Ex-adjunto de João Galamba. Comissão de inquérito à TAP ouve Frederico Pinheiro

por RTP
"Sinto-me extremamente motivado, todos os dias. Motivado a trabalhar e a concretizar", reiterou João Galamba na terça-feira Miguel A. Lopes - Lusa

A comissão parlamentar de inquérito à TAP ouve esta quarta-feira Frederico Pinheiro, ex-adjunto de João Galamba, e Eugénia Correia, chefe de gabinete do ministro das Infraestruturas. O objetivo é perceber os detalhes do caso da reunião preparatória com a ex-presidente executiva da TAP, Christine Ourmières-Widener, antes de esta ser ouvida pelos deputados, em janeiro passado.

O primeiro a prestar declarações aos deputados é Frederico Pinheiro. A audição do ajunto exonerado tem início marcado para as 14h00. Eugénia Correia, chefe de gabinete do ministro, é ouvida a partir das 17h00.

Frederico Pinheiro acusou o Ministério das Infraestruturas de ter procurado omitir documentos solicitados pela comissão parlamentar de inquérito à TAP, relativamente às notas do ex-adjunto do ministro sobre reunião preparatória da audição da ex-CEO da transportadora.

João Galamba negou repetidamente as acusações do ex-adjunto. O governante, cujo pedido de demissão foi recusado pelo primeiro-ministro, António Costa, sustenta que as notas enviadas pelo ex-adjunto no corpo de um e-mail foram remetidas à comissão parlamentar.

O caso teve início a 26 de abril. Envolveu denúncias contra Frederico Pinheiro por alegada violência física no edifício do Ministério das Infraestruturas, além do presumível furto de um computador portátil. Isto após ter sido exonerado por “comportamentos incompatíveis com os deveres e responsabilidades” inerentes às funções.A polémica agudizou-se com a notícia da intervenção do Serviço de Informações de Segurança para a recuperação do computador de Frederico Pinheiro.

Este incidente desembocou num diferendo público entre o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e António Costa, em redor da manutenção de Galamba no Executivo.
A audição de João Galamba
Na quinta-feira, às 17h00, será a vez de João Galamba ser ouvido em sede de comissão parlamentar de inquérito. O titular da pasta das Infraestruturas foi convocado com carácter de urgência.O ministro garante que não foi ele quem tentou esconder informação, mas sim Frederico Pinheiro.


Galamba reafirmou na terça-feira que dispõe de "todas as condições" para exercer o cargo, recusando sentir-se fragilizado.

"Antes pelo contrário, sinto-me extremamente motivado, todos os dias. Motivado a trabalhar e a concretizar. É esse o meu trabalho e é esse o meu mandato e é isso que continuarei a fazer", disse aos jornalistas, após uma visita à obra de modernização do troço ferroviário entre Mangualde e Celorico da Beira, da Linha da Beira Alta.

O ministro das Infraestruturas vincou ainda ter "um grande empenho" para que os projetos a cargo das Infraestruturas prossigam, "apesar das distrações": "Era o que mais faltava um ministro deixar afetar-se pelo ruído. O objetivo e a obrigação do mandato de um ministro é governar e é isso que eu faço todos os dias e continuarei a fazer".
Questionado sobre a audição na comissão de inquérito à TAP, João Galamba insistiu que só no Parlamento dará respostas sobre o caso de Frederico Pinheiro.

"Estamos hoje aqui a testemunhar e a ver uma grande obra, da maior importância para o país. O meu trabalho não é responder sobre a comissão de inquérito. O meu trabalho é ser ministro das Infraestruturas e é por respeito a este território, a esta obra, ao presidente da Câmara de Mangualde, ao presidente da Junta de Abrunhosa e a toda a gente que aqui trabalha todos os dias que o meu foco, neste momento, é exclusivamente aqui", rematou.

c/ Lusa
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