Polémica TAP. Costa chama Galamba para reunião esta terça-feira

por RTP
Costa na tomada de posse de João Galamba Lusa

O primeiro-ministro revelou esta segunda-feira, em exclusivo à RTP, que vai falar esta terça-feira de manhã, pessoalmente, com João Galamba. António Costa garantiu que "ninguém no Governo deu ordens ao SIS" em relação ao alerta para o roubo do computador do ex-adjunto de João Galamba e defendeu que "é muito claro" que o ministro das Infraestruturas "não escondeu nem pretendeu esconder qualquer documento" da Comissão de Inquérito à TAP.

António Costa quebrou, esta segunda-feira, o silêncio em relação à polémica que envolve o ministro das Infraestruturas, João Galamba.

Em exclusivo à RTP, o primeiro-ministro revelou que vai falar pessoalmente com João Galamba esta terça-feira.

Costa defendeu o ministro das Infraestruturas no caso do roubo do computador por parte do seu ex-adjunto, no dia em que soube da sua exoneração.

“Acho normal que perante um roubo de um computador com documentos classificados haja um alerta e que as autoridades atuem em conformidade”, disse Costa, acrescentando que “é legítimo que um ministro demita um colaborar em quem perdeu confiança”.
“O gabinete do ministro fez o que lhe competia fazer: dar o alerta às autoridades e as autoridades agiram em conformidade”, afirmou.

O primeiro-ministro garante que não foi “nem tinha que ser informado” sobre a ação do Serviço de Informações de Seguranças (SIS) e sublinhou que “ninguém no Governo deu ordens ao SIS”.

“Eu não dei nem nenhum membro do Governo deu qualquer ordem ao SIS. O SIS agiu em função do alerta que recebeu e no quadro das suas competências legais”, esclareceu.

“Houve um comportamento que me parece adequado que é, perante o roubo de um computador que tem informação classificada, é dado um alerta. Em função desse alerta, as autoridades atuaram”, acrescentou.

O primeiro-ministro deixou claro que o João Galamba "não escondeu nem pretendeu esconder qualquer documento da Comissão de Inquérito e entregou os documentos em causa".

"Não tenho nenhum indício de que o ministro tenha procurado esconder o que quer que seja e entregou os documentos necessários à comissão parlamentar de inquérito", reiterou.

António Costa lembrou que a comissão parlamentar de inquérito surgiu a propósito da polémica indemnização da TAP a Alexandra Reis, mas que, entretanto, surgiram vários episódios “que se vão canibalizando uns aos outros”

“Não nos podemos desfocar do que é essencial, senão às tantas parece uma novela”, disse António Costa.

“Eu dedico-me pouco a novelas”, acrescentou o primeiro-ministro, afirmando que o que lhe interessa verdadeiramente na questão da TAP consiste em “salvar uma empresa fundamental para o desenvolvimento do país”, no processo de privatização e em respeitar a comissão parlamentar de inquérito.
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