Crises no país pararam o "investimento na saúde"

por RTP
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, durante a sessão de encerramento da Visão Fest 201, dos 25 anos da revista Visão Lusa

Numa sessão de perguntas com vários jovens, no Parque Mayer, o Presidente da República alertou para a "paragem", que houve, de investimento no Serviço Nacional de Saúde. Culpa das crises que atingiram o país nos últimos anos. Falou mesmo em estruturas envelhecidas na Sáude.

Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que as sucessivas crises originaram uma "paragem do investimento na saúde", "envelhecendo as estruturas do Serviço Nacional de Saúde". Um problema para o qual a solução foi sendo empurrada.

Palavras do Chefe de Estado durante uma sessão de perguntas de cinco jovens de 25 anos, por ocasião da festa dos 25 anos da revista Visão. "Ao longo das várias crises houve um sacrifício nos sistemas sociais e na saúde, e as estruturas do Serviço Nacional de Saúde envelheceram, mas a procura aumentou", disse Marcelo Rebelo de Sousa, que assinalou igualmente o envelhecimento da população e o aumento das doenças crónicas.

Também por essa razão as "necessidades (nesta área) multiplicaram-se, foi crescendo uma realidade paralela no privado, e foi havendo retoques no Serviço Nacional de Saúde".

Para o Presidente da República nunca se "fez um debate efetivo sobre essa matéria, nomeadamente a saída de médicos para o privado, o papel do setor social, que se dirigiu muito para os cuidados continuados, e foi havendo retoques na Serviço Nacional de Saúde".
O estado da economia de Portugal
"Não é carne nem é peixe", disse Marcelo Rebelo de Sousa. Portugal, a economia portuguesa, afirmou, "está no meio da ponte, e tem de sair".

Sobre uma das grandes preocupações dos jovens - a dificuldade em conseguir emprego - Marcelo Rebelo de Sousa disse que compreendia a situação, e que a juventude vive atualmente um tempo "muito mais acelerado, com muito mais hipóteses e gerações com mais cultura".

"No meu tempo, não era assim: uma minoria chegava à universidade e trabalhava-se muitos anos no mesmo emprego. Hoje uma minoria começa a trabalhar", disse, comentando que os jovens "vão ser milhares de coisas que nem imaginam".

Mas mesmo perante todas as dificuldades atuais, o Presidente da República é claro: se pudesse escolher o tempo para viver os seus 25 anos, seria agora. "Vocês têm razões de queixa, entraram na vida ativa na ressaca da crise, mas vivem em liberdade", comentou, recordando que, no entanto, nunca desejaria perder da Revolução do 25 de abril.

"Espero que daqui a 25 anos Portugal tenha um crescimento sustentado, duradouro, e com emprego. Temos de admitir que com o país correu melhor do que se temia (devido à crise), mas ainda se vive durante muito tempo no ciclo da crise. Demora a mudar", disse.

C/ Lusa

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