Marisa Matias critica recomendação do Conselho de Ética

por Sandra Henriques

No Conselho Superior da Antena1 desta manhã, a socióloga da Saúde Marisa Matias critica fortemente o parecer do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida (CNECV) de que o Ministério da Saúde “pode e deve racionar” o acesso a tratamentos mais caros para pessoas com cancro, Sida e doenças reumáticas.

Marisa Matias considera que esta situação já aconteceu na Grécia e é demasiado grave para se poder aceitar de ânimo leve. A eurodeputada do Bloco de Esquerda defende que quando a Saúde deixa de ser universal, independentemente dos recursos económicos que os doentes tenham, “significa que já ultrapassámos muitos dos limites daquilo que seria imaginável e decente numa sociedade em que vivemos em conjunto uns com os outros”.

A comentadora alerta que é muito importante que a medida não avance, porque, se agora se aplica a doenças graves, mais tarde poder-se-á estender a outros tratamentos e medicamentos. Os cidadãos pagam impostos e não é legítimo que seja o CNECV ou o governo a decidir quem pode ter acesso aos cuidados de Saúde.

Em declarações ao jornalista Luís Soares, Marisa Matias refere ainda que esta semana o Fundo Monetário Internacional (FMI) propôs que se reestruturasse a dívida grega, mas a Comissão Europeia e o Banco Central Europeu não aceitaram e preconizaram que só se deve dar mais tempo. Marisa Matias conclui que as instituições em causa ultrapassaram o FMI na sede de lucro.

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