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Professores. "Foi uma vitória da responsabilidade", afirma Costa

por RTP
Há uma semana, António Costa ameaçou demitir-se devido à aprovação de um texto pelo Parlamento que consagrava a contagem integral do tempo de serviço dos professores António Antunes - RTP

Uma semana depois da sua ameaça de demissão, o primeiro-ministro deu por finda a ameaça de crise política, depois do chumbo na Assembleia da República da contagem de tempo integral de serviço dos professores.

"Foi um resultado clarificador e uma vitória da responsabilidade", afirmou António Costa, agradecendo à Assembleia.


A Assembleia da República rejeitou esta sexta-feira as alterações ao decreto do Governo que previam a contagem de todo o tempo de serviço congelado aos professores, com os votos contra do PS, PSD e CDS-PP e os votos favoráveis do BE, PCP e PEV. O PAN optou pela abstenção.
Nas galerias do hemiciclo estiveram muitos professores, que abandonaram as bancadas no momento do chumbo.

Com o resultado desta votação, fica em vigor o decreto do Governo que recupera apenas dois anos, quatro meses e 18 dias do tempo de serviço (referente ao período entre 2011 e 2017) em que a carreira docente foi alvo de congelamento.

Em termos de consequências políticas, com o chumbo na Assembleia da República do princípio da recuperação integral do tempo de serviço dos professores - nove anos, quatro meses e dois dias -, fica assim afastado o cenário da demissão do Governo, que foi colocado em cima da mesa pelo primeiro-ministro, António Costa, na semana passada.

As estruturas sindicais dos professores prometem continuar os protestos para conseguir a contagem integral do tempo de serviço.

Para o primeiro-ministro, a solução satisfez os portugueses. António Costa não se eximiu de lançar novas farpas à direita, assumindo que, em todo este processo, foi a decisão do PSD e do CDS-PP o que mais o surpreendeu.


"O país assistiu à enorme cambalhota dos campeões da austeridade", sustentou.

"Ficou demonstrado que o Governo não só não fez teatro, como falou verdade", defendeu também António Costa. A decisão "terá os custos políticos que tiver de ter", reconheceu, acrescentando esperar que, agora, "a paz possa regressar à escola".


António Costa garantiu que, nesta crise, o único objetivo do Executivo foi manter o equilíbrio das contas públicas e, ao mesmo tempo, cumprir a promessa eleitoral de descongelar as carreiras da Função Pública.
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