Presidente lança dúvidas sobre os salários na Caixa

por Patrícia Cracel, Carlos Valente

Marcelo Rebelo de Sousa disse que "não é possível nem desejável" pagar aos gestores de um banco com dinheiros públicos o mesmo que se paga num banco privado.

São mais de 2,5 milhões que a Caixa Geral de Depósitos vai pagar aos novos administradores - uma fatura criticada pelo presidente da República.

Marcelo Rebelo de Sousa até promulgou o decreto de lei do governo que permite os aumentos - mas questiona os valores.

Os salários dos gestores do banco público dividem Governo e partidos que o apoiam. No parlamento, António Costa teve de ouvir os avisos de Catarina Martins.

O primeiro-ministro acabou por não responder à intervenção incómoda de Catarina Martins. Na bancada do PSD foram visíveis os sorrisos.

O assunto chegou ao plenário no dia em que foi chumbada uma proposta do PCP para limitar os salários dos gestores publicos ao valor do vencimento do primeiro ministro. PS e PSD votaram contra.

No entender dos socialistas o voto do PSD prova que, afinal, até concorda com o modelo seguido pelo Governo para os salários da Caixa.

O PSD explica que o voto é apenas contra a proposta do PCP e alinha nas críticas ao salário da Caixa.

Já o CDS votou ao lado do PCP e do Bloco pela limitação dos salários e critica o chumbo da proposta.

O novo presidente do Banco público vai receber praticamente o dobro do antecessor no cargo: no mínimo 423 mil euros por ano que podem ser acrescidos de prémios.
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