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Livre retira confiança política à deputada Joacine Katar Moreira

por Carlos Santos Neves - RTP
Joacine Katar Moreira não esteve presente, tão-pouco o advogado e membro do Conselho de Jurisdição, Ricardo Sá Fernandes José Sena Goulão - Lusa

A Assembleia do Livre selou a retirada da confiança política a Joacine Katar Moreira, deputada única pelo partido à Assembleia da República, na sequência de uma reunião que se prolongou por mais de sete horas.

A 44.ª Assembleia do partido decidiu retirar a confiança política à parlamentar eleita nas últimas legislativas durante uma reunião em que estiveram presentes todos os membros da Assembleia do Livre, incluindo alguns elementos do Grupo de Contacto - a direção.

João Torgal - Antena 1A reunião da última noite teve início com uma votação que decidiu o carácter reservado da Assembleia.

Joacine Katar Moreira não esteve presente, tão-pouco o advogado e membro do Conselho de Jurisdição, Ricardo Sá Fernandes. Rui Tavares, fundador do partido, participou através de uma ligação online, por razões profissionais. Encontrava-se fora do país.

Uma vez retirada a confiança política, ao abrigo do artigo 11.º do regimento da Assembleia da República, Joacine Katar Moreira terá de o comunicar ao presidente do Parlamento, Eduardo Ferro Rodrigues, para assim passar à condição de deputada não-inscrita.“As divergências são políticas”
Em conferência de imprensa do Grupo de Contacto do Livre, o dirigente Pedro Mendonça ressalvou que Joacine Katar Moreira “terá sempre o apoio” do partido, “terá sempre a defesa dos seus camaradas na luta contra o racismo, a xenofobia e os novos populismos”.

“A retirada de confiança à deputada não significa que a deputada, por parte do Livre, deixe de ser defendida destes ataques vis e antidemocráticos, como tem acontecido nos últimos dias”, continuou o responsável, aludindo a declarações recentes de André Ventura, deputado único do Chega.

“Nós somos um partido que gosta de se sentir e que gosta de trabalhar para os Direitos Humanos, para uma esquerda verde, europeísta e democrática e, por isso, que fique claro para todos os populistas, racistas e sexistas que este divórcio agora anunciado em nada alterará a nossa firme defesa de Joacine Katar Moreira e de qualquer outro cidadão ou cidadã que seja vítima destes novos fascistas”, insistiu Pedro Mendonça, para sublinhar que o partido tem “a consciência” de que a deputada foi eleita pelas listas do Livre.

Pedro Mendonça afirmaria depois que se tornou “impossível” trabalhar com a deputada, embora o partido tenha feito várias tentativas de coordenação.

“Não era mais possível o Livre e a direção do Livre, os seus membros, a assembleia, qualquer órgão, acordar de manhã sem saber o que iria ser dito em seu nome nesse dia. As divergências não são de todo pessoais, são políticas”, vincou.

“O partido nunca pediu, não pede, nem pedirá que Joacine renuncie ao mandato que democraticamente e constitucionalmente é dela. Se Joacine Katar Moreira algum dia sair da Assembleia da República, que fique claro que não será a nosso pedido. Conhecemos a lei, defendemos a Constituição e nunca faríamos isso a nenhum dos nossos eleitos”, frisou o dirigente.

c/ Lusa

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