Política
Diretor executivo do SNS afirma que "não há razão nenhuma para a ministra se demitir"
Questionado sobre o caso da grávida que morreu esta sexta-feira no Hospital Amadora-Sintra, Álvaro Almeida, considera que "não há razão nenhuma para a ministra se demitir". O diretor executivo do SNS não adiantou pormenores sobre se foram dadas indicações aos hospitais para cortes na despesa no próximo ano e disse estar esclarecido sobre quais são as suas competências no cargo.
Questionado sobre o caso da grávida que morreu no Hospital Amadora-Sintra na madrugada desta sexta-feira, o diretor executivo do SNS considerou que não razões para a ministra Ana Paula Martins se demitir e remeteu explicações para o hospital.
"Não há razão nenhuma para a ministra se demitir, não sei porque é que faz uma pergunta destas", disse perante os jornalistas.
Álvaro Almeida lamentou a morte da mulher de 36 anos e deixou condolências à família desta utente, mas também à família de outros utentes que morreram em várias circunstâncias.
"Primeiro de tudo, apresentar as minhas condolências à família desta senhora e de todas as outras pessoas que perderam a vida hoje, seja sob tratamento no SNS, seja noutras circunstâncias. É sempre trágico quando morre uma pessoa. Apresento as minhas condolências a todas essas pessoas, a todas essas famílias que estão a viver um momento difícil", disse o diretor executivo do SNS.
Cortes na despesa?
Nestas declarações esta tarde de sexta-feira, no Porto, o diretor executivo do SNS não adiantou se foram dadas indicações aos hospitais para cortarem na despesa no próximo ano.
Álvaro Almeida referiu apenas que houve uma assembleia de gestores com os dirigentes máximos das várias instituições do SNS.
"A direção executiva não faz comentários sobre o que foi discutido porque é uma reunião interna", vincou, considerando que a ministra deu todas as explicações sobre esse ponto na intervenção que fez no Parlamento.
"Eu sei quais são as minhas competências"
Já em relação às declarações de Marcelo Rebelo de Sousa, que na quinta-feira pediu uma reflexão sobre as competências da Direção Executiva do SNS e do Ministério da Saúde, Álvaro Almeida vincou que o Governo já anunciou que iria fazer essa clarificação.
No entanto, o diretor executivo do SNS afirma que já sabe quais as funções que lhe competem.
"Eu sei quais são as minhas competências. Há uma diferença entre competências nos estatutos que foram aprovados inicialmente e aquilo que o Governo entende que devem ser as competências da Direção Executiva. É necessário, de facto, como disse o Presidente, que se clarifique esse ponto", afirmou.
O responsável considera que é preciso "focar a direção executiva no core da sua atividade, que é coordenar o SNS".
"É preciso que sejam publicados os novos estatutos que reflitam de forma mais exata aquilo que o Governo pretende para a Direção Executiva", repetiu.
Álvaro Almeida negou que essa situação "não tem gerado problemas" na gestão do SNS porque "o Governo sabe o que quer e eu sei o que o Governo quer para a Direção Executiva".