PS conquista maioria absoluta histórica mas promete não fechar a porta ao diálogo

O mapa eleitoral de Portugal está pintado com as cores do PS. As eleições legislativas de 30 de janeiro ditaram a vitória clara do Partido Socialista, a segunda maioria absoluta na história do partido e a sexta na história da democracia. No discurso de vitória, António Costa assegurou, no entanto, que "uma maioria absoluta não é o poder absoluto, não é governar sozinho". A noite fica ainda marcada pela demissão quase garantida de Rui Rio, do PSD, e pela saída de Francisco Rodrigues dos Santos, do CDS-PP, partido que de resto abandona o Parlamento. Mas nem tudo correu mal à direita do hemiciclo, com Chega e Iniciativa Liberal a saírem muito reforçados deste escrutínio como terceira e quarta forças políticas. Já à esquerda, o eleitorado penalizou fortemente Bloco de Esquerda e CDU, antigos parceiros de Geringonça. Tanto o Livre como o PAN garantiram a eleição de um deputado.

Dezassete anos depois, o PS volta a conquistar uma maioria absoluta. É a segunda da história do partido depois de José Sócrates. Numa altura em que falta ainda apurar a totalidade dos resultados, tudo aponta para uma maioria absoluta do PS na Assembleia da República entre 117 e 118 deputados, aquém dos mandatos alcançados em 2005.

Ainda assim, olhando para o mapa dos resultados, o PS fica à frente do PSD em quase todos os círculos eleitorais, mesmo naqueles em que os sociais-democratas são habitualmente vencedores. A única exceção foi a região autónoma da Madeira, que fica tingida de laranja. Sobre a votação em Bragança, onde os socialistas ganharam por apenas 15 votos, o PSD já pediu esclarecimentos.

O PS conta com 41,68 por cento dos votos (117 mandatos), enquanto o PSD tem 27,80 por cento (71 deputados, mais cinco deputados em coligações das regiões autónomas).

Como terceira força política surge o Chega (7,15%), que passa de um deputado para um grupo parlamentar de 12 deputados. Segue-se o Iniciativa Liberal (4,98%) com oito deputados e só depois surgem CDU (4,39%) e Bloco de Esquerda (4,46%), que elegem respetivamente seis e cinco deputados.

O PAN e o Livre garantem com os respetivos resultados a eleição de um deputado, enquanto o CDS-PP, partido histórico da democracia portuguesa, abandona o Parlamento.

Numa votação ainda muito marcada pelo contexto pandémico, a abstenção foi de 50,25 por cento, ainda assim abaixo da abstenção nas eleições legislativas de outubro de 2019 (51,4%).

De acordo com a Direção-Geral da Saúde, Portugal tinha este domingo um máximo de 783.000 eleitores isolados devido à Covid-19, que ainda assim podiam deslocar-se excecionalmente às urnas para votar neste domingo.
O peso da responsabilidade

No discurso de vitória poucos minutos depois da meia-noite, o secretário-geral do PS surgiu emocionado perante os apoiantes, não esquecendo precisamente o contexto de pandemia em que a eleição decorreu.

“Depois de seis anos do exercício de funções como primeiro-ministro, depois dos últimos dois anos num combate sem precedentes contra uma pandemia, é com muita, muita emoção que assumo esta responsabilidade que os portugueses hoje me confiaram", afirmou António Costa, agradecendo à família e à máquina partidária pelo apoio.

Nesta noite “muito especial”, António Costa destacou que o resultado constitui “uma vitória da humildade, da confiança e da estabilidade”. A olhar para a próxima legislatura, o secretário-geral definiu como prioridade, precisamente, reconciliar os portugueses “com a ideia das maiorias absolutas”.

António Costa considerou que este resultado é um voto de confiança, mas também “uma enorme responsabilidade”, prometendo promover o diálogo e os consensos na Assembleia da República. Aliás, um dos primeiros itens na agenda após ser indigitado será, precisamente, reunir com todos os partidos, à exceção do Chega.

“Promoverei reuniões com todas as forças políticas, com a exceção daquela que disse que não faz sentido consumir tempo de diálogo", afirmou António Costa.

E voltou a transmitir uma das principais ideias do discurso, lembrando o peso da responsabilidade deste resultado. “Esta será necessariamente uma maioria de diálogo. Em democracia, ninguém governa sozinho. Nós queremos governar para todas e com todas as portuguesas e portugueses”, acrescentou.
Considerou ainda que, com esta votação, os portugueses “mostraram um cartão vermelho a qualquer crise política”. O resultado mostra que querem “estabilidade, certeza e segurança e um Governo do PS para os próximos quatro anos”.

Questionado pelos jornalistas sobre a atuação de Marcelo Rebelo de Sousa nesta nova fase, António Costa garante que, para além do Presidente da República, o controlo da maioria absoluta partirá do próprio primeiro-ministro. “O primeiro garante de que não pisaremos o risco sou eu próprio”, assegurou, lembrando ainda o diálogo e a boa relação institucional entre Belém e São Bento ao longo dos últimos anos.
Rio assume-se como “primeiro responsável” pelos resultados
Comparativamente a 2019, o Partido Social Democrata conseguiu mais votos nestas eleições legislativas. Ainda assim, não foram “atingidos os objetivos” e Rui Rio, num discurso na sede de campanha em Lisboa, reconheceu o resultado “substancialmente abaixo do esperado”.

Segundo o social-democrata, estes resultados explicam-se com “um voto útil à esquerda absolutamente esmagador". E, considerando a maioria absoluta do Partido Socialista, Rio admitiu poder vir a deixar a liderança do PSD.

“Fizemos uma excelente campanha”, afirmou Rui Rio, numa declaração perante uma sala cheia e que o aplaudiu longamente, com gritos “PSD, PSD”.

"Nós ficamos com o resultado eleitoral substancialmente abaixo daquilo que pensávamos que íamos ter, mas fizemos o nosso orçamento de campanha de tal forma que, mesmo com este resultado, não há qualquer défice, não há qualquer divida por culpa desta campanha eleitoral", deixou claro o líder partidário.

Ao admitir a derrota, reconhecendo que o “vencedor da noite” era o Partido Socialista, o presidente do PSD justificou-o com o voto útil à esquerda, mas não deixou de se assumir como “o primeiro responsável” pelo resultado eleitoral do partido.

“O PSD até teve mais votos em praticamente todos os distritos, mas há aqui um fenómeno que efetivamente decidiu completamente as eleições: houve um voto útil à esquerda absolutamente esmagador”, afirmou, explicando que a esquerda se mobilizou, “através do voto no PS, para evitar que o PSD pudesse nomear o primeiro-ministro”.

Já à direita tal não aconteceu. Segundo Rui Rio, não houve a “mesma união em torno do PSD para evitar que o dr. António Costa continuasse”, uma vez que a direita se dispersou. Mas a estratégia continua a ser, adiantou, a “de captação do voto ao centro e do voto equilibrado, que é aquilo que é a matriz ideológica do PSD”.

"Não atingimos nem de longe, nem de perto os objetivos que queríamos e o PS é obviamente o grande vencedor da noite", reiterou.
Líder do PSD acena com possível saída
Durante a pré-campanha e a campanha para as eleições legislativas, Rui Rio afastou sempre a possibilidade de se demitir logo na noite eleitoral em caso de derrota do PSD, recordando a sua recente reeleição para mais dois anos de mandato. Mas perante alguma insistência da comunicação social quanto à sua continuidade na liderança do PSD, Rui Rio admitiu que, perante a maioria absoluta do PS, não sabe como pode ser útil, no PSD, "com mais quatro anos em cima".

"Particularmente se se confirmar que o PS tem uma maioria absoluta – tem, portanto, um horizonte de governação de quatro anos –, eu sinceramente não estou a ver como é que posso ser útil neste enquadramento".

Rio relembrou aos jornalistas que “não estava preso a lugar nenhum, que estava com um completo desprendimento". E, deixando em aberto a questão, o presidente social-democrata disse que será o partido a decidir.

“Mas eu não estou a ver, neste enquadramento, como é que posso ser útil com mais quatro anos em cima", repetiu, acrescentando que a sua missão “é prestar um serviço ao PSD e prestar um serviço a Portugal”.

"Eu sou o primeiro a dizer que, estando numa perspetiva de serviço, que é sempre como eu estive, eu não consigo argumentar como é que posso ser útil ao partido. Só se alguém argumentar. Eu não consigo, neste momento, havendo quatro anos de maioria absoluta", afirmou. Perante a insistência dos jornalistas nesta questão em particular, Rui Rio exaltou-se e respondeu em alemão, afirmando que antes já tinha explicado tudo "em português correto". 
Chega é a terceira força política

Mas não houve só dores de cabeça à direita. No caso do Chega e do Iniciativa Liberal, ambas as forças partidárias passam de apenas um deputado eleito em 2019 para um grupo parlamentar expressivo. Sobretudo no caso do partido de André Ventura, que conta agora com 12 mandatos na Assembleia de República.

O discurso do líder do Chega aconteceu minutos depois das declarações de Rui Rio e esse encadeamento não terá sido inocente: depois da quase-demissão do líder dos social-democratas, André Ventura procurou apresentar-se como a verdadeira oposição ao PS dentro do Parlamento.
"Se o PS acha que vai ter a vida mais facilitada nesta legislatura, nós vamos transmitir-lhe a mensagem precisamente oposta. O que não foi feito nos últimos seis ou sete anos, começará a ser feito já amanhã", afirmou o líder do partido, prometendo contrastar com a “oposição fofinha” de PSD e CDS.

Acrescentou ainda num momento de grande exaltação: “Costa, eu agora vou atrás de ti”.

"Eu prometi-vos em 2019 que em oito anos seriamos a maior força política nacional. Passaram dois e já somos a terceira maior força política nacional", enalteceu André Ventura.
IL com uma vitória "manchada"
Logo depois do Chega, também à direita do hemiciclo, surge o Iniciativa Liberal como quarta força política. João Cotrim de Figueiredo refere que o feito da IL “fica manchado pela existência de uma maioria absoluta do PS”.

Acenou com o “enorme perigo” de ter esse único partido a dominar o Estado. “Se fosse um partido que não tivesse um passado de produzir estagnação e de não trazer ideias novas para Portugal, seria menos preocupante”, considerou.

"Nestas eleições só há dois partidos que podem cantar vitória porque atingiram os seus objetivos. Um preocupa-nos: é a eventual maioria absoluta do Partido Socialista. Já tive ocasião de cumprimentar António Costa e de lhe dizer que pode contar, no próximo Parlamento, com a oposição firme da Iniciativa Liberal", começou por afirmar João Cotrim Figueiredo.

"O outro partido que pode cantar vitória somos nós! E isso é motivo de profunda alegria", celebrou.


Segundo Cotrim Figueiredo, o IL mostrou que "é possível fazer uma campanha com clareza de objetivos, com coerência de comportamento, com coragem de falar naquilo que é popular e naquilo que não é popular".

“Provamos que é possível ganhar votos sem ser populista, sem ser extremista. E essa é uma vitória da democracia em Portugal", concluiu.
BE assume derrota mas promete combater “deputados racistas”
À esquerda, as palavras de ordem dos antigos parceiros de geringonça foram de "bipolarização artificial" e de "falsa crise" originada pelo PS. Para o Bloco de Esquerda, que caiu de terceira para quinta força política, foi uma derrota evidente.

Num discurso em reação aos resultados anunciados, Catarina Martins, assumiu ser “um dia difícil e um mau resultado” do partido, mas frisou que no BE as dificuldades são encaradas “tal como elas são". Apesar de reconhecer a maioria absoluta do PS, a líder bloquista está convencida que o partido deverá essa vitória a uma "crise artificial".

“É um dia difícil e um mau resultado com que saberemos viver e saberemos responder ao nosso mandato”, começou por dizer Catarina Martins.

"A estratégia do Partido Socialista de António Costa, de criar uma crise artificial para ter uma maioria absoluta, ao que tudo indica foi bem-sucedida e o Partido Socialista estará mesmo perto dessa maioria absoluta", declarou.

À semelhança da CDU, Catarina Martins considerou ainda que o BE teve uma campanha eleitoral "muito difícil, com uma bipolarização que, como se percebeu, era falsa e criou uma enorme pressão de voto útil que penalizou os partidos à esquerda".

"Este é também um mau resultado por causa do resultado que teve a extrema-direita e o Chega", lamentou a líder do BE, assegurando contudo, que “cada deputado racista eleito no Parlamento português é um deputado racista a mais” e que o BE os pretende “combater todos os dias".
E, apesar da queda política, Catarina Martins garantiu que o Bloco "assumirá todas as suas responsabilidades" com o compromisso com o qual se apresentou às eleições.

"Com melhor ou pior resultado, cada deputado e cada deputada do BE, foi eleito com um mandato e respeitará naturalmente esse mandato", assegurou.

Sobre a estratégia assumida na segunda semana de campanha ao tentar afastar a direita do poder, a líder do BE afirmou que, "face aos dados que nós tínhamos, era preciso combater a direita".

"Agora devemos perguntar-nos que balanço faremos a partir daqui das sondagens e dos comentários que alimentaram uma bipolarização que nunca existiu e uma possibilidade de a direita chegar ao poder que também não existiu. Esse é talvez um balanço que faremos em conjunto, o BE e a comunicação social", sublinhou.

E, questionada quanto a possíveis arrependimentos do Bloco pelo chumbo do Orçamento do Estado que deu origem às legislativas antecipadas, Catarina Martins frisou que "os partidos não podem mudar de convicção como quem muda de camisa por causa de resultados eleitorais".
CDU perde deputados históricos
Com 12 deputados eleitos desde as legislativas de 2019, a CDU sempre assumiu que o reforço da representação parlamentar era um dos principais objetivos da sua campanha. Mas este domingo, perante os resultado eleitorais, Jerónimo de Sousa reconheceu que a coligação, não só não alcançou esse objetivo, como ainda perdeu metade dos deputados. O secretário-geral comunista foi o primeiro líder partidário a reagir publicamente aos resultados eleitorais, lamentando a "quebra eleitoral” e acusando o PS de promover a "bipolarização".

"A CDU, o PCP e o PEV tiveram uma intervenção constante não desperdiçando nenhuma possibilidade de defesa, reposição e conquista de direitos, impediu retrocessos e concretizou avanços que se refletiram positivamente na vida de milhões de pessoas", começou por dizer Jerónimo de Sousa.

A evolução da situação do país, continuou, "impunha que se procurassem soluções para os problemas nacionais, mas em vez disso, o PS ambicionando uma maioria absoluta, em convergência com o presidente da República, precipitou a realização de eleições".

E para o dirigente comunista “o quadro político e a relação de forças são marcados por um resultado eleitoral que, a partir de uma extrema promoção da bipolarização, beneficiou o PS, apesar da sua postura de fuga às respostas necessárias ao país”.

Ainda assim, a CDU reafirmou “o compromisso de sempre com os trabalhadores e o povo português, a determinação de promover a convergência para a solução dos problemas nacionais". Estes resultados, disse Jerónimo, traduzem "uma quebra eleitoral com significativa perda de deputados, inclusive a representação institucional do PEV”.

Outra perda relevante para a CDU foi a não reeleição do líder parlamentar, João Oliveira, que aliás desempenhou um papel de grande destaque nesta campanha, tendo substituído Jerónimo de Sousa nas últimas semanas aquando da intervenção cirúrgica do líder comunista.

Apesar de reconhecer este como o pior resultado de sempre para a coligação, Jerónimo de Sousa deixou o recado a António Costa: o PS “tem na mão a opção de fazer entendimentos com o PSD” ou “convergir à esquerda com a CDU”.

"Neste quadro mais difícil, a CDU reafirma a sua determinação de prosseguir e intensificar a intervenção em defesa dos interesses e aspirações dos trabalhadores e do povo".

Frisando que “as vitórias nunca nos descansam, as derrotas nunca nos tombam”, Jerónimo de Sousa admite que o partido não está feliz, mas está consciente “da dureza com que travou esta batalha”.

Para o líder comunista, o Partido Socialista “devia, no mínimo, reconhecer um papel decisivo e importante ao Partido Comunista Português e ao Partido Ecologista Os Verdes que, no quadro dos Orçamentos, sempre mas sempre procurou dar uma contribuição concreta de problemas concretos que afligem hoje os trabalhadores e o nosso povo”.
CDS perde representação parlamentar, "Chicão" demite-se

As legislativas ficaram também marcadas pela perda de representação parlamentar do CDS-PP em 2019 foi o quinto partido mais votado, elegendo cinco deputados. Os maus resultados levaram o presidente do partido, Francisco Rodrigues dos Santos, a apresentar a demissão.

"Este resultado não deixa margem para dúvidas de que deixei de reunir condições para continuar a liderar o CDS - Partido Popular e, por essa circunstância, apresentei ao presidente do Conselho Nacional a minha demissão de presidente do CDS", avançou o líder partidário aos jornalistas.

“Este é um mau resultado para o CDS, que ao final de 47 anos perde a sua representação parlamentar", lamentou, aproveitando para “assumir a responsabilidade destes resultados eleitorais".

O líder falou numa "hora triste para todo o CDS", mas salientou que o partido "não morreu", estando "para muito breve um congresso eletivo" no qual os seus membros terão de fazer “a sua reflexão".

"Serei sempre do CDS, estarei sempre ao lado do meu partido para o ajudar neste recomeço e entendo que este novo tempo nos interpela a todos enquanto partido a fazer uma profunda reflexão, desfia-nos a recomeçar. E nesse caminho, enquanto houver estrada para andar, e no nosso partido terá muita, poderão sempre contar comigo pois nunca farei aos outros aquilo que me fizeram a mim", garantiu Francisco Rodrigues dos Santos.
PAN fala em “resultado mau para a democracia”, Livre quer negociar com PS
O PAN vê, nestas eleições, a sua representação parlamentar descer de quatro deputados eleitos em 2019 para um. O partido assumiu o “mau resultado” mas garantiu, no entanto, que “seja com uma deputada, seja com um grupo parlamentar”, continuará a trabalhar com o mesmo afinco.

“Aquilo que o PAN na altura temia, de que estivéssemos a abrir a porta, com a queda do Orçamento do Estado, ao populismo antidemocrático, ao fascismo, ao racismo, à xenofobia, veio a comprovar-se que efetivamente viria a acontecer”, lamentou Inês Sousa Real.

A líder partidária considerou ainda que uma maioria absoluta “não é desejável para o país” e espera que o PS não deixe para trás o diálogo que “tem de acontecer”.

O Livre mantém, por sua vez, um deputado no Parlamento, conseguindo melhores resultados em concelhos mais jovens e com indicadores ambientais acima da média nacional. Apesar de não ter alcançado o objetivo de obter um grupo parlamentar, o partido atingiu o seu melhor resultado de sempre em legislativas.

No discurso final da noite, Rui Tavares chegou a reconhecer que a sua eleição foi uma "segunda oportunidade" e que não haverá uma terceira, vincando que o Livre regressa ao Parlamento "para ficar".

Tavares já assumiu como grande desafio o diálogo à esquerda face a uma maioria absoluta do PS, esperando que António Costa seja "fiel à palavra que deu, de que com maioria absoluta não deixaria de negociar", acrescentado que "a bola está desse lado".