Moção de censura do PSD? Montenegro acusa PS e Chega de "ligeireza e imaturidade"

por RTP
Fernando Veludo - Lusa

Em resposta ao desafio colocado por André Ventura, o líder do PSD considera “aberrante" anunciar uma moção de censura com "seis meses de antecedência" e acusa PS e Chega de estarem "cada vez mais juntos".

É a resposta à resposta do Chega. Na sequência das declarações de António Costa sobre a polémica da TAP, o partido de André Ventura instou o PSD a apresentar uma moção de censura contra o Governo, assinalando que é o “único partido” à direita que ainda o pode fazer na presente sessão legislativa.

Se tal não acontecer, o Chega promete avançar com uma nova moção de censura em setembro, no início da próxima sessão legislativa.

“Este é o momento em que os partidos devem mostrar de que lado estão e que opções tomam para o futuro, sem medo de eleições e sem medo da escolha. Há sempre alternativa”, vincou André Ventura.

Poucos minutos depois da declaração do líder do Chega, Luís Montenegro acusa PS e Chega de estarem “cada vez mais juntos” e diz que ambos os partidos mostram “impreparação, ligeireza e imaturidade”.
“Anunciar uma moção de censura com seis meses de antecedência é tão aberrante como ter nacionalizado a TAP para depois privatizar”, refere Montenegro.

Com críticas a ambos os partidos, o líder do PSD diz que “um bom Governo e uma boa oposição não são isto”.

Em causa está a troca de mensagens entre Hugo Mendes e Christine Ourmières-Widener sobre uma eventual mudança de um voo que tinha como passageiro o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

À agência Lusa, António Costa disse que "não conhecia" esse e-mail e que, se tivesse conhecido, teria obrigado à demissão do ex-secretário de Estado "na hora".

"É gravíssimo do ponto de vista da relação institucional com o Presidente da República e inadmissível no relacionamento que o Governo deve manter com as empresas públicas", acrescentou o primeiro-ministro.

Na primeira reação a estas declarações, Luís Montenegro acusava o primeiro-ministro de "fuga às responsabilidades" em todo o caso TAP.

“Só acha gravíssimo?? Então fazer reunião entre o CEO, PS e Gov para preparar audição, ter ministro e ex ministro a faltar à verdade, ser o Gov a preparar as respostas da TAP, isso é tudo normal?? Isto não é habilidade, é fuga às responsabilidades”, escreveu também no Twitter.
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