PCP diz que "ficou claro" que Governo prepara "mais medidas contra os salários"

por Lusa

O líder parlamentar do PCP defendeu hoje que no debate da moção de censura comunista ao Governo "ficou claro" que o Governo prepara "mais medidas contra os salários ou contra os direitos ou contra os serviços públicos".

"Neste debate ficou claro que o Governo se prepara para aplicar mais medidas contra os salários ou contra os direitos ou contra os serviços sociais. Não chega a ser um tabu", afirmou Bernardino Soares, no final de um debate marcado pelas questões ao executivo sobre eventuais medidas adicionais de austeridade.

Na intervenção de encerramento do debate da moção de censura apresentada pelo PCP ao executivo, Bernardino Soares foi também muito duro com os socialistas, afirmando que a única coisa que "verdadeiramente entusiasma a bancada do PS é a defesa de José Sócrates e do seu Governo, não é a defesa do povo português".

"Devia o PS ter perdido menos tempo a atacar o PCP e mais a olhar para a situação do país e dos portugueses. Os portugueses continuam a não contar com o PS para a política de esquerda que é indispensável", afirmou, depois de ter rejeitado a ideia socialista de que é preciso mais tempo para cumprir o programa da `troika`.

Para o líder parlamentar do PCP, "este é um Governo derrotado perante o povo e perante o país" e "já não há manobra de propaganda, não há reunião domingueira com jipe e sem gravata que disfarce perante os portugueses o desastre em que o Governo e a sua política se traduzem para o país".

O programa da `troika` é apenas "um sucesso para o poder económico", acusou Bernardino Soares, sendo "fundamentalmente um programa de destruição de direitos e de alienação do país".

Bernardino Soares acusou o primeiro-ministro e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, que encerrou o debate pelo Governo, de andarem "lá por fora a vender o que é dos portugueses e que faz falta à economia, ao desenvolvimento, à soberania".

"No que respeita ao controlo do défice e da dívida pública, este programa - o pacto de agressão - é completamente ineficaz: não só os sacrifícios aplicados aos portugueses são injustos, como são inúteis para o país. Mais ainda, aprofundam a grave crise económica e social, bem como os défices estruturais da nossa economia, comprometendo gravemente o futuro", argumentou.

No final do debate, e à saída do plenário, os jornalistas questionaram o primeiro-ministro sobre a eventual necessidade de novas medidas de austeridade para cumprir o défice, mas Passos Coelho escusou-se a prestar quaisquer declarações, limitando-se a dar "Boas tardes a todos".

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