Reportagem

Eleições na Madeira. A jornada das legislativas regionais ao minuto

por Carlos Santos Neves, Andreia Martins, Paulo Alexandre Amaral - RTP

Apesar da vitória, a coligação "Somos Madeira", que reúne o PSD e o CDS, ficou a um mandato da maioria absoluta, ao obter 23 deputados nesta eleição. O PS registou uma forte queda em relação aos resultados de 2019, ao garantir apenas 11 mandatos. Seguem-se o Juntos Pelo Povo (cinco deputados) e o Chega, que se estreia na Assembleia Regional com um total de quatro mandatos. Quatro forças partidárias - CDU, Iniciativa Liberal, PAN e Bloco de Esquerda - garantiram, respetivamente, a eleição de um representante no parlamento.

Paulo Novais - Lusa

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por RTP

Legislativas na Madeira. O filme da noite eleitoral

Há quatro anos, o PSD perdia pela primeira vez a maioria absoluta que conservava na Região Autónoma da Madeira desde 1976, o que levou o partido a formar um governo de coligação com o CDS. Nesta eleição, os social-democratas concorreram coligados com os democratas-cristãos, mas nem assim asseguraram a maioria absoluta almejada por Miguel Albuquerque.

A coligação "Somos Madeira" ficou a um mandato da maioria absoluta, com a eleição de 23 deputados. Durante a campanha, o presidente do Governo Regional garantiu que só iria governar com maioria absoluta, mas a hipótese de demissão já foi entretanto descartada.

No discurso de vitória, Miguel Albuquerque indicou que irá anunciar nos próximos dias um "governo de maioria parlamentar". Nesta eventual geringonça insular, PSD e CDS poderão contar com Iniciativa Liberal ou com o PAN. Ambos os partidos asseguraram a eleição de um parlamentar na Assembleia Regional e ambos se mostraram disponíveis a um entendimento com a coligação vencedora.

Quem não estará certamente neste acordo é o Chega, que conseguiu a eleição de quatro deputados neste escrutínio. O partido de André Ventura mostrou-se indisponível para um entendimento. Por seu lado, o líder do PSD Luís Montenegro foi perentório: "Não vamos governar nem a Madeira nem o país com o apoio do Chega".

Destaque ainda para o partido Juntos Pelo Povo, que garantiu a eleição de cinco deputados. A CDU e o Bloco de Esquerda conseguiram, respetivamente, eleger um representante ao parlamento regional.

A taxa de abstenção nesta eleição não bate recordes, mas recupera uma tendência crescente: 46,66 por cento. Em 2019, a abstenção tinha sido de 44,5 por cento. Desde 1976, ano em que se realizaram as primeiras eleições para a Assembleia Legislativa da Madeira, o recorde de abstenção foi registado em 2015, com 50,33%.
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por RTP

"Não será pela IL que a Madeira não terá uma solução de estabilidade"

Foto: Paulo Novais - Lusa

No rescaldo da noite eleitoral na Madeira, o líder da Iniciativa Liberal afirmou que o partido "é o adulto na sala". Rui Rocha acrescentou que a sua força política tem "total disponibilidade" para "chegar a uma solução de estabilidade" na Região Autónoma, em negociações com Miguel Albuquerque.

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por Lusa

PAN de "portas abertas" a coligação pós-eleitoral

Homem de Gouveia - Lusa

A cabeça de lista do PAN às legislativas da Madeira, Mónica Freitas, afirmou hoje que o seu partido não fechará portas a uma coligação pós-eleitoral com o PSD e o CDS, que venceram as eleições sem maioria absoluta.

"As portas estão todas abertas", afirmou Mónica Freitas, eleita como deputada pelo PAN (Pessoas-Animais-Natureza), aludindo à possibilidade de se coligar com o "Somos Madeira", coligação que venceu as eleições mas não conseguiu assegurar a maioria absoluta.

O PAN "terá que pensar a sua decisão, mas para já é essa a mensagem que queremos transmitir", afirmou Mónica Freitas, aos jornalistas no final do discurso com que celebrou a sua eleição e o regresso do partido à Assembleia Legislativa da Madeira.

O Compromisso partido "será sempre com os madeirense e os porto-santenses", garantiu afirmando que seu objetivo é o de "poder defender" as causas que propôs ao eleitorado e garantindo que irá trabalhar no sentido de levar as suas propostas ao Parlamento.

Eleita hoje deputada na Assembleia Legislativa da Madeira Mónica Freitas celebrou, no deu discurso, "o poder do trabalho de equipa, da dedicação incansável e da crença inabalável" no projeto com que se candidatou.

"Obrigada por nos darem uma oportunidade de fazer diferente, por nos fazerem acreditar que é possível fazer política de outra maneira", disse, sublinhado que "esta eleição é de todas as pessoas que se identificam com as causas e que querem vê-las representadas no Parlamento".

Dedicando a eleição a "todas as pessoas que acreditam numa Madeira mais sustentável, justa, inclusiva e em que ninguém fique para trás", prometeu ainda"trabalhar incansavelmente" para garantir que as propostas do PAN "são levadas ao Parlamento", para que "seja dada voz a quem não tem voz", e para que a oportunidade dada ao partido "seja aproveitada até ao fim do mandato".

Esta é a quarta vez que o PAN concorre a eleições legislativas regionais na Madeira.

Nas primeiras eleições em que concorreu, em 2011, alcançou um mandato, mas nas seguintes falhou a conquista de mandatos, recuperando agora com a eleição de Mónica Freitas.

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Miguel Albuquerque anuncia para os próximos dias um governo de maioria parlamentar

O líder do PSD Madeira, Miguel Albuquerque, dirigiu-se aos apoiantes para defender que estas eleições foram ganhas de forma expressiva pela coligação Somos Madeira, que recebeu de forma expressiva o voto maciço e a confiança dos madeirenses e porto-santenses. "Ganhámos nos 11 concelhos da Madeira, ganhámos em 52 das 54 freguesias", afirmou.

"Este voto de confiança dos madeirenses e dos porto-santenses foi sem dúvida o reconhecimento dos extraordinários e difíceis anos que tivemos pela frente, enfrentámos a epidemia, recuperámos a economia da Madeira e, neste momento, quem perdeu as eleições foi o Partido Socialista", sublinhou Miguel Albuquerque, anunciando que estará, nos próximos dias, em condições de apresentar um governo de maioria parlamentar, excluindo dessa coligação o Chega.
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IL abre porta a Miguel Albuquerque para governar

Nuno Morna falou esta noite aos apoiantes da Iniciativa Liberal, anunciando que "não rejeitamos o papel de sermos o adulto na sala, de conversar seja com quem for, e as nossas portas estão sempre abertas para isso". Para negociar, o líder da IL na Madeira exige que estejam em cima da mesa "impostos reduzidos e a resolução das listas de espera, chamando privados e social para esse enorme problema que os madeirenses têm, e resolver os problemas da transparência, da corrupção e do compadrio partidário".

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Luís Montenegro: "Não vamos governar nem a Madeira nem o país com o apoio do Chega"

Foto: Paulo Novais - Lusa

O presidente do PSD considerou que esta é uma "noite de alegria" para o partido e sublinhou que os social-democratas, em coligação com o CDS, venceram as eleições "com muita margem" e de forma "robusta".

Luís Montenegro diz que esta é "uma vitória que sabe a vitória", ainda que a coligação PSD/CDS não tenha alcançado a maioria absoluta. 

Destacou que esta foi uma "vitória em toda a linha" e que a votação da coligação na Madeira foi superior, por exemplo, à votação que o PS obteve nas últimas eleições legislativas e que permitiram ao partido alcançar a maioria absoluta.

Para o líder do PSD, a incapacidade de alcançar a maioria absoluta na Madeira ficou a dever-se a "vicissitudes do sistema eleitoral".

Luís Montengro adiantou ainda que "não haverá nenhuma solução governativa da Madeira que tenha a contribuição do Chega".

"Aquilo que pode acontecer na Madeira é aquilo que vai ou pode acontecer no país. (...) Não vamos governar nem a Madeira nem o país com o apoio do Chega", vincou o líder do PSD.
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Chega propõe-se "ser a voz do que não têm voz" na Madeira

"Vamos ser a voz daqueles que estão fartos de pagar a subsidio-dependência de tantos e a subsidio-dependência política de tantos nesta região", afirmou o cabeça-de-lista do Chega na reação aos resultados das eleições na Madeira. Num eco da posição de André Ventura, Miguel Castro exortou Miguel Albuquerque a demitir-se.

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João Torres garante que o PS "jamais virará as costas à Madeira"

O secretário-geral adjunto do PS admite que "os resultados ficam aquém do desejado pelo partido socialista", sublinhando, contudo, que "não determinam o compromisso inabalável do Partido Socialista com as autonomias regionais". João Torres garantiu aos madeirenses e porto-santenses "que podem sempre contar com o PS, que nunca virou e jamais virará as costas à Madeira".

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JPP assinala melhor resultado de sempre com cinco deputados

Foto: Homem de Gouveia - Lusa

Élvio Sousa saudou os madeirenses que deram "o melhor resultado de sempre do JPP" em algumas freguesias para criar uma alternativa na Madeira.

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Sérgio Gonçalves: PS é a única alternativa de governo para a Madeira

Foto: Homem de Gouveia - Lusa

O PS Madeira assume que ficou aquém dos seus objetivos em resultado e número de mandatos devido a uma "dispersão de votos pelos partidos mais pequenos". Sérgio Gonçalves considera que o PS é a única alternativa de governo para a Madeira.

O socialista destaca que os madeirenses "não optaram" pela maioria do PSD e CDS e questiona se outros partidos poderão "trair os madeirenses" ao "coligar-se com o atual regime".

Questiona ainda se Miguel Albuquerque irá "uma vez na vida cumprir com a sua palavra" e apresentar a demissão ao falhar a maioria absoluta.
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"Regressámos ao parlamento regional". Mariana Mortágua dá objetivos por cumpridos

A coordenadora do Bloco de Esquerda saudou a eleição de Roberto Almada para a Assembleia Legislativa da Madeira e assinalou a perda da maioria absoluta por parte da coligação entre PSD e CDS-PP.

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António Costa felicita Miguel Albuquerque pela vitória

Em nota enviada à comunicação social, o gabinete de António Costa informa que o primeiro-ministro "felicitou o Presidente do Governo Regional da Madeira pelo resultado eleitoral hoje alcançado, com votos de continuação de bom trabalho em prol da Região e do País".
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Indisponível para acordos. Ventura desafia Albuquerque a "demitir-se de imediato"

Foto: Homem de Gouveia - Lusa

André Ventura fez saber que, "após conversa com o novo líder parlamentar do Chega da Madeira, Miguel Castro (...) o Chega está indisponível para qualquer acordo, coligação ou entendimento com Miguel Albuquerque". O líder nacional diz que, em nome da "coerência em política, Miguel Albuquerque deve demitir-se das funções de presidente do governo regional e de líder do PSD Madeira com efeitos imediatos".

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Roberto Almada eleito para a Assembleia Legislativa agradece ao Bloco

Foto: Paulo Novais - Lusa

No momento de reagir aos resultados finais das eleições da Madeira, o cabeça-de-lista do Bloco de Esquerda, Roberto Almada, dedicou a sua eleição como deputado à Assembleia Legislativa aos apoiantes do partido. E agradeceu também à estrutura nacional do partido.

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Paulo Raimundo aponta confirmação do deputado da CDU e derrota indisfarsável do PSD/CDS-PP

"A confirmação da nossa representação parlamentar é a expressão do reconhecimento do valor da intervenção em defesa dos trabalhadores e do povo na Madeira", considerou o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, sublinhando a essa "intervenção que se sobrepôs às campanhas de menorização da CDU".

"A não obtenção da maioria absoluta é um resultado relevante e uma derrota indisfarsável para a coligação PSD/CDS-PP", acrescentou Paulo raimundo.
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Coligação PSD/CDS vence eleições mas falha maioria absoluta

A coligação "Somos Madeira" falhou a maioria absoluta, elegendo 23 deputados (43,13% dos votos). Ficou a um deputado da maioria absoluta.

O PS registou uma forte queda em relação aos resultados de 2019, ao garantir apenas 11 mandatos (21,30%).

Segue-se o JPP com 5 mandatos (11,03%) e o Chega ficou com 4 deputados (8,88% dos votos).

PCP, Iniciativa Liberal, PAN e Bloco de Esquerda elegeram, cada um, um deputado.
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Edgar Silva deixa recado a quem "pressagiava desaparecimento da CDU"

Foto: Homem de Gouveia - Lusa

"Lamento desiludir algumas pessoas que pressagiavam o desaparecimento da CDU do plano parlamentar, mas a CDU não só conseguiu o aumento de votos como a percentagem eleitoral teve a progressão de 1,8 por cento", afirmou Edgar Silva em reação aos resultados eleitorais na Madeira.

O cabeça-de-lista comunista acrescentaria que "o PSD/CDS-PP perdeu a maioria absoluta", um "quadro político surpreendente para muito boa gente".
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Coligação PSD/CDS pode falhar a maioria absoluta

Numa altura em que estão atribuídos 33 mandatos, a coligação PSD/CDS conta com 17 deputados, enquanto o PS conta com oito mandatos.

O partido Juntos Pelo Povo já assegurou quatro mandatos e o Chega garantiu três deputados. A CDU conta com um mandato.

Faltam ainda atribuir 14 mandatos.
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Chega estreia-se na Assembleia Regional

O Chega vai estrear-se na Assembleia Legislativa da Madeira na próxima legislatura. Com 46 freguesias apuradas, o partido já conseguiu garantir a eleição de dois deputados.
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Madeira. CDU faz análise positiva à projeção

Em reação às primeira projeções, Maria José Fonseca, da CDU Madeira, diz que o resultado das projeções já é positivo tendo em conta que atribui ao partido a eleição de um deputado.

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Poiares Maduro e João Soares preocupados com crescimento do Chega na Madeira

Miguel Poiares Maduro diz ser natural que a direção nacional do PSD queira estar na Madeira para colher os eventuais bons resultados das eleições deste domingo. João Soares sublinha que não há uma leitura nacional dos resultados na Madeira e, à semelhança do companheiro de painel, falou do crescimento do Chega como um facto preocupante.

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PS reconhece que projeções "não vão ao encontro" do esperado

Rui Caetano, líder parlamentar do PS Madeira, adianta que o PS está a aguardar "serenamente" pelos resultados. Admite, no entanto, que as projeções já conhecidas "não vão ao encontro do que ouvimos na rua" durante a campanha.

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Alberto João Jardim diz ser curto o resultado da projeção para o PSD/CDS-PP

Alberto João Jardim diz que o resultado da projeção para a coligação PSD/CDS-PP é "pouco", ainda mais sendo o somatório de dois partidos. O antigo presidente do Governo Regional diz que começar a noite com a dúvida de maioria absoluta levanta questões sobre o trabalho do executivo nos últimos quatro anos.

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Bloco otimista após campanha que "foi em crescendo"

Na reação à projeção da Universidade Católica para a RTP, o Bloco de Esquerda quis sublinhar que "só no final da contagem" dos votos será possível perceber se o partido conseguiu regressar à Assembleia Legislativa da Madeira.

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PAN ainda acredita "num bom resultado ao final da noite"

Marco Gonçalves, do PAN, acredita que o trabalho desenvolvido pelo partido durante a campanha eleitoral terá frutos esta noite, com o partido "a rumar ao parlamento regional".

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Alberto João Jardim aponta "balcanização da esquerda"

Numa leitura da projeção da Universidade Católica para a RTP, Alberto João Jardim referiu o que considera ser uma "enorme quantidade de partidos radicais à esquerda", o que implica que, por exemplo, o JPP esteja, na ótica do antigo presidente do Governo Regional da Madeira, "a beneficiar de muitos votos do Partido Socialista".

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IL reaje a projeção. "Maiorias absolutas não são boas em lugar algum"

Alícia Teixeira, da IL, vê "com grande otimismo" os números da projeção da Universidade Católica para a RTP conhecidos ao início da noite, sublinhando que a existência de "maiorias absolutas não são boas em lugar algum".

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JPP assinala ausência da certeza de maioria absoluta PSD/CDS-PP

Patrícia Spínola, do Juntos Pelo Povo, assinala a ausência para já de uma maioria absoluta que defina o parlamento madeirense, o que deixa em aberto outras configurações políticas para a Madeira.

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Reação à projeção. PS aguarda "serenamente" pelos resultados

Em reação à projeção da Universidade Católica para a RTP, o secretário-geral do PS da Madeira, Gonçalo Aguiar, considera que "ainda é muito preliminar" falar sobre os resultados finais.

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Chega reage a projeção. "Tudo indica que vamos eleger um grupo parlamentar"

Perante a projeção de resultados das legislativas regionais da Madeira divulgada pela RTP, que aponta para a possibilidade de o Chega conquistar três a cinco assentos na Assembleia Legislativa, Miguel Castro, cabeça-de-lista do partido, agradeceu a participação dos eleitores. "Vamos ver como é que se desenrola a contagem dos votos", acrescentou.

"Não tenho dúvidas de que, daqui a quatro anos, o Chega será uma força política na Madeira extremamente relevante", acentuou.
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"Estamos confiantes". PSD aguarda escrutínio após projeção sem garantias

O líder parlamentar do PSD da Madeira, Jaime Filipe Ramos, mostrou-se confiante no resultado das eleições legislativas regionais, após a divulgação da projeção de resultados por parte da RTP. A maioria absoluta não está garantida.

"Estamos confiantes de que vamos continuar a ter a responsabilidade governar pelos próximos quatro anos", afirmou o dirigente partidário.
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Projeção. Coligação Somos Madeira (PSD/CDS) pode alcançar maioria absoluta

A maioria absoluta é muito provável, mas não está garantida. De acordo com a projeção da Universidade Católica para a RTP, a coligação “Somos Madeira”, que junta o PSD e o CDS, poderá alcançar entre 44 e 48 por cento dos votos (ou seja, entre 23 e 26 mandatos).

Para assegurar a maioria absoluta, o PSD e CDS devem garantir pelo menos 24 deputados.

Em segundo lugar nesta projeção surge o PS, com um resultado entre os 18 e os 21 por cento (entre 9 e 12 mandatos). De acordo com as projeções da Universidade Católica, o partido Juntos Pelo Povo (JPP) alcança entre 9 e 12 por cento dos votos (ou seja, terá entre 4 a 6 mandatos).

Segue-se no Chega, que poderá ter uma votação entre 8 e 10 por cento (elegendo assim entre 3 e 5 mandatos).

A Iniciativa Liberal poderá ficar entre os 2 e os 4 por cento de votos, enquanto a CDU e o Bloco de Esquerda deverão obter entre 2 a 3 por cento dos votos.

Estes três partidos deverão garantir a eleição de um representante na Assembleia Regional.

Por fim, o PAN poder ter entre 1 e 3 por cento de votação, mas corre o risco de não eleger qualquer representante. Na melhor das hipóteses, o partido poderá garantir um mandato.
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Abstenção nos 44-48%. PS diz que "boa adesão manifesta desejo de mudança"

Rui Caetano, líder parlamentar do PS na Madeira, considera que "há uma boa adesão à votação", face ao que tem verificado nas mesas de voto.
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Projeção da abstenção. PSD destaca estimativa "inferior a 50%"

A reação do PSD madeirense à projeção da abstenção divulgada pela RTP, entre os 44 e os 48 por cento, coube a Jorge Carvalho. O conselheiro regional dos social-democratas quis salientar que se trata de uma estimativa "inferior aos 50 por cento".
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Projeção da Católica para a RTP. Eleições na Madeira com 44 a 48 por cento de abstenção

A estimativa da Universidade Católica para a RTP foi calculada com base nos resultados de participação eleitoral até às 16h00, divulgados pela Secretaria Geral do Ministério da Administração Interna.

A confirmarem-se estes dados, a abstenção poderá ficar acima dos 44,5% por cento registados nas eleições de 2019.

Desde 1976, ano em que se realizaram as primeiras eleições para a Assembleia Legislativa da Madeira, o recorde de abstenção foi registado em 2015, com 50,33%.
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Afluência às urnas de 39,9% até às 16h00

Segundo a Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, a afluência dos eleitores às urnas nas eleições regionais da Madeira era de 39,9% até às 16h00.

Estes números ficam abaixo do que se verificou em 2019. À mesma hora, há quatro anos, a afluência às urnas era de 40,79%. Em 2015, a percentagem de participação foi de 37,48%.

Até às 12h00 de hoje, tinham votado na Madeira 20,98% dos eleitores inscritos.
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CNE recebeu cinco queixas
por RTP

Todas foram já objeto de decisão e notificação

A RTP apurou junto da Comissão Nacional de Eleições que esta estrutura recebeu cinco queixas relativas ao ato eleitoral deste domingo. Todas foram entretanto objeto de decisão e notificação aos intervenientes, no sentido de cessarem ou alterarem procedimentos.

As queixas visaram um cartaz colocado a 500 metros de uma mesa de voto, o apelo ao voto em transporte organizado por iniciativa de um presidente de junta de freguesia, o impedimento, por parte de um delegado, da apresentação de uma reclamação, diálogo entre um candidato e eleitores junto de mesas de voto e casos de alegada pressão de delegados de partidos sobre eleitores.
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A afluência no Centro Cívico de Câmara de Lobos
por RTP

Eleitorado "tem sido assíduo"

A afluência nesta assembleia de voto da Madeira situava-se, a meio da tarde, em 36,5 por cento.
O eleitorado, resumiu o responsável pela mesa ouvido pela equipa de reportagem da RTP, "tem sido assíduo".
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"Mais gente a votar após o almoço"
por RTP

A perspetiva da equipa de reportagem da RTP em São Martinho

Em direto da Escola da Ajuda, na freguesia de São Martinho, aquela que tem o maior número de eleitores na Madeira, a equipa de reportagem da RTP referiu um aparente aumento do número de pessoas a deslocarem-se às urnas, ao início da tarde deste domingo de legislativas regionais.
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por RTP

"Estou reformado, deito-me mais cedo". Jardim evita "protagonismos"

Ouvido pela RTP no momento de exercer o direito de voto, o antigo presidente do Governo Regional da Madeira Alberto João Jardim quis sublinhar que evita "protagonismo" e que "a noite é dos vencedores das eleições".

"A partir do momento em que deixei a vida política, fico em casa. Os festejos passaram a ser outros", rematou.
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por RTP

Dia de legislativas na Madeira

Homem de Gouveia - Lusa

Eleitores madeirenses em fila para a votação na Escola de Santo Amaro, freguesia de Santo António, Funchal.

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Participação de 20,98%
por RTP

Percentagem de eleitores que votaram nas primeiras horas das legislativas é semelhante a 2019

Dados da Comissão Nacional de Eleições apontam para uma participação de 20,98 por cento até às 12h00.

No anterior ato eleitoral, em 2019, a afluência às urnas era de 20,97 por cento até à mesma hora. Em 2015 a taxa de participação era de 17,21 por cento.
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por RTP

Candidatos advertem contra abstenção ao votarem na Madeira

Apelos contra a abstenção e pluralismo. Foram estas as mensagens das forças políticas da Madeira no momento da votação.

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Votação decorre desde as 8h00
por RTP

Emissão especial da RTP3 dedicada às eleições na Madeira começa às 18h30

As urnas abriram às 8h00. Desde então, milhares de madeirenses têm exercido o direito de voto.A RTP3 dá início às 18h30 a uma emissão especial dedicada às eleições regionais na Madeira.


Ao final da manhã, o representante da República para a Madeira garantia que estas eleições regionais decorriam com normalidade. Em declarações aos jornalistas, Ireneu Barreto apelou ao voto.

"Pelas informações que tenho, todas as secções de voto abriram, sem problemas", indicou, após votar. "Faço votos, está um dia lindo, as pessoas têm tempo para votar, para ir à serra ou ir à praia", prosseguiu.

"Se não votarmos, dispensamo-nos de nos preocupar com a cidadania, com o modo como a nossa região vai ser governada", completou o representante da República, citado pela agência Lusa.No último ato eleitoral, em 2019, a abstenção foi de 44,5 por cento.

As 292 secções de voto distribuídas por 54 freguesias de 11 concelhos do arquipélago mantêm-se em funcionamento até às 19h00, quando serão conhecidas as projeções de resultados.
Em jogo estão 47 lugares na Assembleia Legislativas regional, disputados num círculo eleitoral único. Concorrem PTP, JPP, BE, PS, Chega, RIR, MPT, ADN, PSD/CDS-PP (coligação Somos Madeira), PAN, Livre, CDU (PCP/PEV) e IL.

Há quatro anos, os social-democratas elegeram 21 deputados, o que ditou a perda da maioria absoluta que o partido conservava desde 1976. O PSD formou então um executivo de coligação com o CDS-PP, que elegeu três deputados. O PS conquistou 19 mandatos, o JPP três e a CDU um.
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Momento-Chave
por Inês Moreira Santos - RTP

O que devemos saber sobre as Eleições Legislativas da Madeira?

Tiago M.P. Costa - RTP

No calendário político, estão marcadas para este domingo as eleições legislativas na Região Autónoma da Madeira. Abertas as hostilidades para um novo ciclo eleitoral, com a campanha a decorrer desde 10 de setembro, as sondagens apontaram para uma vitória da coligação do PSD e do CDS-PP, "Somos Madeira", e a consequente reeleição de Miguel Albuquerque. No dia em que os eleitores madeirenses são chamados às urnas, há que perceber como funcionam a Assembleia Legislativa e a autonomia do executivo e como são eleitos os deputados.

Há 47 lugares do parlamento regional para disputar e 13 candidaturas para os preencher – 11 partidos e duas coligações - num círculo eleitoral único. Esperam-se quase 254 mil eleitores madeirenses a votar para escolher quem governará a região autónoma e quantos deputados de cada partido conseguem sentar na Assembleia Legislativa. Como é que funciona o Governo Regional da Madeira autonomamente do Governo da República Portuguesa?

Foi em 1976 que a Madeira se tornou uma região autónoma da República Portuguesa, passando a ser constituída por órgãos governativos como a Assembleia Legislativa – um parlamento unicameral composto, atualmente, por 47 deputados – e o Governo Regional. À semelhança do que aconteceu com os Açores, este arquipélago passou a ter autonomia devido às mudanças políticas e administrativas, após o 25 de Abril, como parte de um processo mais amplo de descentralização do Governo central em Lisboa, com o objetivo de conceder às regiões mais poder e controlo sobre os assuntos locais.

Graças ao Estatuto Político-Administrativo que lhe foi conferido, a Madeira tem autonomia para tomar decisões e desenvolver políticas em várias áreas – incluindo Finanças, Educação e Saúde – e ter um governo próprio, independente do Governo de Portugal Continental, liderado por um presidente eleito pelos eleitores locais.

O arquipélago, recorde-se, é composto pelas ilhas da Madeira, do Porto Santo, Desertas, Selvagens e os seus ilhéus. E, de acordo com o respetivo estatuto político-administrativo, o Governo da República Portuguesa tem de respeitar, “na sua organização e funcionamento, o regime autonómico insular e a identidade regional como expressão do seu direito à diferença”, uma vez que esta autonomia política, administrativa, financeira, económica e fiscal “não afeta a integridade da soberania do Estado e exerce-se no quadro da Constituição e deste Estatuto”.

É de frisar, contudo, que apesar de a Assembleia Legislativa da Madeira ter poderes limitados a assuntos de interesse da região, tem alguma autonomia para legislar sobre questões específicas dentro das competências atribuídas pela Constituição Portuguesa. A relação entre o Governo Regional da Madeira e o Governo da República Portuguesa é uma parte fundamental do sistema político de Portugal, que reconhece a autonomia da Madeira como uma região autónoma. Embora tenham poderes distintos, estes órgãos governativos cooperam entre si a vários níveis, de forma a garantir a coesão nacional.
Eleições para a Assembleia Legislativa
As eleições do próximo fim de semana são para a Assembleia Legislativa da Madeira e para o Governo Regional, isto é: os eleitores vão votar em quem querem a liderar o Governo e quem querem que os represente no parlamento regional.

Como o nome indica, a Assembleia Legislativa é o órgão que tem competências para legislar sobre matérias de interesse regional, podendo definir medidas e políticas específicas para a Madeira. Esta é composta por 47 deputados regionais, eleitos por sufrágio universal direto e secreto, através das eleições regionais. Atualmente, os deputados cumprem um mandato de quatro anos e representam os interesses dos cidadãos da Madeira no processo legislativo regional.

Neste momento, e ainda antes das novas eleições, o PSD tem 21 dos 47 deputados da Assembleia Legislativa da Madeira, o CDS-PP três, o PS 19, o JPP três e o PCP tem um deputado.

Partido Trabalhista Português (PTP), Juntos Pelo Povo (JPP), Bloco de Esquerda (BE), Partido Socialista (PS), Chega, Reagir Incluir Integrar (RIR), Partido da Terra (MPT), Alternativa Democrática Nacional (ADN), Somos Madeira (coligação PSD/CDS-PP), Pessoas-Animais-Natureza (PAN), Livre, CDU – Coligação Democrática Unitária (PCP/PEV) e Iniciativa Liberal (IL) são as forças políticas que se apresentam a votos para os 47 lugares no parlamento regional.
Governo Regional
O presente Governo Regional da Madeira é liderado por Miguel Albuquerque, na sequência da coligação que o PSD e o CDS-PP criaram, em 2019, após a perda da maioria dos social-democratas. No domingo, os madeirenses têm a oportunidade de votar para escolher o próximo líder do executivo regional.

À semelhança do que se verifica nas Eleições Legislativas para o Governo em Portugal Continental, o presidente do Governo Regional da Madeira é eleito pela Assembleia Legislativa e deve contar com a confiança e apoio dos parlamentares que a constituem. Este órgão executivo é responsável pela implementação das políticas e programas aprovados na Assembleia.

O social-democrata Miguel Albuquerque é o atual presidente do Governo Regional da Madeira e recandidatou-se às Eleições Legislativas de 2023. Nas últimas eleições para a Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira, que aconteceram em 2019, o PSD venceu as eleições, perdendo contudo a maioria absoluta que detinha desde 1976 e acabando por formar um governo de coligação com o CDS-PP.

Considerando os resultados eleitorais, os 21 deputados do PSD e os três do CDS-PP garantem, em coligação, a maioria na Assembleia Legislativa. Na oposição lidera o PS, representado por 19 deputados, seguido do JPP com três parlamentares e a CDU com um.
Tradicional tendência social-democrata
É de reconhecer que a situação política na Região Autónoma da Madeira é única, uma vez que é o mesmo partido que governa desde 1976. Passados 47 anos, desde que foi conferida a autonomia ao arquipélago, as sondagens indicam que o Partido Social Democrata irá continuar a liderar o Governo Regional, mas novamente em coligação com o CDS.

No início da campanha, sondagens realizadas pela Intercampus e divulgadas pelo Jornal da Madeira, previam que a coligação Somos Madeira podia conseguir uma maioria absoluta. Se a lista do PSD/CDS conseguisse os 34,6 por cento que indicavam estes primeiros estudos, a coligação que está no executivo atualmente podia eleger até 26 deputados.

As mesmas previsões indicam que apenas 16,1 por cento dos eleitores teriam intenção de votar no Partido Socialista que, nesse caso, só elegeria 12 parlamentares, mas mantendo-se ainda como líder da oposição.

Uma sondagem da Universidade Católica para a RTP e Antena 1, divulgada esta semana, revela que a coligação que governa a Região Autónoma da Madeira tem 50 por cento das intenções de voto e que os dois partidos juntos somam mais do que nas últimas eleições. Já o PS fica em segundo lugar com menos de metade: 23 por cento, muito abaixo do resultado obtido há quatro anos.

Apesar da histórica governação social-democrata na Madeira, o partido que outrora elegia Alberto João Jardim para o Governo Regional perdeu a maioria absoluta e teve de recorrer, nas últimas eleições de há quatro anos, ao CDS para se manter na liderança mais um mandato. E como popularmente se diz: “em equipa que ganha não se mexe”. Por isso, este ano e pela primeira vez, PSD e CDS-PP estão a concorrer às Legislativas da Madeira em coligação.

Considerando o passado político da região e o contexto atual, a coligação “Somos Madeira” poderá vencer este ano e Miguel Albuquerque será reeleito – é presidente do Governo Regional desde 2015, depois de suceder a Alberto João Jardim, e o cabeça de lista da candidatura

Na Madeira o PSD tem um histórico de vitórias eleitorais sucessivas, ao longo de quase cinco décadas, e perdeu em 2019, pela primeira vez, a maioria absoluta que detinha desde 1976. A coligação em funções no executivo atual fez um balanço positivo dos últimos quatro anos de governação e assume ter como objetivo assegurar a maioria absoluta, nestas eleições, para manter o rumo de “estabilidade, progresso e desenvolvimento” do arquipélago.
Eleitorado madeirense
De acordo com dados do recenseamento eleitoral, estão registados perto de 254 mil eleitores para votar no domingo, na Madeira. Analisando os números, disponíveis no site da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna no início de setembro, há menos quase quatro mil eleitores do que em 2019, nas últimas legislativas. A ilha da Madeira perdeu 4.087 eleitores, mas o Porto Santo ganhou 194.

Já o Funchal é o concelho com mais eleitores, com 104.917, seguindo-se Santa Cruz, com 39.705, e Câmara de Lobos, com 32.402. O concelho com menos eleitores inscritos é Porto Moniz, com 3.020.


Há ainda outro fator a considerar quando a questão é o número de eleitores: o número de votantes efetivos. Nas eleições de 2019, o PSD perdeu a maioria absoluta com 39,42 por cento dos votos (56.448 votos) e, com pouca diferença, a primeira força da oposição, o PS, conseguiu os 35,76 por cento (51.207 votos). Todavia, o valor da abstenção foi superior: 44,5 por cento.

Isto é, pouco mais de metade dos eleitores madeirenses inscrito em 2019 foram às urnas para votar na Assembleia Legislativa da região. Dos cerca de 258 mil madeirenses que estavam recenseados para votar, apenas 143 mil votaram efetivamente. Comparativamente a 2015, contudo, a abstenção diminuiu – o que não acontecia há mais de 30 anos – e, se a tendência se mantiver, nas eleições de 24 de setembro de 2023, pode ser uma boa notícia para os candidatos.

Foto: Tiago M.P. Costa - RTP
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Momento-Chave
por Mariana Ribeiro Soares - RTP

Madeira. PSD procura recuperar maioria absoluta em coligação com o CDS-PP

Paulo Novais - Lusa

Os madeirenses são este domingo chamados às urnas para eleger a composição da nova Assembleia Legislativa Regional. Quatro anos depois das eleições mais renhidas de sempre, o PSD concorre pela primeira vez em coligação com o CDS-PP, com quem formou uma aliança depois de ter perdido a maioria absoluta que conservava desde 1976. Olhamos para os 13 partidos que concorrem a estas eleições regionais.

Este domingo, os olhos dos portugueses estão postos na Madeira. As eleições acontecem nas ilhas, mas o impacto dos resultados chegará sempre ao continente.

Em particular para os partidos com novas lideranças – como é o caso do PCP, IL e BE – estas eleições regionais são um primeiro teste nas urnas. O objetivo de todos eles é eleger deputados para a Assembleia Legislativa contra a maioria absoluta de direita.

Por sua vez, o grande objetivo do PSD é recuperar a maioria absoluta que perdeu em 2019, quebrando um ciclo que se mantinha há 43 anos.

O partido social-democrata, que apenas conseguiu 39,42% dos votos nas últimas eleições, chegou a acordo com o CDS, que alcançou 5,47% dos votos, para formar Governo. Juntos conseguiram assegurar 24 lugares na Assembleia. A segunda força política mais votada foi o PS, que conseguiu o seu melhor resultado de sempre, com 35,76% dos votos e 19 deputados eleitos. O JPP obteve 5,47% dos votos, elegendo três deputados, e a CDU conseguiu apenas um lugar na Assembleia, com 1,80% dos votos.

No total, são 13 as forças políticas que disputam os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único. Para além do ADN e do Livre, que se estreiam em eleições regionais, vão também a votos o PSD/CDS-PP, CDU (PCP/PEV), PTP (Partido Trabalhista Português), JPP (Juntos Pelo Povo), BE, PS, Chega, RIR (Reagir, Incluir, Reciclar), MPT (Partido da Terra), PAN e IL.
PSD/CDS tenta assegurar maioria
Depois de ter perdido, pela primeira vez em 43 anos, a maioria absoluta naquele arquipélago nas últimas eleições, o PSD, em coligação com o CDS, procura conseguir assegurar uma maioria desta vez.

A sondagem da Universidade Católica para a RTP e Antena 1, divulgada esta terça-feira, aponta para que a aliança consiga atingir esse objetivo, com 50 por cento das intenções de voto – mais do que o PSD e CDS somaram juntos nas últimas eleições.


Apesar de favoráveis, Miguel Albuquerque olha com cautela para as sondagens, advertindo para o excesso de triunfalismo e para o risco de maior abstenção.

Miguel Albuquerque, presidente do Governo Regional da Madeira desde 2015, já afirmou que só formará governo se a coligação “Somos Madeira” vencer estas eleições com maioria absoluta, admitindo mesmo demitir-se da liderança dos social-democratas se não atingir esse objetivo.

“Eu recuso-me a governar se não tiver maioria”, reiterou Miguel Albuquerque durante a campanha eleitoral esta semana. “Um governo sem uma maioria é como aqueles jogos de futebol onde eles estão sempre a jogar ao meio campo, a tropeçar uns nos outros, sempre a cair e nunca marcam golos. Eu recuso-me estar à frente de um governo que não marca golos”, afirmou.

Em entrevista à Antena 1, Miguel Albuquerque rejeitou ainda a hipótese de formação de alianças, à esquerda ou com o Chega, e disse não acreditar na estabilidade dos acordos de incidência parlamentar.

Em termos de propostas, Miguel Albuquerque admite a criação de uma taxa turística e diz querer baixar os impostos a cidadãos e empresas. O presidente da Madeira avisa, no entanto, que não vai reduzir o IVA, argumentando que “o IVA não tem impacto sobre o rendimento”.

“Vamos continuar a reduzir os impostos, mas essa redução deve ser sempre progressiva em relação ao rendimento porque senão estamos a praticar uma injustiça social que eu não aceito”, disse Miguel Albuquerque em entrevista à RTP Madeira.
PS quer ser alternativa para uma “Madeira melhor”
O gestor e deputado regional Sérgio Miguel Sousa Gonçalves, líder do PS madeirense, é o cabeça de lista do principal partido da oposição na região.

O deputado assumiu que o seu objetivo é reunir os votos para "mudar a Madeira". “Nós queremos construir uma Madeira melhor e temos as condições para construir essa Madeira melhor”, afirmou, acusando Miguel Albuquerque de não ter cumprido nenhuma das suas promessas desde 2015, quando ganhou as eleições.

“A Madeira mudou para pior em 2015, quando Miguel Albuquerque muito prometeu e pouco ou nada cumpriu”, disse Sérgio Gonçalves.

Para a construção dessa “Madeira melhor”, o deputado socialista defende que é preciso olhar em primeiro lugar para a saúde e promete diminuir as listas de espera nos hospitais, com a implementação de tempos máximos de resposta garantidos.


Foto: Homem de Gouveia - Lusa
O candidato do PS promete ainda baixar os impostos e valorizar os salários e rendimentos das famílias.

Sérgio Gonçalves nasceu em abril de 1979 e tornou-se militante socialista em dezembro de 2019, quando foi eleito deputado para a Assembleia Legislativa da Madeira, sendo então o 16.º nome na lista de candidatos.

O gestor sucedeu na liderança da estrutura regional do PS a Paulo Cafôfo - atual secretário de Estado das Comunidades -, que se demitiu e renunciou ao cargo de deputado na Assembleia Legislativa da Madeira na sequência do mau resultado nas autárquicas de setembro de 2021.
JPP quer ser a terceira força política
O arqueólogo Élvio Sousa volta a encabeçar a lista do Juntos Pelo Povo, o partido que surpreendeu nas regionais de 2015, ao conseguir eleger na sua estreia cinco deputados.

O partido tem como objetivo acabar com os gastos do governo regional, afirmando que este é o governo “maior e mais gastador e despesista da história da autonomia regional”.

Élvio Sousa propõe, por isso, a redução de até 15 por cento das despesas da administração pública.

Foto: Homem de Gouveia - Lusa
A saúde é também uma das prioridades para o partido. Élvio Sousa diz que a prioridade é reduzir as listas de espera e defende uma “contratualização transparente e auditada com o privado”.

O partido propõe ainda baixar os impostos de forma progressiva, nomeadamente reduzir o IRS para a classe média.

A agricultura é também um dos focos do partido, que diz querer lutar contra o regime de “semiescravatura” que afeta os agricultores da produção de vinha, banana e cana-de-açúcar na região.

Deputado na Assembleia Legislativa há oito anos, o arqueólogo, com 45 anos, também desempenha o cargo de secretário-geral do partido e apresenta-se a mais um sufrágio num clima de crispação com o irmão, o presidente do JPP, que recusou integrar a candidatura por ter sido relegado para segundo lugar na lista.
CDU quer eleger mais um deputado
Edgar de Freitas Gomes da Silva é o coordenador do Partido Comunista Português da Madeira e o primeiro candidato da CDU (PCP/PEV) na corrida eleitoral.

O secretário-geral do partido, Paulo Raimundo, disse que o verdadeiro "voto útil contra o PSD é na CDU” e mostrou-se confiante num bom resultado nas regionais.
Os comunistas têm apenas um deputado na Assembleia Regional e querem recuperar um segundo, que foi perdido nas últimas eleições.

Durante a campanha eleitoral, o partido colocou a tónica na luta pela justiça social, “por uma região onde o combate as desigualdades seja a grande prioridade da intervenção política".

Edgar Silva é um dos rostos mais experientes na política regional. No seu currículo conta com várias corridas eleitorais, incluindo para a presidência da República.


Foto: Paulo Novais - Lusa
O candidato nasceu no concelho do Funchal, em setembro de 1962, e saiu da Madeira na década de 1980 para frequentar o seminário no território continental, sendo licenciado em Teologia e mestre em Teologia Sistemática pela Universidade Católica Portuguesa.

Edgar Silva filiou-se no PCP, tendo sido escolhido para ser candidato, como independente, nas regionais de 1996. Foi sucessivamente eleito até à legislatura que agora termina.
Chega tenta lugar na Assembleia
Miguel Castro é o líder da estrutura regional do Chega na Madeira que procura assegurar a estreia do partido na Assembleia Legislativa.

A possibilidade de o partido concorrer a estas eleições estava em aberto, depois de o ADN ter interposto um recurso tendo em conta a decisão dos juízes do palácio Ratton, que obrigou à realização de uma nova convenção do partido, já que a última foi considerada nula.

No entanto, no início deste mês, o Tribunal Constitucional rejeitou o recurso, considerando que não havia qualquer irregularidade processual na apresentação das listas para as regionais na Madeira, independentemente da eleição da nova direção nacional na última convenção ser considerada nula.


Foto: Paulo Novais - Lusa
O líder do partido, André Ventura, já garantiu que o Chega não se coligará com o PSD para viabilizar um governo na Madeira e acusou Miguel Albuquerque de governar o arquipélago como António Costa governa o país.

Miguel Castro, empresário no setor da restauração e atividades turísticas, foi o cabeça de lista à presidência da Câmara Municipal do Funchal em 2021, num ato eleitoral em que o Chega foi o quarto mais votado.
PTP procura regresso à Assembleia
O empresário José Quintino Mendes Costa, eleito presidente do PTP na Madeira em 2019, encabeça uma candidatura que visa o regresso do partido ao hemiciclo da Assembleia Legislativa.

O PTP, que conseguiu manter três deputados no parlamento regional entre 2011 e 2015, ficou reduzido a um parlamentar no mandato seguinte e nas eleições de 2019 ficou de fora do hemiciclo.


Embora admita algumas dificuldades, Quintino Costa diz que o PTP pretende nestas eleições "regressar ao parlamento para estar ligado à população da Madeira e à autonomia”.

O Partido Trabalhista Português estabeleceu os problemas na área da Saúde na Madeira como o grande foco da campanha e defendeu o fim do “faroeste das linhas de espera” nos hospitais.
BE diz que “faz falta” no parlamento
O Bloco de Esquerda aposta no seu antigo deputado regional e ex-coordenador Roberto Almada como cabeça de lista do partido para regressar à Assembleia da Madeira.

Roberto Almada defende que o BE “faz falta no parlamento”, considerando que a oposição “é muito branda”.

“Precisamos de acrescentar aos que lá estão a voz do BE para que o parlamento tenha mais força na fiscalização dos atos do governo”, defendeu.

A coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, define como objetivo recuperar pelo menos um dos lugares perdidos há quatro anos. “Vamos regressar ao parlamento regional para darmos a Miguel Albuquerque uma certeza: terá a partir de setembro, no parlamento regional, uma oposição à altura do desrespeito com que trata a habitação, a transparência e a liberdade”, avisou Mortágua.


Foto: Paulo Novais - Lusa
Em entrevista à RTP Madeira, Roberto Almada não descarta uma coligação à esquerda, considerando que “se houver uma situação em que as forças estejam mais equilibradas, não será pelo BE que não existirá a construção de uma alternativa ao PSD”. No entanto, não prevê que essa solução seja muito provável.

A redução das listas de espera nos hospitais para cirurgias e consultas é também uma das prioridades para os bloquistas.

O cabeça de lista defende que “é preciso garantir a autossustentabilidade do serviço público de saúde da região autónoma da Madeira”.
RIR quer evitar maioria absoluta do PSD/CDS
O partido Reagir, Incluir, Reciclar concorre a estas eleições com o professor do primeiro ciclo Roberto Vieira como cabeça de lista.

O RIR quer evitar uma maioria absoluta do PSD/CDS, mas Roberto Vieira considera que o grande adversário é o PS, rejeitando apoiar os socialistas.


Foto: Paulo Novais - Lusa
O grande foco do partido é a saúde e a educação. Roberto Vieira defende que as prioridades nestas duas áreas devem ser a redução das listas de espera nos hospitais e a gratuitidade da educação até ao 12º ano.

Roberto Vieira foi o rosto do Movimento Partido da Terra (MPT) na Madeira durante anos, mas abandonou o partido e apresentou-se como primeiro candidato do RIR nas regionais de 2019.
MPT quer eleger dois deputados
O Partido da Terra, que concorre às eleições regionais com o empresário Valter Rodrigues como cabeça de lista, tem como objetivo eleger dois deputados para o parlamento.

O partido propõe um aumento dos ordenados e destaca as áreas da habitação, agricultura e da saúde, considerando que a saúde na região “está uma miséria”. Em entrevista à RTP Madeira, Valter Rodrigues explica que o partido propõe ainda a aplicação de uma taxa turística.

Valter Rodrigues estrou-se como candidato do MPT nas regionais de 2019 e diz ter “ressuscitado” o partido na região.
Candidato do ADN quer lutar pela “liberdade e direitos”
Miguel Pita, ex-militante do Chega, é o cabeça de lista na estreia da Alternativa Democrática Nacional em eleições regionais.

Antes de se filiar à ADN, Miguel Pita era militante do Chega e foi o rosto de várias manifestações contra as medidas restritivas no âmbito da pandemia da covid-19 aplicadas na Madeira.

No entanto, Miguel Pita diz que a sua passagem pelo Chega “foi uma ilusão”, afirmando que o partido “é uma falácia autêntica e populismo puro”.


Foto: Paulo Novais - Lusa
Em 2021, ficou atento à criação da ADN, "o único partido que se expôs contra o exagero das restrições da pandemia", e tornou-se militante este ano.

Miguel Pita assume como prioridades nestas eleições “defender a Constituição, as pessoas e evitar o excesso de poder”.

O cabeça de lista afirma que “o ideal” seria fazer com que a ADN fosse um grupo parlamentar, mas assume que “não é fácil” e que não têm “o poder dos outros partidos”.
Mónica Freitas quer levar o PAN de novo ao parlamento regional
A assistente social Mónica Freitas foi convidada pelo PAN para encabeçar a candidatura às eleições regionais e tem como objetivo levar o partido de novo ao parlamento regional.

Em entrevista à RTP Madeira, Mónica Freitas disse que “o foco principal é conseguir termos uma representatividade para podermos dar voz às nossas principais bandeiras”.


Neste momento, o partido define a habitação como a prioridade nas suas políticas, defendendo mais construção a custos controlados e a necessidade de construção de habitações sociais.


Foto: Homem de Gouveia - Lusa
O partido defende ainda a redução do IVA para os bens alimentares essenciais.

Inicialmente, o PAN apresentou como cabeça de lista o presidente da comissão política do partido na Madeira, Joaquim Sousa, mas alterou a sua decisão alegando "uma incompatibilidade".

Licenciada em Serviço Social e em Igualdade de Género, Mónica Freitas é militante do PAN desde 2021 e é a única mulher cabeça de lista das forças políticas concorrentes às presentes eleições.
Livre estreia-se em eleições regionais
Tiago Camacho, operador de armazém que entrou para a política em 2017, é o cabeça de lista na estreia do Livre em eleições regionais.

Em entrevista à RTP Madeira, o candidato explicou que o foco do partido é a habitação, considerando que a situação na região “é preocupante”.


Foto: Paulo Novais - Lusa
No que respeita à saúde, o Livre destaca também os tempos de espera, considerando que a solução passa por mais recursos humanos e mais infraestruturas.

Natural do Funchal, com 33 anos, Tiago Camacho já tem alguma experiência em atos eleitorais - encabeçou as listas do partido nas autárquicas, para a Câmara Municipal do Funchal, e pelo círculo da Madeira nas legislativas nacionais antecipadas de janeiro de 2022.
IL confiante na eleição de dois deputados
O Iniciativa Liberal concorre às eleições regionais com Nuno Morna como cabeça de lista.

O técnico de aeronáutica da NAV explicou em entrevista à RTP Madeira que o partido tem como objetivo a eleição de um grupo parlamentar na assembleia legislativa regional da Madeira, ou seja, a eleição de pelo menos dois deputados.

“Consideramos que cumpriremos os serviços mínimos se elegermos um deputado. Tudo o que não seja isto ou ganharmos as eleições será uma derrota, da qual tiraremos as consequências devidas”, declarou.


Foto: Homem de Gouveia - Lusa
Questionado sobre se o IL estaria disponível para fazer parte de uma solução de governo, Nuno Morna diz que tudo depende das propostas que forem apresentadas.

“Apresentem-nos propostas que sejam liberais em termos económicos, propostas que não tenham a ver com o retirar a capacitação das pessoas, propostas relacionadas com a baixa de impostos e a estrutura de liberdade de cada um e nós estaremos sempre disponíveis. Venham elas de onde vierem, do governo ou da oposição”, afirmou.

Nuno Morna, de 61 anos, foi um dos fundadores do partido, tendo sido membro do Conselho Nacional. O técnico de aeronáutica, ator e produtor teatral foi o cabeça de lista nas eleições regionais da Madeira em 2019, sem conseguir o mandato, e surgiu em terceiro ligar na lista nacional do partido nas europeias desse ano.

com Lusa
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