Reportagem

Primeiro-ministro quer diálogo com todas as forças políticas, revisão constitucional não é "prioridade"

Depois de ouvidas as três maiores forças políticas, o presidente da República indigitou esta quinta-feira Luís Montenegro como primeiro-ministro que falou aos jornalistas e garantiu que quer diálogo com todos e revelando que uma revisão constitucional não é uma "prioridade".

Andreia Martins, Inês Geraldo, Mariana Ribeiro Soares, Carlos Santos Neves - RTP /

Emissão da RTP3


António Cotrim - Lusa

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Andreia Martins - RTP /

Presidenciais 2026. PSD vai apoiar a candidatura de Marques Mendes

Foto: Filipe Amorim - Lusa

No mesmo dia em que foi indigitado como primeiro-ministro, Luís Montenegro falou no Conselho Nacional do PSD sobre os desafios que se colocam ao partido nos próximos anos, com destaque para os escrutínios no horizonte. 

Quanto às eleições presidenciais do próximo ano, o presidente do PSD afirmou que "não vale a pena haver dúvidas quanto à posição" do partido que lidera, sublinhando que há um candidato na corrida que é do mesmo espaço político e até foi antigo presidente do PSD.

Luís Montenegro refere-se a Luís Marques Mendes como uma pessoa "altamente qualificada" e com as características adequadas para a presidência da República, mesmo que "nem sempre" concorde com o PSD. 

Essa é, de resto, uma característica que encontra nos anteriores presidentes da República da "área política do PSD".
Referindo-se a Aníbal Cavaco Silva, que foi chefe de Estado entre 2006 e 2016, e ao atual presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, Luís Montenegro ressalvou que ambos "deram mostras do seu... não vou dizer afastamento, mas da sua neutralidade e da sua imparcialidade no exercício da função".

"Nem sempre concordámos com as opiniões que foram protagonizadas no exercício da função", apontou ainda.
"Não vem aí nenhuma surpresa"

Com elogios a Luís Marques Mendes, destacou que o candidato "conhece muito bem o alcance das competências do presidente da Republica" e a "forma como os órgãos de soberania se devem relacionar".

Para Luís Montenegro, o candidato a Belém que apoia sabe que "a estabilidade política e a governabilidade do país também dependem da magistratura de intervenção da presidência da República na arquitetura político-constitucional de Portugal".

Destacou ainda que Marques Mendes tem "um conhecimento profundo da sociedade portuguesa" e das instituições. "Ficaremos em muito boas mãos para projetar nos próximos cinco anos um período de funcionamento regular das instituições democráticas", argumentou Montenegro.

Com esta candidatura, o presidente do PSD sublinha que o partido e o país sabem "com o que podemos contar, sabendo que não vem aí nenhuma surpresa" e conhecendo "a sua visão política".

Esta declaração de apoio a Luís Marques Mendes por parte do PSD acontece também no mesmo dia em que o antigo chefe do Estado-Maior da Armada, Henrique Gouveia e Melo, apresentou oficialmente a candidatura às eleições presidenciais de 2026.



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RTP /

Presidenciais. Nuno Melo explica diferenças entre CDS e PSD

"O CDS não é o PSD. É um partido de corpo inteiro, com as suas prioridades que define livremente, e essa não é a nossa. Será do PSD mas não é a nossa neste momento".

Questionado sobre se vai manter a pasta da Defesa, Nuno Melo avisou que não antecipa cenários e avança que o CDS é hoje um partido "mais forte" do que era há três anos, preparado para quaisquer desafios eleitorais.
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Lusa /

Zelensky felicita Montenegro e espera manter "estreita cooperação" com Portugal

"Felicito Luís Montenegro pela sua recondução ao cargo de Primeiro-Ministro. A Ucrânia valoriza profundamente o apoio firme e a amizade constante de Portugal face à brutal agressão russa", destacou o chefe de Estado ucraniano, numa nota na rede social X.

Zelensky manifestou também confiança de que a parceria com Portugal se irá manter e fortalecer "com sucesso na construção de uma Europa mais segura e próspera".

"Aguardo com expectativa a continuação da nossa estreita e frutuosa cooperação", acrescentou, numa nota também republicada naquela rede social por Luís Montenegro.

A Ucrânia tem contado com ajuda financeira e em armamento dos aliados ocidentais desde que a Rússia invadiu o país, em 24 de fevereiro de 2022.

Os aliados de Kiev também têm decretado sanções contra setores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra na Ucrânia.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, indigitou hoje o presidente do PSD, Luís Montenegro, como primeiro-ministro, após ter ouvido novamente os três maiores partidos com representação parlamentar sobre a formação do novo Governo e "assegurada a viabilização parlamentar do novo Executivo".

A indigitação do primeiro-ministro aconteceu 11 dias depois das eleições legislativas antecipadas de 18 de maio, que a coligação AD (PSD/CDS-PP) venceu, sem maioria absoluta.

Mais tarde, Marcelo Rebelo de Sousa adiantou aos jornalistas que a posse do XXV Governo Constitucional será "para a semana, em princípio".

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Lusa /

César propõe Delgado Alves para liderança parlamentar do PS de forma interina

Esta proposta foi anunciada por Carlos César numa reunião do Secretariado Nacional do PS, que decorre esta noite, segundo confirmaram à Lusa fontes socialistas.

Esta tarde, à saída da audiência com o Presidente da República, o presidente do PS disse já tinha tomado uma decisão em relação à liderança parlamentar socialista e que a iria transmitir ao Secretariado Nacional de hoje, escusando-se então a avançar nomes ou um perfil.

"É uma matéria sobre a qual também já tomei uma decisão, que vou transmitir hoje ao Secretariado Nacional do Partido, e no dia 3 de manhã ao Grupo Parlamentar, e que não me parece difícil nem polémica de tomar", apontou.

Carlos César -- que assumiu de forma interina a liderança do PS após a demissão de Pedro Nuno Santos - referiu que a seu tempo iria comunicar a sua decisão, sobretudo "depois de hoje ainda falar com o Secretariado Nacional, que se mantém em funções".

Questionado sobre o perfil, Carlos César considerou que isso "é muito rebuscado".

"Além disso, o perfil de que me estou a lembrar da pessoa, poderia caber num número vasto de pessoas, portanto, induziria certamente o meu amigo em engano, e não estou disposto a fazer isso", respondeu.

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RTP /

Luís Montenegro congratula-se com vitória "inequívoca" da AD nas legislativas

"Nós aumentámos a nossa diferença de mandatos parlamentares de dois para 31, relativamente ao segundo classificado, e de 30 para 33 relativamente ao terceiro classificado nestas eleições".

Luís Montenegro acredita que existem condições para uma legislatura de estabilidade e pede responsabilidade a todos.

"Estamos empenhadíssimos em formar governo. É uma tarefa que me cabe a mim e eu dedicar-me-ei a ela".

Tal como as declarações feitas em Belém, Luís Montenegro voltou a relembrar que o objetivo enquanto governo será aumentar rendimentos, para pessoas e empresas, e reter talento dentro do país.
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RTP /

Presidente revela que posse do governo deverá ser na próxima semana

O presidente da República revelou esta quinta-feira, depois de uma visita à Cordoaria Nacional, que a posse do novo governo deverá acontecer na próxima semana. 

Sem grandes palavras para os jornalistas, Marcelo Rebelo de Sousa atirou que Luís Montenegro e o seu executivo deverão entrar em funções "para a semana, em princípio".

"Não tenho nada a dizer. Foi indigitado o senhor primeiro-ministro e agora vai formar Governo". 

(c/ Lusa)
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Madalena Salema /

Revisão constitucional não é prioridade, descarta Montenegro

“Não vamos celebrar nenhum acordo permanente de governação nem de incidência parlamentar com nenhuma força política, vamos dialogar com todas as forças políticas na procura das melhores soluções legislativas e governativas para responder às necessidades dos portugueses”, proclamou Montenegro, após uma audiência com o Chefe de Estado, já depois de publicada uma nota oficial no site da Presidência a dar conta da conta da sua indigitação como chefe do próximo governo.

Destacando o facto de que a AD tem “mais 31 deputados que a segunda força política com representação parlamentar e mais 33 deputados que a terceira”, o primeiro-ministro garantiu que o governo vai “dar sequência ao trabalho realizado” ao longo do último ano, para dar resposta às "principais preocupações” dos cidadãos: “aumentar os rendimentos de trabalhadores e pensionistas” e a capacidade das empresas atraírem novos investimentos […] transformar o Serviço Nacional de Saúde, dar qualidade e exigência à escola pública, executar o plano de investimento público no setor da habitação, favorecer a mobilidade dos portugueses, dar regulação e dignidade no setor da imigração, reforçar o policiamento de proximidade e o sentimento de segurança dos portugueses, apostar numa política fiscal que possa ser um dos fatores de retenção do nosso capital humano, em particular dos mais jovens”, concretizou.

(Com Lusa)
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RTP /

Conselho Nacional do PSD reúne-se esta noite

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RTP /

Montenegro indigitado como primeiro-ministro pelo presidente da República

O primeiro-ministro garante que não vai fazer acordos com nenhum partido mas vai tentar dialogar com todas as forças políticas.
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RTP /

Chega e PS prometem viabilizar novo governo

Foto: Pedro A. Pina - RTP

Já Carlos César, em representação do PS, entende que uma viabilização e apoio são coisas diferentes.
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RTP /

Primeiro-ministro vai privilegiar diálogo com todas as forças políticas

O primeiro-ministro lembrou que a votação da AD no dia 18 de maio, com mais de dois milhões de votos e que representa 91 deputados na Assembleia da República.

"Estamos absolutamente focados em dar resposta às principais preocupações das portuguesas e dos portugueses. Vamos concentrar-nos em dar primazia ao crescimento da nossa economia, à criação de riqueza".

Focando-se na questão económica, Luís Montenegro afirmou que quer ver os rendimentos dos portugueses a aumentar, tal como as pensões.

"Vamos continuar a transformar o Serviço Nacional de Saúde, a dar qualidade e exigência à escola pública, a executar o nosso plano de investimento público no setor de habitação, a favorecer a mobilidade dos portugueses", continuou o primeiro-ministro.

Abordando temas como a imigração e a segurança, em que quer melhorias, Luís Montenegro quer trabalhar sobre estes pilares do programa de governo deixando a garantia que uma revisão constitucional não é uma prioridade para o novo governo.

Um executivo que terá várias das caras da legislatura anterior. Questionado sobre as restantes forças políticas, Luís Montenegro garantiu que vai dialogar com todos, sem exceção, sem assinar acordos de governação.

"Não iniciámos nenhuma conversação, fui indigitado hoje. Fá-lo-emos com total tranquilidade, no tempo certo, que é agora de formação do governo. Vai ser depois de apresentação e discussão do programa do governo".
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Antena1 /

Chega e PS abrem caminho à entrada em funções do novo governo

Lusa

À saída da audiência com o Presidente da República, o presidente do Chega, André Ventura, declarou que o partido não vai acompanhar a moção de rejeição do programa do próximo governo anunciada pelo PCP, considerando que uma nova crise política "é indesejável".

"O Chega não vai viabilizar a moção de rejeição que será discutida na Assembleia da República em relação ao programa de governo. Não permitiremos que soluções irresponsáveis e irrealistas criem uma nova crise política quando os portugueses querem estabilidade e querem um governo e um Parlamento operacionais e com capacidade de funcionar e de continuar a trabalhar e de apresentar soluções por Portugal", explicou Ventura.


Também depois de recebido pelo Chefe de Estado, o presidente do PS, Carlos César, que desempenha interinamente as funções de secretário-geral do partido, referiu que, atendendo aos resultados eleitorais e à circunstância da AD ser a coligação mais votada, “o que é normal é a indigitação de Luís Montenegro como primeiro-ministro”.

César informou ainda o Presidente da República que os socialistas não vão acompanhar qualquer iniciativa que impeça a constituição do Governo, não se tratando de subscrever o programa do Governo, mas sim o entendimento que os portugueses tiveram” das eleições.

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RTP /

Luís Montenegro quer dar sequência ao trabalho iniciado

Em declarações aos jornalistas, Luís Montenegro revelou ter sido indigitado e declarou querer dar sequência ao trabalho iniciado em 2024.

Para além dos muitos aspetos económicos em que a AD quer investir, Luís Montenegro garantiu que uma revisão constitucional não é uma "prioridade" para o governo que vai entrar em funções.
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RTP /

Presidente indigita Luís Montenegro como primeiro-ministro

Depois do regresso de Luís Montenegro a Belém, a presidência publicou no seu sítio oficial que indigitou o líder da AD.

"Atentos os resultados das eleições para a Assembleia da República, ouvidos os Partidos Políticos nela representados, nos termos constitucionais, e assegurada a viabilização parlamentar do novo Executivo, o Presidente da República indigitou hoje o Dr. Luís Montenegro como Primeiro-Ministro do XXV Governo Constitucional", pode ler-se. 

A nota garante que a posse do novo governo irá ocorrer assim que os resultados definitivos das eleições legislativas sejam publicados. 

"A nomeação e posse do Governo ocorrerão após a publicação dos resultados definitivos das eleições e a reunião constitutiva da nova legislatura da Assembleia da República".
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RTP /

Belém. Luís Montenegro de regresso ao palácio presidencial

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RTP /

Luís Montenegro já saiu de Belém

O líder da AD já reuniu com Marcelo Rebelo de Sousa e saiu de Belém sem prestar declarações aos jornalistas, garantindo que vai falar mais tarde.


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Lusa /

Ventura considera "patetice" José Luís Carneiro dizer que PS continua 2ª força

O presidente do Chega, André Ventura, classificou hoje como "uma patetice" o candidato à liderança socialista José Luís Carneiro considerar que o PS se mantém como segunda força política por ter mais votos do que o Chega.

"Até o dr. José Luís Carneiro sabe que isto é uma patetice, porque num sistema representativo que se converte em mandatos, os mandatos à Assembleia da República são a representação da força dos partidos", afirmou, acusando os socialistas de quererem "enganar as pessoas".

O líder do Chega falava aos jornalistas à saída de uma audiência de menos de uma hora com o Presidente da República, no Palácio de Belém, e voltou a assumir-se como líder da oposição.

André Ventura considerou isto mostra como o PS "não é o partido da alternativa, é o partido da pequena coisa, do lugar".

"O que está a preocupar o Partido Socialista não é ter perdido um milhão de votos ou deixar de poder influenciar a governação, o que está a preocupar o Partido Socialista é deixar de poder nomear `tachos` para os lugares da administração pública e perder aquilo que se chama o segundo partido", acusou.

"Meus amigos, levem a bicicleta. Se é isso que gostam de levar bicicletas para casa, levem-nas. Eu estou preocupado em transformar a vida das pessoas", afirmou, afirmando que o PS está "no mau caminho, à beira do precipício, gosta de pôr o pé ainda mais à frente para continuar a cair mais".

O candidato à liderança socialista José Luís Carneiro defendeu hoje que o PS, por ter tido mais votos do que o Chega, manteve-se como a "segunda força mais importante na relação de confiança com os portugueses".

Em declarações aos jornalistas após um encontro com a direção da UGT, José Luís Carneiro afirmou que a "maioria dos portugueses escolheu o PS para segundo partido" e que, na definição de quem é a segunda força política, o que conta são o número de votos - porque "cada voto conta" - e não o número de deputados eleitos.

Carneiro disse que esta não é uma opinião sua, mas sim uma questão "aritmética", concluindo que se o PS teve a candidatura com o segundo maior número de votos é a "segunda força mais importante na relação de confiança com os portugueses".

O Chega tornou-se esta quarta-feira a segunda força política em termos de representação parlamentar, ultrapassando o PS, ao eleger dois dos quatro deputados dos círculos da emigração.

O partido de André Ventura elegeu, no total, 60 deputados, enquanto o PS se fica pelos 58, ao passo que, em número de votos, os socialistas continuam à frente. O PS teve 1.442.194 votos e o Chega 1.437.881 votos.

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RTP /

"Chega foi mandatado para ser o líder da oposição"

"Há uma maioria pronta para governar Portugal", asseverou André Ventura que garantiu que não quer o Chega como foco de instabilidade no país.

O líder do Chega garantiu que não vai viabilizar a moção de rejeição que vai ser apresentada pelo PCP explicou que não vai deixar que soluções "irresponsáveis" possam criar nova crise política.

E admitiu ainda que o Chega não vai inviabilizar a entrada em funções do governo liderado por Luís Montenegro.
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"Chega não vai viabilizar moção de censura"

André Ventura fala aos jornalistas depois de uma reunião em Belém com o presidente da República. O líder do Chega deixou ainda críticas a José Luís Carneiro por ter dito que o PS continua a ser o segundo partido mais votado.
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Legislativas. Estudo revela que mais de um milhão de votos foram "desperdiçados"

A análise, intitulada "Votos sem representatividade", elaborada por Henrique Oliveira do Departamento de Matemática do Instituto Superior Técnico, da Universidade de Lisboa, contabilizou 1.146.034 votos sem representatividade no país, somando os restos de todos os círculos eleitorais analisados, excluindo votos brancos e nulos.

De acordo com este trabalho académico, o eleitor médio do interior de Portugal tem "apenas 65% de representatividade face a valores acima dos 85% nos grandes círculos", sendo o círculo da Europa o que apresenta a taxa de representatividade mais baixa de todo o sistema eleitoral, 43%.

O estudo dividiu o total de "votos desperdiçados" em duas categorias: do tipo A, votos que não contribuíram para a eleição de qualquer deputado num determinado círculo; e os votos de tipo B, ou seja, a proporção de votos de partidos que conseguiram eleger pelo menos um deputado, mas que ficaram por converter em mandatos adicionais após a aplicação do método de D`Hondt.

Os "círculos recordistas" da percentagem de votos sem representatividade são os da Europa (56.7%), Portalegre (42.5%) e Fora da Europa (41.2%).

"Em geral, os círculos do interior têm percentagens mais elevadas de votos desperdiçados. A Madeira deixou de ter elevados restos face à votação de 2024 (39.1%) devido à força local Juntos Pelo Povo (JPP) ter elegido um deputado nesse círculo", é detalhado.

Analisando os "votos desperdiçados" que não contribuíram para a eleição de qualquer deputado, do tipo A, os círculos com maior percentagem deste tipo mantêm-se Portalegre (40,6%), Fora da Europa (39,4%) e Europa (36,6%).

Em contraste, Lisboa, Porto e Setúbal, círculos com maior número de deputados eleitos, surgem como os distritos com menor desperdício: 2,6%, 6,4% e 7,2%, respetivamente.

Quanto aos votos desperdiçados do tipo B, que, embora tenham contribuído para a eleição de deputados, não chegaram a ser suficientes para garantir mais um mandato, os círculos com percentagens mais elevadas são Guarda (24,4%), Açores (23,0%), Castelo Branco (20,2%), Europa (20,0%) e Viana do Castelo (18,8%).

O estudo salienta que, nestes casos, mesmo quando os partidos têm representação parlamentar, "uma fatia significativa dos seus votos não se traduz em mandatos adicionais".

"Este tipo de análise revela que o sistema eleitoral atual não apenas penaliza os partidos pequenos e os eleitores em círculos reduzidos através de votos totalmente desperdiçados, mas também impede que os votos em partidos com representação sejam aproveitados de forma plena", lê-se no estudo, que aponta a necessidade de equacionar soluções como um círculo nacional de compensação, agregação de círculos ou "mecanismos adicionais de redistribuição de votos sobrantes".

A análise adianta ainda que todas as forças políticas verificam "um elevado" número de votos desperdiçados. No caso do PS, o desperdício de votos explica o facto de ter agregado mais boletins mas ter ficado com menos deputados (58) do que o Chega (60), partido que "teve melhor coeficiente de vantagem na transformação dos votos em mandatos".

O mais eficiente a converter votos em mandatos foi a AD - coligação PSD/CDS-PP, com restos de apenas 4,5% da sua votação e uma taxa de conversão de 95,5% dos votos, seguindo-se o Chega com 89,3%, e o PS que desce para 85,6%.

No outro extremo, o BE -- que desceu de cinco para uma deputada - apenas conseguiu converter 18,6% de todos os seus votos em mandatos.

O estudo conclui que "a proporcionalidade do sistema eleitoral português não é uniforme em todo o território" e alerta que esta "desigualdade intrínseca pode comprometer a legitimidade do sistema, sobretudo quando se torna sistemática e que se tem repetido em eleições legislativas sucessivas".

 

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RTP /

Carlos César afirma que PS não vai votar a favor de qualquer moção de rejeição

"Não se trata de subscrever no todo, ou em parte, o programa eleitoral da AD. Trata-se de subscrever o entendimento que os portugueses tiveram do governo que pretendem na próxima legislatura".

Carlos César que o PS mostra-se disponível para conversar com todas as forças políticas, especialmente no que diz respeito à eleição do presidente da Assembleia da República.

O presidente do Partido Socialista acredita que os cargos que ao Parlamento dizem respeito devem respeitar a votação de 18 de maio, que acabou por ser concluída no dia de ontem, com a contagem dos votos dos emigrantes.
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RTP /

PS sugeriu ao Presidente indigitação de Luís Montenegro

Carlos César falou aos jornalistas depois de uma reunião com Marcelo Rebelo de Sousa. O presidente do Partido Socialista afirmou que quer respeitar a vontade dos portugueses e que não vai votar a favor de nenhuma moção de rejeição ao programa de governo.
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RTP /

Delegação do PS já está em Belém

A comitiva do PS, composta pelo presidente do partido Carlos César e pelo deputado João Torres, já está reunida com o presidente da República, em Belém.

O PS é o primeiro dos três principais partidos a serem ouvidos esta tarde. Segundo a agenda de Belém, depois do PS é a vez de o presidente da República receber o Chega, às 16h00, e de seguida o PSD, às 17h00 - por ordem crescente de representação da Assembleia da República.
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João Alexandre - Antena 1 /

Chega confirma "negociações" com AD sobre presidência do parlamento, PS vê-se como "parte da solução"

Fotografias: Gonçalo Costa Martins - Antena 1

"Aquilo que sei é que o Chega está, neste momento, em negociações. As lideranças de bancadas estão em conversas e, portanto, não quero comprometer de todo a conversa", afirmou, no programa Entre Políticos, a dirigente do Chega, que deixa elogios ao desempenho de Aguiar-Branco na mais recente sessão legislativa: "Acho que é importante dizer que José Pedro Aguiar-Branco fez um trabalho bastante assinalável e notável, sobretudo quando comparado com Augusto Santos Silva ou com Ferro Rodrigues".
No mesmo sentido, defende Rita Matias, o social-democrata eleito pelo círculo eleitoral de Viana do Castelo é, por vários motivos, um candidato que poderá recolher "mais simpatia" do que outros, mas, sublinha a deputada do Chega, por agora, o melhor é deixar decorrer as conversas entre os dois grupos parlamentares: "As negociações estão a decorrer e não posso ser eu, na Antena 1, a comprometê-las".

Na Antena 1, a deputada e dirigente do Chega deixou ainda um apelo à Aliança Democrática e a Luís Montenegro para que tratem o segundo maior partido da oposição como parceiro preferencial, deixando de lado o diálogo com o PS, nomeadamente num eventual processo de revisão constitucional: "Se existissem parceiros preferenciais à direita tínhamos revisões constitucionais, tínhamos combate cultural. Tínhamos discussões sobre a prisão perpétua, por exemplo".

Socialistas acusam Chega de "negociar lugares"

Pelo PS, o deputado e dirigente Pedro Vaz faz notar que o partido está atento à evolução das conversas à direita e aponta como "novidade" a revelação de que o Chega "está a negociar lugares" com o PSD e o CDS-PP.

"Foi isso que eu percebi. Acabaram de perguntar pelo presidente da Assembleia Republicana e disseram que, relativamente a essa matéria, estavam as negociações a decorrer" salientou, na Antena 1, o secretário nacional do PS, que, sobre a posição dos socialistas, esclarece: "O PS, tal e qual como aconteceu nas últimas eleições, será sempre parte da solução, no sentido de não criar impasses institucionais".
Ainda assim, reforça Pedro Vaz, o partido agora liderado de forma interina por Carlos César não considera a questão prioritária nem definidora de toda a ação política: "O posicionamento político de um partido vai muito para lá de saber quem é o presidente da Assembleia da República ou quem é que está nos lugares de designação da Assembleia da República".

Pelo contrário, acusa o dirigente do PS, o partido de André Ventura está mais preocupado com a negociação de lugares do que com as políticas para o país.

"Eu sei que o Chega ambiciona muito esses lugares, porque acha que agora está na vez deles, que está na vez de os revoltados poderem ter acesso a esses lugares. Mas, não é essa a questão, não nos preocupamos com isso. Aquilo que o PS fará, responsavelmente, é ouvir quais são as propostas apresentadas pelo partido que tem mais deputados. E penso que o PS tomará a decisão nos seus órgãos próprios", concluiu, no programa Entre Políticos.

PSD recusa apelo de Ventura para "corte" com o PS

Apesar de o Chega ser agora, pelo número de deputados, o maior partido da oposição, o PSD recusa o desafio de André Ventura para que haja um "corte" da AD com o PS.

"Confesso que fiquei surpreendida com o pedido, porque o mesmo André Ventura - que nos diz que não podem ignorar a votação do Chega - diz que ignorem a votação do PS que é mais ou menos igual à do Chega", diz, em declarações na Antena 1, Inês Palma Ramalho.
No programa Entre Políticos, a vice-presidente do PSD sublinhou que as "regras da democracia servem para todos" e insistiu que o Governo da AD "não pode ignorar" o PS, tal como "não pode ignorar quem está na segunda maior força política e tem mais deputados".

"O PS não tem três deputados. É a terceira maior força política e está logo ali a seguir. É um partido histórico e merece todo o respeito da AD, tal como espero que mereça o respeito de todos os outros partidos, como é evidente. Não acho razoável o pedido", disse Inês Palma Ramalho, que aponta ainda: "No final do dia, as decisões que os políticos tomam no parlamento, as decisões que os políticos tomam no Governo e este tipo de discursos têm impacto na vida das pessoas. E, é nisto que nós temos de pensar".
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RTP /

Extrema-direita passou de um para 60 deputados em seis anos

Foto: Pedro A. Pina - RTP

Não cumpriu o objetivo de ganhar as eleições, como disse durante a campanha, mas ultrapassou o PS em número de deputados.
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RTP /

Ventura diz-se empenhado em dar "anos de estabilidade" a Portugal

Foto: Manuel de Almeida - Lusa

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Antena 1 /

Vice-presidente do PSD diz que pedido de Ventura para ignorar PS não faz sentido

Foto: Gonçalo Costa Martins - Antena 1

Inês Palma Ramalho, vice-presidente do PSD, ouvida no programa Entre Políticos, da Antena 1, afirma que é preciso respeitar o PS, que apesar de ser agora a terceira força politica ainda tem muita representação no Parlamento. Isto além de ser um partido histórico.
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Foco em Belém
RTP /

Luís Montenegro deve ser indigitado após audiências

O presidente da República deu sinais de otimismo face à derradeira ronda de audiências com as três forças políticas mais votadas nas eleições legislativas antecipadas.

Espera-se que Marcelo Rebelo de Sousa indigite já esta quinta-feira o número um da AD, Luís Montenegro, como primeiro-ministro.

A equipa de reportagem da RTP no Palácio de Belém traçou esta manhã o ponto de situação do processo político pós-eleitoral.
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Ponto de situação
RTP /

Tarde de audiências no Palácio de Belém

Marcelo Rebelo de Sousa volta a ouvir esta quinta-feira os três partidos mais votados nas últimas legislativas sobre a formação do próximo governo. E deverá também indigitar Luís Montenegro como primeiro-ministro.

Segundo a agenda de Belém, o PS é recebido às 15h00, o Chega às 16h00 e o PSD às 17h00 - por ordem crescente de representação da Assembleia da República.  Ao abrigo do n.º 1 do artigo 187.º da Constituição da República, "o primeiro-ministro é nomeado pelo presidente da República, ouvidos os partidos representados na Assembleia da República e tendo em conta os resultados eleitorais".

Nas passada segunda-feira, o presidente afirmava: "Vou ouvir primeiro os três partidos. Se eu tiver condições para logo nesse dia fazer sair uma nota de indigitação, faço".

Marcelo manifestava já então a expectaativa de "ter a garantia da estabilidade" e perceber se esta "vai até ao programa do governo, se vai para além do programa do governo, como é".
Ascensão do Chega
O Chega passou a ser a segunda força política do país, assim ditaram os resultados dos circulos da emigração, responsáveis pela definição de quatro mandatos parlamentares.

A AD elegeu um deputado pelo círculo de fora da Europa, assim como o Chega. Na Europa, o partido de André Ventura elegeu também um deputado e a coligação entre PSD e CDS-PP outro. Os socialistas não conseguiram qualquer mandato.

Conhecidos os resultados finais, o líder do Chega reivindicou uma "vitória especialmente simbólica" contra socialistas e social-democratas.

A distribuição de assentos em São Bento

  • AD: 91 deputados;
  • Chega: 60 deputados;
  • PS: 58 deputados;
  • Iniciativa Liberal: nove deputados;
  • Livre: seis deputados;
  • CDU: três deputados;
  • Bloco de Esquerda: um deputado;
  • PAN: um deputado;
  • JPP: um deputado.
José Luís Carneiro posiciona-se
Na "Grande Entrevista" da RTP, o candidato único à sucessão de Pedro Nuno Santos à frente do PS, José Luís Carneiro, afirmou dispensar acordos escritos com a AD. Todavia, ressalvou que a coligação deve tornar claro quem pretende ter como parceiro de diálogo e cooperação.

O candidato a secretário-geral do PS adiantou também estar disponível para viabilizar a próxima proposta de Orçamento do Estado.

Carneiro reconheceu que o resultado dos socialistas nas legislativas foi "pesado e amargo" e deixou crítica às escolhas da direção cessante para encabeçar os círculos da emigração.
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RTP /

Parlamento fechado. AD e Chega partilham deputados da emigração

Foto: Pedro A. Pina - RTP

O partido de André Ventura venceu nos dois círculos eleitorais e elegeu dois deputados. Os outros dois são da AD. Pela primeira vez na história democrática, o PS não elege qualquer deputado pelo círculo da emigração.
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Teresa Borges - Antena 1 /

Ventura garante que Chega vai liderar oposição com responsabilidade

Foto: Manuel de Almeida - Antena 1

O presidente do Chega avisa também que vai começar a construir uma alternativa de Governo.

Ao discursar na noite de quarta-feira em Lisboa, depois de conhecidos os resultados dos círculos da emigração, André Ventura garantiu que o sistema político em Portugal mudou para sempre.

O Chega conquistou dois deputados nos círculos da Europa e Fora da Europa. Passa a ter 60 deputados no Parlamento. Mais dois do que o Partido Socialista.

Ainda assim, o PS obteve mais votos do que o Chega, nas eleições legislativas de 18 de maio.

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RTP /

"Mudança de regime". Chega será principal partido da oposição

Foto: Manuel de Almeida - Lusa

"É uma mudança de regime tranquila e saudável. É a mudança de regime de um povo que está cansado de 50 anos do mesmo", afirmou o líder do Chega.

Segundo André Ventura, o objetivo não é "vencer por vencer", como "PS e PSD para distribuir lugares pelos amigos ou pelos mais próximos".

"Queremos vencer para que os que votaram em nós no mundo inteiro possam voltar para esta enorme nação que é Portugal".
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Grande Entrevista. José Luís Carneiro quer contribuir para viabilizar Orçamento

O candidato a secretário-geral do partido disse, na Grande Entrevista da RTP, que gostava de contar com Pedro Nuno Santos na vida política ativa. José Luís Carneiro defende que o PS deve ajudar a governar, mas recusa passar cheques em branco.

O candidato a secretário-geral do PS afastou em qualquer "um psicodrama" na eleição do presidente do parlamento porque o PS "não tem o direito" de vetar o nome da AD.

"Vamos contribuir para a viabilização do orçamento, mas não vamos fazer como a doutora Manuela Ferreira Leite, que disse ´eu nem quero ver o Orçamento´. Não vamos dizê-lo porque é importante vê-lo", assegurou José Luís Carneiro na Grande Entrevista da RTP desta noite.

Nesta entrevista, na qual assumiu o objetivo de ganhar as eleições autárquicas e disse que gostaria de contar com o ex-líder do PS, Pedro Nuno Santos, "na vida política ativa", o candidato à liderança do PS foi questionado sobre a disponibilidade que terá para a viabilização do Orçamento do Estado para 2026 (OE2026).

"Vamos aguardar pela proposta do Governo. Ao viabilizar o programa do Governo, em princípio, deve-se viabilizar o instrumento para pôr em prática o programa do Governo, que é o orçamento", começou por responder, considerando que será na avaliação da execução do documento que depois também se avaliará o Governo. Na opinião de José Luís Carneiro, se o executivo de Luís Montenegro "pretender manter uma atitude de respeito pelo PS, deve evitar colocar no orçamento dimensões que sabe que colidem com valores fundamentais" dos socialistas, reiterando uma "abertura para a viabilização" do documento.

Sobre a disponibilidade do PS para apoiar José Pedro Aguiar-Branco - que já se mostrou disponível - para ser de novo presidente da Assembleia da República, o deputado referiu que "os partidos têm a liberdade de proporem quem entender para a composição da mesa do parlamento".

"Assim como nós consideraríamos inaceitável que procurassem vetar um dos nomes apresentados pelo PS, também consideramos não ter o direito de vetar o nome apresentado pela AD para a presidência da Assembleia da República", enfatizou.

Na opinião do candidato a secretário-geral do PS - que até agora é o único na corrida à sucessão - "não há necessidade de ter psicodrama", assim "haja capacidade de diálogo e de boa-fé".

"O Governo tem que ter humildade democrática para vir ao encontro do PS e dos outros partidos. Sem arrogância e sem sobranceria", apontou ainda.

Veja ou reveja aqui, na íntegra, a Grande Entrevista com José Luís Carneiro.
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