PSD apoia serviços mínimos mas critica excesso de coerção

por RTP

FOTO: António Antunes, RTP

O PCP acusou o Governo de aproveitar esta paralisação para limitar o direito à greve. Já o PSD considerou excessiva a atuação do Governo no anúncio de medidas coercivas, enquanto o CDS defendeu uma alteração à lei para garantir que o país não irá parar.

Reagindo à sugestão do CDS, o PSD afirma que está disponível para alterações à lei, mas não agora. Governo e PS dizem que é prematuro e extemporâneo.

O CDS admite que, em determinados casos, os cinquenta por cento decretados pelo Governo podem não ser suficientes. O partido reconhece que o Governo está a agir mais e mais rapidamente do que em abril. Mas a prova de fogo vai ser dia 12, a partir da meia noite e um.

Segundo o ex-ministro democrata-cristão Pedro Mota Soares, "é essencial que, na segunda-feira, o Governo faça tudo para que o país não pare. Se o país parar, essa responsabilidade também poderá ser assacada ao Governo".

Em comunicado, o PSD coloca-se ao lado do Governo nas medidas que tomou, mas demarca-se da forma como se tem comportado: "O PSD secunda a iniciativa do Governo em mediar o conflito e em garantir o funcionamento dos serviços indispensáveis, mas estranha a forma excessiva como se tem exposto perante a opinião pública no anúncio de medidas coercivas e de salvaguarda do funcionamento daqueles serviços".

Os sociais-democratas pedem mais recato ao executivo: "A atual conjuntura política pré-eleitoral não pode ser aproveitada para exercícios desproporcionados de autoridade".

À esquerda, o PCP reagiu aos serviços mínimos com críticas ao Governo e aos sindicatos.

Contudo o PCP critica também a greve, como sendo "impulsionada por exercícios de protagonismo e por obscuros objetivos políticos" como procurando "atingir mais a população que o patronato."

E acrescenta: "A decisão anunciada pelo Governo quanto aos serviços mínimos e outros desenvolvimentos, aproveita estes factos, (...) para introduzir limitações no direito à greve, suscetíveis de serem invocadas de uma forma mais ampla."

O Bloco de Esquerda não quis comentar os serviços mínimos decretados pelo Governo. À RTP, os bloquistas dizem estar a acompanhar a situação com preocupação, mas que ainda há tempo para as partes se entenderem.
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