Miranda Sarmento preocupado com resultados do Banco de Portugal
Foto: António Cotrim - Lusa
IRS desce menos. Governo vai afinal mexer na tabela de 2023
Marcelo pede capacidade de diálogo ao Governo de Montenegro
Governo enfrenta moções de rejeição do Bloco e do PCP
Governo quer descer IRS e acabar com o programa Mais Habitação
Foto: José Sena Goulão - Lusa
Governo apresentou o seu programa aos deputados
Governo chama professores para negociar recuperação do tempo de serviço na próxima semana
"Na próxima semana, começaremos as reuniões com os sindicatos de professores para iniciarmos o processo negocial para a recuperação do tempo de serviço", disse Fernando Alexandre, durante o debate do programa do XXIV Governo Constitucional, no parlamento.
Na sua primeira intervenção, o ministro considerou "urgente encontrar uma resposta à justa reivindicação dos professores", sublinhando que a instabilidade vivida nas escolas "tem de ser ultrapassada rapidamente".
A primeira reunião com as organizações sindicais que representam os professores dará início à negociação de uma das principais reivindicações dos docentes: a recuperação dos seis anos, seis meses e 23 meses de tempo de serviço congelado e que ainda não foi contabilizado.
O Programa do XXIV Governo Constitucional, que está a ser debatido na Assembleia da República, prevê a recuperação do tempo de serviço dos professores "ao longo da legislatura, à razão de 20% ao ano".
A Federação Nacional da Educação (FNE) disse à Lusa que foi convocada para uma reunião no dia 19, sexta-feira, às 17:30, não se sabendo ainda quando serão recebidos os restantes sindicatos.
Ministro da Coesão compromete-se com combate à fraude e corrupção nos fundos europeus
"Quase 40 anos depois de receber os fundos da União Europeia (UE) não é aceitável que tenhamos qualquer tipo de permissividade, ainda que por ingenuidade ou omissão, com a fraude, a ilegalidade ou a corrupção", disse durante o debate do programa do XXIV Governo Constitucional, no parlamento.
Castro Almeida defendeu a necessidade de combater estas ameaças, anunciando que irá aumentar a fiscalização especializada no terreno, com um reforço do número de inspetores.
"Não é suficiente controlar papéis e folhas de Excel. Muitas vezes os papéis, que aceitam tudo o que lá se escreve, podem esconder realidade do terreno", argumentou.
O governante alertou ainda que o PT2020 ainda tem "500 milhões de euros de despesa para pagar do fundo de coesão e 600 milhões de euros destinados à agricultura, a executar até ao final de 2025".
O ministro comprometeu-se em "salvar 60 milhões de euros, que não estão ainda validados", pelo que o Governo vai aprovar "brevemente um diploma legal fixando o prazo de elegibilidade das despesas até 31 de agosto" deste ano.
"Nenhum euro pode ser desperdiçado. É uma questão de maturidade e responsabilidade", afirmou.
Castro Almeida considerou ainda "lastimável" que mais de um ano depois do início do 2023 "falta executar cerca de 99,5%" deste programa, apontando como um dos principais "problemas" o tempo de análise das candidaturas.
Assumiu como outra das prioridades acelerar a execução do PRR, destacando que "já passou metade do tempo" do plano e "a sua taxa de execução está nos 20%".
"É um resultado a todos os níveis incompreensíveis. Não é aceitável que um programa tão estruturante como o PRR tenha um ritmo tão lento e balanço tão medíocre. Há que recuperar atrasos e prevenir novos atrasos no futuro", disse.
No período de pedidos de esclarecimentos, o ministro respondeu, sobre o IMT, que mesmo não sendo o responsável pela pasta das Finanças, a medida de isenção deste imposto para jovens em determinadas condições terá que ser compensada no Orçamento do Estado uma vez que essa receita é dirigida aos municípios.
Miranda Sarmento. Preocupação com o prejuízo do Banco de Portugal
Miranda Sarmento. "Fazer o Programa do Partido Socialista é igual a não fazer nada"
O ministro do Estado e das Finanças afirmou que "fazer o Programa do Partido Socialista é igual a não fazer nada", tendo em consideração que o "cenário que o Partido Socialista apresentou a eleições, de crescimento de 2 por cento, é igual ao cenário de políticas e variantes do Conselho de Finanças Públicas, ou seja o cenário de não fazer nada", afirmou. Miranda Sarmento defendeu que "entre os dois eu acho que o melhor é mesmo não fazer nada".
Miranda Sarmento. "O nosso programa de governo é o nosso programa eleitoral"
“O nosso programa de governo é o nosso programa eleitoral. Falámos de redução de IRS, está no programa de governo. Falámos de redução de IRC, está no programa de governo. Falámos da redução da tributação da habitação, está no programa de governo. Falámos em recuperar o tempo de serviço dos professores, está no programa de governo”, explicou.
Chega critica "ausência de cenário macroeconómico"
IL deseja "bom trabalho" ao ministro das Finanças. "Portugal bem precisa"
PCP acusa executivo de "mudar o discurso"
Ministro das Finanças considera Programa de Governo "ambicioso" mas "realista"
O ministro do Estado e das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, disse esta quinta-feira que "este é um programa ambicioso, mas realista" e defendeu que o equilíbrio das contas públicas são "uma condição imprescindível da governação".
As críticas dos outros partidos
Debate entre Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos
Resumo das medidas apresentadas por Luís Montenegro
BE rejeita Programa de Governo que "não é todos" e "não mudará nada"
A deputada do Bloco de Esquerda, Joana Mortágua, afirmou na sua intervenção que o seu partido e a esquerda têm "todos, todos, todas motivos e as razões para apresentar uma moção de rejeição a este Programa de Governo" que não apresenta "nenhuma mudança", mas sim uma "insistência no erro".
IL desafia governo a "mudar modelo de sociedade"
André Ventura. "Chantagear a oposição não vai resultar"
Montenegro promete apresentar "muito rapidamente" plano para gestão da água
O primeiro-ministro afirmou que o novo Governo tem o objetivo de tornar a agricultura, as pescas e as florestas em "setores estratégicos" para o desenvolvimento do país e prometeu apresentar "muito rapidamente" ao país um plano sobre a gestão da água, em resposta ao deputado social-democrata Cristóvão Norte que considerou na sua intervenção que o atual executivo "tem as opções certas", mas precisa de "promover o setor primário, em particular a agricultura".
"Estamos já a trabalhar no âmbito do ministério do Ambiente e da Energia, e no âmbito do ministério da Agricultura e Pescas, em convergência para apresentar o desenho desse programa o mais rápido que for possível", sublinhou.
Montenegro. "O que queremos é responsabilidade e compromisso" do Partido Socialista
Para o primeiro-ministro, por isso, essa atitude "de respeito democrático" do PS "deve durar para toda a legislatura".
"Isso não é caucionar toda a ação do Governo, porque os deputados terão de avaliar em cada momento a bondade das nossas propostas e a consequência da sua eventual não aprovação, até ao momento em que eventualmente decidirão que o executivo não deve continuar a governar. Nessa altura, devem apresentar uma moção de censura", alegou.
"Mas, em respeito pela decisão popular e já agora por si próprio -- na noite eleitoral assumiu a sua vontade de ir para a oposição -, no cumprimento da sua palavra, e ainda por cima com o histórico de ter governado 22 dos últimos 28 anos, o PS decidirá. Queremos é responsabilidade e compromisso. E que isso fique muito claro deste debate: não rejeitar o programa, significa dar ao Governo as condições para governar", reforçou.
Livre questiona execução do Fundo de Emergência para a Habitação e Passe Ferroviário Nacional
Montenegro: "O PS não tem de fazer nenhum favor ao Governo nem o Governo quer favores do PS"
O primeiro-ministro deixou claro que a viabilização do Programa do Governo, significa que o PS “confere ao Governo a possibilidade de este iniciar funções para executar o programa. Não é só para tomar posse”.
Pedro Nuno Santos desafia Montenegro a apresentar moção de confiança ao Programa do Governo
Em declarações aos jornalistas nos Passos Perdidos, na Assembleia da República, o secretário-geral do PS explicou que o PS, de forma a garantir que não há nenhum impasse institucional, decidiu e anunciou que não viabilizaria nenhuma moção de rejeição”.
“E é somente isso que significa: não criarmos nenhum impasse institucional e condições para que o governo possa iniciar funções. Daí não se pode retirar nenhuma conclusão sobre o que o PS acha sobre o Programa do Governo”, acrescentou.
No entanto, Pedro Nuno Santos diz que “o primeiro-ministro parece ter uma interpretação diferente”. “Em vez de se congratular pela posição do PS, decide desafiar o PS e exigir que, inviabilizando as moções de rejeição, teria de suportar o Governo até ao final da legislatura”, afirmou.
Desta forma, Pedro Nuno Santos diz que “a única maneira de clarificarmos este tema é com o Governo apresentando uma moção de confiança ao Programa do Governo”.
Marcelo lembra que "Governo minoritário tem, naturalmente, de fazer diálogo"
Foto: Rodrigo Antunes - Lusa
"É muito diferente dos programas que eu tive nos governos anteriores", disse, explicando que, tradicionalmente, os programas são mais genéricos, mas este "é um programa feito de dois programas: um mais geral e abstrato para quatro anos e outro muito imediato com medidas urgentes para os próximos meses".
"É com as medidas do pacote mais urgente que se vai ver a capacidade de eficácia do Governo", disse Marcelo.
Montenegro promete estabilidade, Pedro Nuno denuncia arrogância
Ventura acusa Montenegro de fazer "chantagem" com a oposição
Os anúncios de Luís Montenegro no Parlamento
João Alexandre - Antena 1
Debate marcado por troca de acusações entre PM e o líder socialista
Trabalhos suspensos
PAN afirma que programa de Governo não é progressista
A deputada única do PAN considera que o Programa de Governo "não traduz a mudança que os portugueses querem ver".
A deputada do PAN frisa que não “diz como e quando é que vai acontecer a descida das taxas de IRS”.
CDS diz que este é um “Governo de mudança, com ambição e de futuro”
O deputado do CDS pediu ao primeiro-ministro para clarificar a medida da descida do IRS e identificar os agregados familiares que irão beneficiar desta medida.
Executivo reúne-se esta sexta-feira com representantes das forças de segurança
"Já estou em condições, desde que abri o debate aqui às 10:00 até agora, de poder confirmar que, por exemplo, a primeira reunião com as forças representativas das forças de segurança será já amanhã à tarde no Ministério da Administração Interna", afirmou o líder do executivo.
Luís Montenegro falava na Assembleia da República, no debate sobre o programa do XXIV Governo Constitucional, em resposta a um pedido de esclarecimento colocado pela deputada única do PAN, Inês de Sousa Real.
"Estamos já a cumprir aquilo que disse na intervenção inicial, que nos próximos dias abriríamos o processo negocial quer com as forças de segurança, quer com os professores, que são os dois setores prioritários neste âmbito", salientou o primeiro-ministro.
Na intervenção inicial neste debate, o primeiro-ministro anunciou que, nos próximos dez dias, o Governo vai iniciar conversações com representantes dos professores e das forças de segurança, "com vista a tratar de assuntos relacionados com as carreiras e estatuto remuneratório".
Montenegro diz que algumas das “preocupações” do Livre estão refletidas no Programa do Governo
O primeiro-ministro afirmou que Portugal não conseguiu “aproveitar devidamente as fontes de financiamento” da UE e reiterou que há “um nível de atraso”.
“Temos de assumir um compromisso maior com o resultado que esse financiamento solidário nos proporciona”, salientou.
Sobre o círculo eleitoral único, Montenegro declarou que o PSD terá “disponibilidade para ter discussão sobre a melhoria do sistema eleitoral”.
Rui Tavares: “É mau sinal não ter começado por haver um diálogo com os partidos”
O líder do Livre considera ainda “um sinal não ter começado por haver um diálogo com os partidos”.
Rui Tavares lançou, de seguida, uma série de desafios ao PSD sobre sistema eleitoral, excedente e pobreza.
Montenegro assume que prioriza baixar IRS sobre impostos indiretos
O primeiro-ministro assumiu hoje que o Governo prioriza a redução do IRS sobre a dos impostos indiretos, depois de o PCP o ter desafiado a baixar o IVA sobre a eletricidade, gás e telecomunicações.
"A prioridade do XXIV Governo é descer os impostos sobre o rendimento do trabalho. É essa a nossa prioridade e nós assumimo-la", salientou Luís Montenegro, acrescentando que, do ponto de vista da "justiça relativa", é o "melhor caminho para se tratar a igualdade de oportunidades em Portugal".
"Do ponto de vista económico, é também o melhor caminho para poder incentivar os trabalhadores portugueses a darem o seu esforço, o seu compromisso, na obtenção de melhores resultados", disse.
É por isso, prosseguiu o primeiro-ministro, que o Governo optou por proceder à descida da taxa do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS) e, ao mesmo tempo, estimular "os ganhos de produtividade relativamente à parte da retribuição que possa estar associada a níveis de desempenho".
"É uma opção política assumida. Eu registo a pretensão do PCP em estender o desagravamento fiscal a outras áreas da nossa fiscalidade", disse.
PCP afirma que Governo não vai cumprir o que estava anunciado
O secretário-geral do PCP recordou que várias áreas profissionais vão "com a sua luta e ação obrigar o Governo a cumprir com as promessas e solução dos problemas".
"Sobre salários, demagogia e contenção é a palavra de ordem, numa altura em que cai por terra o mito da produtividade, esse mito no qual o Governo sustenta parte da justificação do seu próprio programa", frisou.
Para Paulo Raimundo, o Governo "procura sempre justificações para travar o aumento dos salários, uma maior distribuição da riqueza", mas encontra sempre "razões para fazer mais favores aos grupos económicos e para retirar ao Estado as condições e os meios para cumprir as suas funções, como é o caso agora da redução anunciada do IRC".
"Há impostos, de facto, que deviam baixar. E aqui fica a primeira pergunta: está o Governo disponível para baixar o IVA na eletricidade, no gás, nas telecomunicações? Vai o Governo ser um verdadeiro 'passa cheques' aos interesses do grande capital?", questionou.
Montenegro diz que Mortágua “queixa-se de uma situação cuja responsabilidade é também em grande medida sua”
Em resposta a Mariana Mortágua, Montenegro disse não compreende a “revolta” da bloquista, lembrando que esteve seis anos ao lado do PS e que devia ter “aproveitado essa ocasião para poder transformar o país no sentido que preconizou aqui”.
O primeiro-ministro diz que as declarações de Mortágua são um “falhanço clamoroso”, uma vez que se queixa “de uma situação cuja responsabilidade é também em grande medida sua”.
"O que pretendia é que o mercado da energia estivesse em monopólio, com renda perpétua que não favorece a competitividade da economia nem os serviços prestados ao cidadão. Isso já foi experimentado", afirmou.
“Ir no caminho da nacionalização da EDP é o melhor caminho para frustrar o interesse das pessoas e trazer o aumento das tarifas no acesso a bens essenciais”, declarou.
"A senhora deputada pode insistir as vezes que quiser, mas este governo não é permeável a nenhum interesse”, respondeu Montenegro.
“Não é correto nem honesto dizer que a EDP veio para o Governo. No Governo estão pessoas qualificadas, desinteressadas e que largaram as suas vidas profissionais para serviço de todos”, insistiu.
Mortágua diz que este é “um governo para a elite economia”
A coordenadora do BE acusa o Governo de ter dado um “jackpot” de 250 milhões de euros à EDP e pergunta se o salário mínimo vai ou não subir em 2028, desafindo Montenegro a responder se esta subida é "incondicional" como o é "a descida do IRC para a EDP".
Mortágua afirmou ainda que “se forem rejeitadas as moções de rejeição aqui apresentadas, amanhã abre a happy hour das grandes empresas”.
A coordenadora do BE critica ainda a nomeação de Adriano Rafael Moreira, antigo responsável das relações laborais da EDP, para secretário de Estado do Trabalho.
“A IL é uma das bancadas com as quais contaremos mais do diálogo”, diz Montenegro
“A IL é uma das bancadas com as quais contaremos mais do diálogo político-parlamentar para podermos construir e melhorar as propostas que forem suscitadas no âmbito da Assembleia da República”, disse Montenegro.
Sobre as questões levantadas por Rui Rocha, Montenegro garantiu que os objetivos definidos para o cenário macroeconómico “são para cumprir”, antecipando que em 2024 será possível “exceder o cenário” porque o do Governo anterior era “menos otimista”.
Rui Rocha diz que Programa do Governo "fica aquém do necessário"
Rui Rocha diz mesmo que o documento é uma “desilusão em algumas áreas”, nomeadamente na área do crescimento económico.
“Não é com este programa que vão cumprir a meta [de crescimento] de 2025, 2026, 2027 e 2028”, diz Rui Rocha, afirmando que a descida de impostos também “devia ser mais ambiciosa”.
“Aquilo que propõe em termos de crescimento económico, evolução de salários, alívio fiscal é muito insuficiente”, apontou.
"Se não houver necessidade, não haverá orçamento retificativo", reposta de Montenegro a Ventura
Luís Montenegro escusou-se a esclarecer se o Governo vai apresentar um orçamento retificativo, dizendo que o fará se houver necessidade, e defendeu que "mais importante" é tomar decisões para resolver os problemas das pessoas.
André Ventura afirma que Assembleia da República não pode ter chantagem
O líder do Chega começa o discurso a afirmar que a legislatura do novo Governo no Parlamento não começou bem. "Não começa bem porque vem a um Parlamento onde não tem nada aproximado com uma maioria".
“Por isso quase que diz ao PS e ao Chega se nos derem hoje cartão branco, têm que dar até ao fim da legislatura. Se quiser resolver isto, podemos resolver já hoje. Se for mesmo isso que quer, então é já hoje que se resolve, ou amanhã”, acrescentou André Ventura.
Para o líder do Chega, “chantagem é coisa que a Assembleia da República não deve ter”. André Ventura recorda que o PSD teve um resultado eleitoral muito semelhante ao de 2022 “em que ficou em igualdade de deputados com o PS e com o partido à sua direita com mais de um milhão de votos e com 50 deputados. E vem aqui dizer, não, não, nós não temos de falar com ninguém”.
O líder do Chega acrescenta que Montenegro não se chama “Aníbal Cavaco Silva, nem 2024 é 1985 ou 87. E mais, Cavaco Silva perdeu na sua terra natal”.
Montenegro promete “diálogo frutuoso e não uma simulação ou farsa”
“Obviamente que não somos indiferentes aos resultados eleitorais e à representação parlamentar de todas as forças que obtiveram era representação”, salientou.
Montenegro quer dialogar “privilegiando a substância mais do que a forma”, lembrando que foram integradas 60 medidas propostas pelas bancadas da oposição no Programa do Governo.
Hugo Soares pede ao PS que "não confunda arrogância com lealdade e verdade"
Sobre as queixas de Pedro Nuno Santos sobre falta de diálogo, Hugo Soares disse que era “impossível dialogar com quem não atende o telefone”.
Montenegro quer manter “diálogo político e construtivo”
Na resposta ao secretário-geral do PS, o primeiro-ministro frisa que quer manter "diálogo político e construtivo, em favor da qualidade de vida dos portugueses e do comprimento dos objetivos traçados no Programa do Governo".
“Nós não queremos dar a Portugal, uma instabilidade que o país não precisa”, sublinhou Montenegro.
O teor da moção de rejeição do partido de Mariana Mortágua ao Programa do Governo
O Bloco de Esquerda submeteu a sua moção de rejeição ao Programa do XXIV Governo Constitucional. No texto, acusa o Executivo de Luís Montenegro de ter apresentado um documento "cheio de promessas vagas" e com o "caderno de encargos dos mais ricos".
No entender do Bloco, o Programa do Governo "é um ataque ao trabalho, à Segurança Social, à saúde, à educação e à habitação porque quer ser um festim para os grandes patrões, para o lóbi do negócio privado da saúde, para o setor financeiro e para os especuladores imobiliários".
"Perante a crise do custo de vida, com três em cada quatro famílias a não conseguir fazer face às suas despesas, o Governo coloca-se do lado de quem tem beneficiado da crise", reforçam os bloquistas.
O documento, prossegue o partido, acabará por "materializar o recuo em direitos laborais recentemente conquistados e colocar em xeque normas imperativas do direito do trabalho" e "aponta o caminho da privatização parcial da Segurança Social, através de fundos de capitalização privados".
O BE considera ainda que o programa "condiciona o aumento do salário mínimo à evolução da inflação e da produtividade, apontando a um valor que, no melhor cenário, em 2028 ainda será inferior ao que é hoje praticado no Estado espanhol".
"O Governo propõe-se reduzir os impostos sobre os lucros das grandes empresas, numa borla de milhares de milhões de euros à banca, às empresas da grande distribuição e da energia, e a instituir uma série de benefícios fiscais para o imobiliário e para multinacionais".
O Bloco de Esquerda acusa o Executivo de apontar à privatização do sector da Saúde, lamenta que a despesa pública em Educação permaneça "muito longe dos seis por cento do Produto Interno Bruto" e sustenta que "a maioria dos profissionais da Administração Pública - educação, saúde, forças de segurança, funcionários judiciais e não só - não encontram neste Programa de Governo nenhum compromisso claro, objetivo e imediato com a melhoria dos seus salários, a criação de suplementos ou a melhoria das suas carreiras".
Por último, o partido estima que o Governo não fornece respostas a crises como a da habitação e "prevê a adoção de uma política de imigração comprovadamente errada".
Pedro Nuno Santos lamenta a arrogância de Luís Montenegro
O secretário-geral do PS começa o discurso com um ataque ao primeiro-ministro. "Lidera um partido, que chumbou nove orçamentos. Como chumbou o orçamento de 2021. Na campanha interna do PSD mostrava incompreensão pelo facto do antigo presidente não dizer que volta logo contra o orçamento", afirmou Pedro Nuno Santos.
“Ninguém compreende. Nós não compreendemos. Temos um compromisso com o nosso programa, com o nosso ideário, com o nosso eleitorado”.
Para Pedro Nuno Santos, “o programa de governo, é, como não podia deixar de ser a tradução do que é na sua globalidade o programa eleitoral. Acrescentou 60 medidas de diferentes partidos, ao que chamou de diálogo. Aliás foi assim que o ministro da Presidência apresentou, no espírito do diálogo, incluímos 60 medidas de diferentes partidos”.
Para o secretário-geral do PS, “não é a aprovação de medidas avulsas que garante que esse distanciamento desaparece”.
Pedro Nuno Santos acusa Montenegro de achar que a “solução mágica para o crescimento em Portugal é a descida do IRC, só que a redução do IRC é ineficaz, é errada e custa muito dinheiro ao Estado”.
"Não é assim que se constrói maioria nenhuma, não é assim que se garante estabilidade ou durabilidade para um Governo", alertou.
Montenegro desafia partidos a assumirem já "se têm reserva mental sobre legitimidade" do executivo
"Se, como é minha convicção e esperança democrática, os partidos, e em especial o PS, não têm essa reserva mental, então nestes dois dias e nos anos seguintes, com certeza que fará a sua oposição e com certeza que constituirá a sua alternativa, mas assumirá em consequência que não será um bloqueio ao normal funcionamento do Governo", defendeu Luís Montenegro, na abertura do debate do programa do XXIV Governo Constitucional.
O primeiro-ministro assegurou que não será o Governo "a pôr em causa a estabilidade política e governativa".
"Quando chegar o momento, no final da legislatura, o povo português julgará o nosso trabalho e as alternativas apresentadas pelas oposições, bem como, o sentido de responsabilidade de cada um", disse.
No entanto, voltou a defender uma tese que já tinha deixado na sua tomada de posse: "a apreciação deste Programa do Governo, sem aprovação de uma moção de rejeição, significa que o parlamento permitirá a sua execução até ao final do mandato ou, naturalmente, até à apresentação e aprovação de uma moção de censura".
"Não se trata de aderir ao programa, trata-se de não bloquear a sua execução. Os portugueses percebem que a oposição não queira dar um cheque em branco ao Governo. Mas os portugueses não perdoarão se a oposição der um cheque sem cobertura ao país", avisou.
O líder do PSD disse que o Governo não fará "chantagem nem terá um comportamento de arrogância", mas será "leal e honesto" quanto ao que significa, no seu entendimento, a não aprovação de uma moção de rejeição.
Num aparente recado ao Chega, no final do seu discurso, Montenegro disse que todos os partidos representados na Assembleia da República "têm legitimidade democrática e merecem esse respeito e essa consideração".
"Para nós, não há os portugueses do bem e os portugueses do mal. Rejeitaremos sempre o discurso de ódio e a radicalização política", disse.
Montenegro apresenta três caminhos para "se sair da trajetória do empobrecimento"
Neste âmbito, o primeiro-ministro apresentou três caminhos prioritários para sair da trajetória do empobrecimento: “salvar o Estado social, concretizar transformações estratégicas e dinamizar a nossa economia com responsabilidade financeira”.
“Vamos mesmo salvar os serviços públicos e dar resposta aos cidadãos em tempo e qualidade, na saúde, na educação, nos transportes, na justiça e na segurança”, declarou.
Na saúde, Montenegro anunciou que o Governo vai propor um plano de emergência do SNS e o seu modelo de implementação será apresentado até 2 de junho.
Governo vai revogar o arrendamento forçado
Exames do 9º ano serão realizadas em papel
Desta forma, o Governo decidiu que as provas finais do 9º ano serão realizadas em papel, “de forma excecional neste ano letivo para garantir uma verdadeira igualdade de oportunidades”.
Já as provas de aferição serão em formato digital, como previsto.
Conversações com representantes dos professores e das forças de segurança começam dentro de dez dias
Luís Montenegro avançou ainda que o Governo irá também entrar em contacto com os grupos parlamentares na Assembleia da República já “amanhã” para “calendarizar os encontros que lançarão o diálogo em matéria de combate à corrupção”.
Montenegro anuncia descida das taxas do IRS até ao oitavo escalão
“Esta medida vai perfazer uma diminuição global de cerca de 1500 milhões de euros nos impostos sobre os rendimentos do trabalho dos portugueses face ao ano passado, com especial enfoque nos rendimentos da classe média”, explicou.
Montenegro anunciou também que o Governo irá lançar “em breve” um programa para "colocar o Estado a pagar a 30 dias, no âmbito do qual será criada numa primeira fase uma conta-corrente entre a Administração Tributária e as empresas".
"Programa de mudança e esperança"
Início do debate do Programa do Governo aproxima-se
"Entre políticos". PSD defende "boa-fé" no programa de Governo
Já a Iniciativa Liberal considera que falta ambição ao programa do Governo liderado por Luís Montenegro.
Joana Cordeiro, deputada e dirigente da IL, dá como exemplo o IRS.
O BE, que já anunciou uma moção de rejeição ao programa de Governo, lamenta as opções do novo Executivo.
A vice-presidente da bancada do Bloco, Joana Mortágua, dá como exemplo a recuperação do tempo de serviço dos professores.
Luís Montenegro promete recuperar o tempo de serviço congelado em 20% ao ano ao longo dos próximos 5 anos.
A A1 vai transmitir em direto o debate em torno do Programa de Governo. Por esse motivo, hoje não será emitido o programa Entre Políticos, na emissão da Antena 1. Mas pode de qualquer forma ouvir este programa com moderação do jornalista João Alexandre, através das plataformas da RTP e Antena 1 na internet.
Trabalhos começam às 10h00
Estes trabalhos vão prolongar-se por mais de oito horas, isto sem contar com a parte inicial da apresentação, a cargo do chefe do Governo.Na sexta-feira, os trabalhos prosseguem com as perguntas e as respostas por parte das bancadas parlamentares e dos governantes.
Estão confirmadas duas moções de rejeição do Programa de Governo - do PCP e do Bloco de Esquerda. Iniciativas que não reúnem, por agora, o apoio de nenhuma outra força política com representação no hemiciclo.
O PS vai-se abster, pelo que as moções têm chumbo assegurado. Chega e Iniciativa Liberal vão votar contra. O Livre e o PAN só devem definir esta quinta-feira as respetivas intenções de voto.
O Programa
O Programa do Governo foi aprovado na quarta-feira em Conselho de Ministros, na residência oficial do primeiro-ministro, em São Bento.
Foram incluídas no documento perto de 60 medidas de outros partidos. Um sinal de abertura ao diálogo com "todos, todos, todos", nas palavras do ministro da Presidência, Leitão Amaro.
O Programa tem como "base e ponto de partida" o programa eleitoral da Aliança Democrática, recuperando parte dos principais compromissos: a apresentação de um Plano de Emergência para o Serviço Nacional de Saúde nos primeiros 60 dias de governação, a redução das taxas de IRS até ao oitavo escalão e a descida IRC dos atuais 21 para 15 por cento em três anos, ao ritmo de dois pontos percentuais por ano.
O documento conserva ainda o compromisso da recuperação integral do tempo de serviço congelado dos professores de forma faseada nos próximos cinco anos, à razão de 20 por cento ao ano. Para as polícias, o Governo propõe-se encetar "com caráter prioritário" um processo para "dignificação das carreiras" e "valorização profissional e remuneratória", sem mais detalhes.
Outros compromissos assumidos pelo Executivo passam por uma decisão rápida sobre a localização do novo aeroporto de Lisboa e pelo início da obra com a maior brevidade possível.
O ministro da Presidência remeteu "o momento e o calendário" de concretização de compromissos para os próximos dias, desde logo no discurso de abertura do debate dessta quinta-feira.
c/ Lusa
Da saúde ao combate à corrupção. Governo apresenta programa "de mudança mas também de diálogo"
Prevê-se também a criação da figura do “provedor do utente” em serviços públicos com atendimento ao cidadão e a criminalização do enriquecimento ilícito, reforçar os recursos humanos e materiais para o combate e investigação da corrupção e fixar o limite máximo de 72 horas para decisão jurisdicional após detenção.
Na Justiça, o Governo pretende criar um mecanismo que avalie a celeridade dos processos e que seja responsável pela publicação de um relatório anual. Quer também evitar a formação de “megaprocessos”, que “entorpecem a ação dos tribunais e se arrastam anos a fio”.
Ainda na justiça, o novo Governo destaca como prioridade a valorização das carreiras dos magistrados, oficiais de justiça e guardas profissionais, bem como a reforma do regulamento de custas processuais para garantir maior acesso dos cidadãos à justiça.
Forças de segurança, bombeiros e Defesa Num dos pontos que mereceu maior destaque durante a campanha eleitoral, o Governo compromete-se com a “dignificação das carreiras” e a “valorização profissional” das forças de segurança. Neste ponto, quer também garantir o policiamento de proximidade e garantir um melhor acolhimento de vítimas e denunciantes de crimes.
O Governo quer também promover a utilização de novos instrumentos, desde logo as “body cameras”, videovigilância e a utilização de drones. Numa referência a uma medida adotada na legislatura anterior, Luís Montenegro quer promover “uma rigorosa avaliação” da extinção do SEF e a integração do mesmo noutros serviços, de forma a identificar eventuais falhas operacionais.
O novo Executivo pretende, na área da Cibersegurança, reforçar a “resiliência cibernética” da administração pública e local, com o reforço dos mecanismos de fiscalização e denúncia.
Quanto à Proteção Civil, há a intenção de profissionalizar a primeira intervenção em todos os corpos de bombeiros e garantir a regularização de dívidas por parte de todas entidades “no prazo de 30 dias”.
Já no âmbito da Defesa Nacional, pretende-se melhorar as condições salariais, em particular dos Praças. O Executivo quer também garantir o recrutamento de voluntários e “estudar outras formas de recrutamento voluntário”.
Por fim, quanto à comunicação social, o Governo pretende avaliar uma possível redução no IRS de despesas em conteúdos de órgãos de comunicação social. Quer também “clarificar” a situação da Lusa, mantendo a posição maioritária do Estado na mesma, e “salvaguardar o papel e missão do serviço público de rádio, televisão e multimédia, garantindo a sua independência e transparência”. Ainda neste campo, pretende-se reforçar o papel da ERC na fiscalização e combater campanhas de desinformação.
Educação, ciência e cultura Foi um dos temas de campanha e é agora uma das grandes bandeiras no âmbito da educação. Luís Montenegro inscreve no programa de Governo a recuperação integral do tempo de serviço perdido dos professores, uma medida a ser implementada ao longo da legislatura, com recuperação de 20% ao ano.
Ainda quanto aos docentes, o Governo compromete-se a criar uma dedução em sede do IRS das despesas de alojamento de professores deslocados a mais de 70 quilómetros da área de residência, bem como incentivar ao regresso de professores que tenham abandonado a profissão.
Focado nos alunos, o novo Governo quer implementar um novo plano de recuperação de aprendizagens (“A+A – Aprender mais agora”) e dar mais autonomia a agrupamentos e escolas públicas. Quer ainda reestruturar os ciclos do ensino básico, integrando 1º e 2º ciclos.
Pretende-se ainda alargar a oferta pública a creches e pré-escolar, não só a oferta do Estado, mas contratualizar com setor social, particular e cooperativo. Incluir o ensino do Inglês e introduzir a Educação Física no 1º ciclo é outra das medidas, assim como implementar provas de aferição a Português, Matemática e outra disciplina rotativa no final de cada ciclo.
Perante o aumento do número de alunos estrangeiros, o Governo quer também reforçar meios para o ensino do Português Língua Não Materna.
No ensino superior, o Governo quer aumentar investimento na criação e requalificação de alojamento para estudantes e alargar as redes de apoio a idosos que recebem estudantes deslocados. Pretende ainda recuperar o programa ERASMUS + INTERIOR, para levar alunos do litoral para o interior.
Em termos de investigação, pretende-se reforçar a autonomia das instituições de Ensino Superior e melhorar o “desempenho, transparência de processos e calendarização dos concursos” da FCT.
Por fim, o Governo compromete-se, ao longo dos próximos quatro anos, a aumentar em 50 por cento o valor atribuído à Cultura e assegurar, até ao final da legislatura, a gratuitidade do acesso a museus e monumentos nacionais, bem como centros de ciência, para jovens até aos 25 anos.
Na agricultura e nas pescas, o Governo pretende implementar uma maior valorização nestes setores, tendo um ministério em contacto direto com produtores e agentes económicos.
O PRR também é abordado no Programa de Governo, que quer aplicar melhor as verbas do Plano de Recuperação e Resiliência, criando mecanismos de controlo e ferramentas para haver maior transparência na atribuição de fundos.
A TAP também é assunto sensível, com o Governo a querer a privatização da companhia aérea portuguesa.
A língua portuguesa é também uma prioridade. O Governo que a promoção da candidatura do português a língua oficial da ONU até 2030.
Nas migrações, o Programa de Governo explica que quer lutar contra a imigração ilegal e o tráfico humano. Para isso, será necessária uma reestruturação da AIMA: Agência para a Integração, Migrações e Asilo.
Em termos de Igualdade, Diversidade e Inclusão social, o Governo propõe reduzir disparidades salariais entre homens e mulheres, conseguindo criar condições para conciliar a vida profissional com a vida familiar.
É proposto um maior apoio às vítimas de violência doméstica, dando maior acesso à justiça às vítimas e que seja prevenido a violência contra pessoas idosas.
PS vai viabilizar o Programa do Governo
Foto: Nuno Patrício - RTP
E diz que, apesar de o Governo da Aliança Democrática ter incluído no programa 60 propostas da autoria de outros partidos, esse processo não resultou de uma negociação com as forças políticas da oposição.
Os reparos do PS ao conteúdo do Programa do Governo que foi apresentado ontem e que começa hoje a ser discutido na Assembleia da República.
Programa do Governo confirma a integração de várias propostas eleitorais
Foto: António Pedro Santos - Lusa
O Programa do Governo fala apenas em "concluir o processo de escolha" da nova infraestrutura e avançar com a construção o mais breve possível.
Programa do Governo não agradou à esquerda nem à direita
Programa do Governo não é a solução esperada pelos sindicatos
Governo quer criar uma nova prestação social
Governo apresenta programa com aumento de rendimentos e menos carga fiscal
Morais Sarmento vê com espanto aproximação entre PS e PSD
Programa de Governo. PS abstém-se na votação das moções de rejeição
A deputada era a única candidato ao cargo e recebeu 65 votos favoráveis e sete brancos.
Apenas não votaram seis dos 78 deputados que constituem a bancada socialista.
Alexandra Leitão anunciou que o PS se vai abster na votação das moções de rejeição ao programa do governo apresentadas pelo PCP e BE.