá ainda reunir-se qualquer comissão parlamentar, igualmente mediante autorização do presidente da Assembleia da República, "se tiver necessidade de deliberar sobre a composição de delegações, tendo em vista a participação em reuniões interparlamentares no quadro da União Europeia (UE)".
Jorge Paulo Oliveira indicou ainda que, durante as delegações da Assembleia da República a organizações permanentes vão manter-se em plenitude de funções e os grupos parlamentares de amizade "podem também desenvolver as suas atividades", mas só no que é "estritamente indispensável", designadamente compromissos já assumidos perante outros parlamentos.
Já o programa do Parlamento dos Jovens irá manter-se na íntegra, mas os deputados escalados para sessões regionais e distritais e para a sessão final já não irão marcar presença, participando apenas o presidente da Assembleia da República.
Com a dissolução do parlamento, referiu ainda Jorge Paulo Oliveira, cessarão ainda todas as atividades culturais que estavam organizadas pela Assembleia da República, com exceção das iniciativas que já estavam programas no âmbito do cinquentenário do 25 de Abril de 1974.
Chega acusa Governo de Montenegro da crise política
Para o líder do Chega, "a moção de confiança" que ontem foi votada na Assembleia da República "foi um ato artificial do primeiro-ministro, para salvar a pele e para atirar para uma corrida eleitoral, salvando-se a si, sem qualquer pudor em atirar o país e o seu próprio partido para uma crise política".
O líder do Chega garantiu que rudo fará “para que saia uma solução de futuro”. No entanto, pensa “que Luís Montenegro não estará na equação”.
Empresa da família de Montenegro. Ministério Público abre "averiguação preventiva" à Spinumviva
Amadeu Guerra explicou, à saída de um colóquio sobre Direito Penal no Supremo Tribunal de Justiça, em Lisboa, que chegaram à Procuradoria-Geral três queixas relativas à empresa da família do primeiro-ministro.A "averiguação preventiva" visa avaliar se há elementos que justifiquem a abertura de um inquérito.
Recorde-se que, na semana passada, a Procuradoria-Geral da República havia revelado ter recebido uma denúncia anónima.
O anúncio da "averiguação preventiva", pela voz do procurador-geral, surge um dia após a queda do Governo da Aliança Democrática ter ficado selada com o chumbo da moção de confiança na Assembleia da República.
"Dos elementos que recolhemos até agora, não há fundamento para abrir qualquer inquérito", afirmou Amadeu Guerra, para sublinhar ser esta a razão para as diligências agora divulgadas.
Sem avançar com quaisquer prazos, o procurador-geral precisou que a averiguação vai assentar em dados obtidos de fontes abertas e que serão solicitadas informações a diferentes entidades: "Não são meios intrusivos".
O caso suscitou dúvidas sobre o cumprimento do regime de incompatibilidades e impedimentos dos titulares de cargos públicos e políticos.
O Expresso revelou, por seu turno, que o grupo Solverde pagava uma avença mensal de 4.500 euros à Spinumviva.
c/ Lusa
PS vê eleições como "única forma" de clarificar situação política no país
"Há todas as condições" para eleições a 11 de maio
O primeiro-ministro acrescentou ainda que a "situação política interna que se viveu nas últimas semanas não tem reflexos no essencial naquilo que é a atividade social e económica do país”.
"Não há razão para alarme". Montenegro defende eleições antecipadas
“Apesar de nós compreendermos que haja apreensão, é também importante que se diga que não há razão para alarme, não há razão para que os instrumentos democráticos não possam funcionar de maneira a não penalizar a vida das pessoas, a não agravar nenhuma situação que seja preciso superar”, assegurou ainda.
Secretário-geral do PS já está no Palácio de Belém
Presidente da República já está reunido com líder do PSD
Audições de ministros no parlamento canceladas após chumbo da moção de confiança
PSD está "unido na liderança" de Montenegro
Castro Almeida. Para formar governo "quem tem legitimidade é Luís Montenegro"
Foto: António Pedro Santos - Lusa
Sobre o debate da moção de confiança, em que o Governo propôs uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) mais curta, o governante diz que os socialistas não tiveram uma boa postura.
"Se o PS estivesse de boa fé, acha que 80 dias não era o tempo suficiente para fazer uma CPI sobre a atuação do primeiro-ministro, uma micro empresa?", questiona. O ministro da Coesão Territorial defende que manter a CPI durante mais tempo - mais do que 90 dias, como chegou a ser admitido pelo PS - só iria ser prejudicial: "evidentemente isto perturba o funcionamento do país" e representa um "bloqueio do governo".
Enquanto não se conhece a decisão do Presidente da República perante a queda do Governo, Manuel Castro Almeida antevê, desde já, mais atrasos no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
"Estávamos nos limites, era preciso uma pressão permanente para conseguir executar todas as subvenções do PRR dentro do prazo", aponta. A demissão do executivo imposta pelo chumbo de ontem da moção de confiança "vai evidentemente dificultar, tornar mais dificil conseguir o resultado" de executar o plano.
Castro Almeida afirma que vai "redobrar esforços" para evitar perdas do PRR.
Imprensa internacional dá conta da queda do Governo em Portugal
Oriana Barcelos - Antena 1
"Lamento não termos conseguido evitar as eleições", diz Fernando Medina
Marcelo ausculta forças com representação no Parlamento
Já esta quarta-feira, Marcelo Rebelo de Sousa ouve os partidos com assento parlamentar. A primeira força política a ser recebida em Belém é o PSD, pelas 11h00. O último é o PAN, às 19h00. Em causa está agora a esperada convocação de eleições legislativas antecipadas e a respetiva data.No longo debate da tarde de terça-feira, toda a oposição votou contra a moção de confiança, à exceção da Iniciativa Liberal, que votou ao lado de PSD e CDS-PP.
Na quinta-feira, reúne-se o Conselho de Estado, a partir das 15h00. A Constituição da República estipula que só após este deste passo instituicional obrigatório estar dado pode dissolver-se o Parlamento e marcar eleições.
Independentemente da posição de cada um dos membros do órgão consultivo do chefe de Estado, a palavra final caberá sempre a Marcelo.
Na sequência do debate da tarde de terça-feira, o primeiro-ministro quis sustentar que o Governo tentou tudo para evitar a consumação da crise política, acusando o PS de intransigência e de querer degradar o debate político. Na resposta a Luís Montenegro, o secretário-geral socialista, Pedro Nuno Santos, contrapôs que foi o chefe do Executivo quem procurou condicionar a Assembleia da República e considerou a postura do Governo "uma vergonha".
Montenegro sugeriu uma suspensão dos trabalhos na Assembleia para falar com Pedro Nuno Santos e chegou a prometer prestar esclarecimentos sobre a situação da sua empresa familiar ao PS em 15 dias. O maior partido da oposição manteve a sua posição classificou a proposta do Executivo como uma farsa.
Chega, Bloco de Esquerda, Livre, PCP e PAN responsabilizam o primeiro-ministro pela política e lamentaram que as dúvidas sobre a empresa da família de Luís Montenegro se arrastem para a campanha eleitoral.
Por sua vez, o líder da bancada parlamentar do PSD, Hugo Soares, propugnou, à semelhança do primeiro-ministro, que o Governo fez o que era possivel para chegar a um acordo com o PS. E o ministro da Defesa, Nuno Melo, sustentou que nenhum governante está proibido de ter empresas.
Na RTP, a líder parlamentar da Iniciativa Liberal, Mariana Leitão, afirmou que o partido rejeita, à partida, integrar qualquer coligação pré-eleitoral. Todavia, não excluiu entedimentos apíos as legislativas.
Moção de confiança rejeitada. O filme dos acontecimentos
Nesta moção de confiança já se sabia à partida qual seria o resultado, com o chumbo garantido por parte de toda a oposição, excetuando a Iniciativa Liberal. Tal desfecho determinou o fim de um executivo eleito há precisamente um ano e um dia, a 10 de março de 2024.
O primeiro-ministro Luís Montenegro abriu o debate com um apelo direto ao principal partido da oposição, predispondo-se a "suspender a sessão" se o PS indicasse que questões pretendia ver respondidas.
Por seu lado, o secretário-geral do PS desafiou o chefe de Governo a "retirar a moção de confiança" e a aceitar a comissão parlamentar de inquérito relacionada com a sua empresa familiar.
Decorridas cerca de duas horas de debate, o PSD apresentou um requerimento para a suspensão de trabalhos de forma a reunir em privado com o PS. Esse pedido foi chumbado pela oposição à exceção da IL. O PS insistiu num esclarecimento “público” das questões sobre a Spinumviva, nomeadamente na comissão parlamentar de inquérito.
A partir daqui, o foco do executivo e do principal partido que o sustenta passou a ser esse: começou por apresentar uma proposta para uma comissão de inquérito com a duração de 15 dias. O principal partido da oposição não aceitou, acusando o chefe de Governo de tentar condicionar os trabalhos da CPI.
No final da discussão e ao fim de quase três horas de debate, o CDS-PP apresentou um pedido de interrupção dos trabalhos de forma potestativa, o que levou a um interregno de uma hora entre a discussão e a votação da moção de censura.
Foi já perto das 20h00 que se percebeu qual seria o desfecho deste último esforço de negociações. O ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, adiantou que o Governo propôs num último momento que a comissão parlamentar de inquérito apresentasse conclusões até ao final de maio, recebendo uma "recusa liminar" por parte do PS.
Finalmente, a moção de confiança foi chumbada tal como previsto. Só os partidos que sustentam o Governo e a Iniciativa Liberal votaram a favor, todos os outros votaram contra.
E logo começaram as trocas de acusações entre executivo e oposição, com um Luís Montenegro "perplexo" a atribuir culpas ao PS e o líder da oposição a acusar o primeiro-ministro de tentar "condicionar" a comissão parlamentar de inquérito com a moção de confiança.
O chumbo da moção de confiança determina automaticamente a queda do Governo mas não as eleições. O presidente da República já convocou os partidos e o Conselho de Estado para quarta e quinta-feira, sendo que admitiu na passada semana a realização de eleições antecipadas a 11 ou a 18 de maio.
Nova crise política com a queda do Governo de Luís Montenegro
Foto: António Antunes - RTP
Montenegro sublinha que Governo tentou "tudo o que tinha ao seu alcance"
Pedro Nuno acusa Governo de tentar condicionar o Parlamento
Iniciativa Liberal rejeita integrar coligações pré-eleitorais
Partidos da oposição muito críticos à postura do Executivo de Luís Montenegro
É ou não é? Alexandra Leitão e Paulo Rangel trocam acusações
Presidente convoca partidos para Belém após rejeição da moção de confiança
Foi ainda convocado o “Conselho de Estado, ao abrigo do artigo 145.º, alínea a) da Constituição, para se reunir depois de amanhã, quinta-feira, 13 de março, pelas 15h00, no Palácio de Belém”.
11h00 – Partido Social Democrata (PPD/PSD)
12h00 – Partido Socialista (PS)
14h00 – Iniciativa Liberal (IL)
15h00 – Bloco de Esquerda (BE)
16h00 – Partido Comunista Português (PCP)
17h00 – Livre (L)
18h00 – CDS - Partido Popular (CDS-PP)
19h00 - Pessoas-Animais-Natureza (PAN)