Mulher acusa juiz nomeado por Donald Trump para o Supremo Tribunal de tentativa de abuso sexual
O juiz Brett Kavanaugh foi acusado por Christine Ford de tentativa de abuso sexual numa festa em 1980, quando os dois andavam na escola secundária. O juiz foi escolhido pelo presidente norte-americano para substituir Anthony Kennedy – que vai reformar-se - no Supremo Tribunal.
A identidade da autora da carta foi revelada este domingo pela própria depois de o Washington Post ter recebido um comunicado da Casa Branca no qual é manifestado o apoio ao juiz: “[O juiz] nega categoricamente e inequivocavemente esta acusação. Tanto o juiz como a Casa Branca defendem esta posição”.
A acusação chega numa altura em que o Senado está prestes a votar a entrada do juiz Kavanaugh no Supremo Tribunal. Os Democratas já pediram o adiamento da votação – marcada para quinta-feira - até que o comité de votação possa ouvir o testemunho de Christine Ford ao tribunal. Os Republicanos consideram o pedido uma estratégia política para adiar a inclusão do juiz Brett Kavanaugh no Supremo Tribunal e insistem em votar a nomeação do juiz.
Apesar da nomeação de Donald Trump, o nome do juiz tem de ser ainda confirmado pela câmara alta do Congresso que é constituído por 51 senadores Republicanos e 47 senadores Democratas. Esta pequena maioria não é decisiva para a sua nomeação já que o juiz não é um nome consensual dentro do partido Republicano.
Um dos que não garante o apoio a Brett Kavanaugh é o senador Jeff Flake do Arizona, que disse ao jornal norte-americano Politico que não está “confortável para votar sim” na integração do juiz no Supremo Tribunal até ter mais informação sobre este caso.
Brett Kavanaugh, de 53 anos, parecia ter o caminho livre para assumir um dos lugares na mais alta instância judicial norte-americana. Depois da denúncia de tentativa de abuso sexual ocorrida há mais de trinta anos, o cenário deixou de ser claro, havendo a possibilidade de o escolhido de Donald Trump ser afastado do lugar e até do próprio sistema judicial.