Greve Geral: Cotrim de Figueiredo avisa que "quem vai para uma negociação deve ir de boa-fé"

O candidato presidencial considera que é preciso boa-fé das partes envolvidas na negociação das alterações à legislação laboral, considerando essencial a flexibilização nesta área para que Portugal beneficie das mudanças futuras.

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João Marques - RTP


João Cotrim Figueiredo não tem qualquer dúvida: "Quem vai para uma negociação deve ir de boa-fé, o que significa estar disponível a ceder e estar disponível a aceitar compromissos, de parte a parte".

Para o candidato presidencial apoiado pela IL, não é "absolutamente lícito que uma crispação à volta de um tema impeça aquilo que é absolutamente necessário" em relação a determinada legislação.

"Neste caso concreto, que a legislação laboral se flexibilize é absolutamente essencial para que Portugal mantenha a hipótese de beneficiar com as mudanças que aí vêm", defendeu.

Segundo Cotrim Figueiredo, o Presidente da República não tem nas suas competências "imiscuir-se em negociações que envolvem, neste caso, as confederações sindicais e o Governo", sublinhando que "cada um tem as suas razões, cada um tem as suas ferramentas e formas de negociar".

"Em relação à legislação laboral, e outras que se calhar também tenham as mesmas características, deixemos apenas de ver aquilo que são os interesses de quem já tem emprego e pensemos também no interesse de quem não tem emprego", apelou.

O antigo presidente da IL e atual eurodeputado apresentou uma formulação que considerou ser "muito simples".

"Quem não tem emprego, quer ter emprego, e são as empresas que o criam. Quem já tem emprego, quer receber mais e são as empresas maiores que pagam melhor. Portanto, tudo o que favoreça o crescimento de empresas, está a funcionar a favor de todos os trabalhadores, dos que já têm emprego e dos que vão à procura de emprego", apontou à margem  da JEE Autumn Conference 2025, um encontro europeu de jovens empreendedores universitários, no ISCTE, em Lisboa. 

Na quinta-feira, a UGT aprovou por unanimidade a decisão de avançar em convergência com a CGTP, incluindo, assim, o voto favorável dos Trabalhadores Social-Democratas (TSD).

Esta será a primeira paralisação a juntar as duas centrais sindicais, desde junho de 2013, altura em que Portugal estava sob intervenção da 'troika'.

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