Escrutínio e transparência têm sido "abusivamente invocados" pela oposição, aponta Montenegro

por Andreia Martins - RTP
Foto: José Sena Goulão - Lusa

No arranque do Conselho Nacional do PSD, esta quarta-feira, Luís Montenegro deixou críticas à oposição e considerou que a "principal razão" para a dissolução da Assembleia da República e as eleições antecipadas é o "sucesso do atual Governo e a popularidade do primeiro-ministro".

Luís Montenegro reconheceu que escrutínio e a transparência “são importantes”, que estão “garantidos e não faltam instrumentos para os concretizar”. Mas estão a ser “abusivamente invocados por aqueles que não têm argumentos para pôr em causa as políticas que o Governo está a implementar”.
O presidente do PSD e chefe do Governo demitido tem estado no centro da discussão devido à polémica que envolve uma empresa familiar, a Spinumviva. No dia após a rejeição da moção de confiança, perante os militantes social-democratas, Luís Montenegro afirmou que o país caminha "inexplicavelmente" para a realização de eleições legislativas antecipadas.

"Estou particularmente bem ciente da estupefação com que a maioria dos portugueses encara esta circunstância" de novo escrutínio pouco mais de um ano desde as eleições de 10 de março de 2024.

Depois da rejeição da moção de confiança no Parlamento, o presidente da República ouviu os partidos esta quarta-feira e irá reunir o Conselho de Estado na quinta-feira. 
Luís Montenegro estimou que este foi um ano "tranquilo", com "estabilidade política" e que os portugueses fazem uma "apreciação positiva do Governo e do seu líder".

"Será muito difícil explicar como chegámos até aqui", acrescentou ainda sobre a crise política. O líder do PSD assumiu-se convicto de que a explicação para a dissolução da Assembleia da República e eleições legislativas antecipadas é o êxito do seu Governo.

"A razão para esta situação é o sucesso do atual Governo e a popularidade do primeiro-ministro", afirmou Montenegro, apontando o dedo aos partidos da oposição e aos políticos "que olham para si próprios antes de olharem para o país" e que estão mesmo a "trair o interesse nacional".
"Fácil não é". PM assume "momentos difíceis"

O primeiro-ministro e presidente do PSD sublinhou que a Europa vê Portugal como um exemplo, mas que está "atónita" com a crise que se desenrola em Portugal.

"Mas está expectante para ver quão reforçado vai sair o Governo face à situação política que foi criada", completou Luís Montenegro.

E continuou afirmando que esta crise é apenas "a última esperança com que os mais fracos se lançaram" ao não terem conseguido "vencer nas políticas e resultados".

"Atacar pessoalmente o primeiro-ministro é apenas um instrumento de jogo político baixo daqueles que não querem discutir a realidade do país", completou.

Sem mencionar a polémica concreta da empresa familiar no centro da discussão, Luís Montenegro falou pelo Governo e pelo PSD: "Não nos vamos deixar enredar nesse jogo, temos a nossa consciência tranquila", afirmou.

Falou também no singular para dizer que não se deixa "intimidar" mesmo "quando todos os límites são ultrapassados".

"Não devo nada a ninguém. Tomara eu que a política portuguesa estivesse preenchida com tantos e tantos agentes e protagonistas com a independência que sempre tive na minha vida, até hoje, e que vou continuar a ter daqui para a frente", vincou ainda Luís Montenegro.

Mas o primeiro-ministro reconheceu perante os apoiantes as adversidades com que se tem deparado. "Fácil não é. Se tenho tido momentos difíceis? Com certeza", admitiu.

Prometeu ainda assim que pretende continuar a "caminhada tranquila, serena e duradoura de prosperidade", recordando as várias medidas adotadas pelo Governo ao longo dos últimos 11 meses, desde as medidas para o "equilíbrio" das contas públicas à educação e saúde, passando pelos investimentos públicos, combate à crise na habitação, medidas para os jovens, imigração e segurança.
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