"Ninguém deu orientações ao SIS". Costa reitera respostas ao PSD e desvaloriza críticas

por Cristina Sambado - RTP
Na Moldova, Costa abriu "uma pequena exceção" à regra de não se pronunciar sobre assuntos de política interna no estrangeiro José Coelho - Lusa

O primeiro-ministro reafirmou esta quinta-feira, em Chisinau, após a cimeira da Comunidade Política Europeia, que "ninguém" do seu gabinete "deu orientações ao SIS" para que as secretas recuperassem o computador atribuído a Frederico Pinheiro, ex-adjunto do ministro das Infraestruturas. António Costa rejeitou ainda as críticas de Luís Montenegro ao facto de a comunicação social ter ficado a conhecer as suas respostas ao requerimento do PSD antes mesmo do Parlamento ou da São Caetano à Lapa: atuou, disse, como o maior partido da oposição.

O primeiro-ministro recorda que "desde a noite de 1 de maio" prestou declarações à RTP onde deixou "muito claro que ninguém acionou o SIS. Ninguém deu instruções ao SIS. Ninguém deu orientações ao SIS. Já toda a gente sabe a história", frisou António Costa.

O primeiro-ministro volta a insistir que a chefe de gabinete do Ministério das Infraestruturas "comunicou ao SIS como lhe competia, por ter havido uma quebra de segurança contra documentos classificados. E o SIS agiu em conformidade".
Em relação ao seu secretário Estado adjunto, Mendonça Mendes, Costa garantiu que não teve papel "nenhum" na atuação do SIS.

"Eu não percebo como querem fazer mistérios de coisas que não têm mistério. (...) Foi pela própria iniciativa que a chefe de gabinete telefonou ao SIS. Não foi resultado de sugestão do secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro. Isto é claríssimo", realçou.

O primeiro-ministro reafirma que a "chefe de gabinete fez exatamente o que devia fazer, quando há uma quebra de segurança sobre documentos classificados".

"É uma coisa que de facto me surpreende um pouco. É a forma como em Portugal, de repente, se desvaloriza e relevância da quebra de segurança em relação a documentos classificados".

Costa recordou ainda o caso de Donald Trump, que tinha documentos oficiais guardados "numa casa de fim-de-semana".

O primeiro-ministro realça que "é preciso dignificar as instituições" e recorda que a lei sobre a "qualificação de documentos é muito antiga e muito consolidada".

Em relação às críticas de Luís Montenegro de que tinha ficado a conhecer as respostas de António Costa pela comunicação social, o primeiro-ministro é perentório e frisa que “falta de educação era não responder”.

“Recebi as perguntas pela comunicação social e respondi pela mesma via”, rematou.



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