Eleições 2024. Sondagem aponta para empate técnico entre PS e PSD

por Mariana Ribeiro Soares (texto), Sara Piteira (grafismo) - RTP
RTP

Depois do terramoto que levou à demissão de António Costa e à consequente crise política, a sondagem da Universidade Católica para a RTP, Antena 1 e jornal Público, divulgada esta segunda-feira, aponta para um empate técnico entre PS e PSD nas eleições legislativas de 2024. Os social-democratas têm uma ligeira vantagem de um ponto percentual em relação ao Partido Socialista.

Os resultados desta sondagem política realizada pelo CESOP–Universidade Católica Portuguesa indicam que 75% dos inquiridos têm já a ideia de votar nas próximas eleições legislativas, marcadas para 10 de março.

Os dois principais partidos estão lado a lado na tabela no que respeita às intenções diretas de voto dos portugueses (20%), com ligeira vantagem para os social-democratas na estimativa de resultados eleitorais (29% para 28%).


Os números representam uma queda para os dois partidos em relação aos resultados do CESOP de julho último, embora se mantenha o empate técnico.

Mas o maior prejudicado é o Partido Socialista, que sofre uma queda de 13 pontos percentuais face às últimas eleições, onde obteve uma maioria absoluta. Já o PSD conquista mais um ponto percentual em relação a esse escrutínio.

O Chega, por sua vez, é o partido que tem a maior subida no número de votos. O partido de André Ventura consegue agora 16% dos votos - mais nove pontos percentuais em relação ao resultado das legislativas do ano passado.

A Iniciativa Liberal também cresce para 9% e quase duplica as intenções de voto. À esquerda, o Bloco de Esquerda sobe para 6% e a CDU cai ligeiramente para os 3%. O Livre, PAN e CDS-PP estão empatados com 2% dos votos.

A sondagem aponta para uma maioria clara dos partidos da área não socialista, que juntos somam 56%. Por sua vez, os da área socialista totalizam 41%.

No entanto, só há maioria na área não socialista com o Chega. Se o partido de André Ventura for retirado da equação, os dois blocos ficam praticamente empatados.

Relativamente aos cenários pós-eleitorais, a maioria dos inquiridos deseja estabilidade. Caso o PS ganhe as eleições sem maioria absoluta, 32% dos inquiridos defende a criação de uma nova “Geringonça”, ou seja, um Governo formado pelo PS e um ou mais partidos à sua esquerda. No entanto, é significativo o número de inquiridos que admite um entendimento à direita (27%).

No cenário de uma vitória do PSD sem maioria absoluta, 42% dos inquiridos defende um Governo apoiado pelo PSD e um ou mais partidos à sua direita e 28% considera que os entendimentos podem passar pela esquerda.

Questionados sobre os motivos dos respetivos votos, os inquiridos que votaram no PS destacam a avaliação do trabalho feito pelo partido/eficácia da ação. Por sua vez, 30% dos votantes do PSD referiram a necessidade de alternância democrática e de “tentar algo novo”. Este foi também o principal motivo escolhido pelos inquiridos que manifestaram intenção de votar no Chega.

Ficha técnica:

Este inquérito foi realizado pelo CESOP–Universidade Católica Portuguesa para a RTP, Antena 1 e Público entre os dias 15 e 24 de novembro de 2023. O universo alvo é composto pelos eleitores residentes em Portugal. Os inquiridos foram selecionados aleatoriamente a partir duma lista de números de telemóvel, também ela gerada de forma aleatória. Todas as entrevistas foram efetuadas por telefone (CATI). Os inquiridos foram informados do objetivo do estudo e demonstraram vontade de participar. Foram obtidos 1102 inquéritos válidos, sendo 41% dos inquiridos mulheres. Distribuição geográfica: 31% da região Norte, 20% do Centro, 33% da A.M. de Lisboa, 7% do Alentejo, 5% do Algarve, 2% da Madeira e 2% dos Açores. Todos os resultados obtidos foram depois ponderados de acordo com a distribuição da população por sexo, escalões etários e região com base no recenseamento eleitoral. A taxa de resposta foi de 31%*. A margem de erro máximo associado a uma amostra aleatória de 1102 inquiridos é de 3%, com um nível de confiança de 95%.
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