PSD. Militantes escolhem hoje 19.º presidente entre Luís Montenegro e Jorge Moreira da Silva

por Lusa

O antigo líder parlamentar do PSD Luís Montenegro e o antigo vice-presidente Jorge Moreira da Silva disputam hoje a presidência do partido em eleições diretas em que podem votar mais de 44 mil militantes.

De acordo com o site do PSD, o universo eleitoral para as 11.ªs eleições diretas do partido ronda os 44.300 militantes, aqueles que têm as quotas em dia para poder votar e que irão escolher o 19.º presidente do partido.

A eleição decorre em todo o país entre as 14:00 e as 20:00 e, a partir do fecho das urnas, a secretaria-geral do PSD irá disponibilizar a evolução dos resultados das eleições em tempo real no site https://resultados.psd.pt, assim como o histórico das eleições anteriores.

A proclamação dos resultados será feita pelo Conselho de Jurisdição Nacional, que acompanhará o processo na sede nacional do partido, em Lisboa.

Simultaneamente, decorre a eleição dos delegados ao 40.º Congresso Nacional do PSD, que se reunirá nos dias 1, 2 e 3 de julho, no Coliseu do Porto.

Jorge Moreira da Silva votará pelas 14:30, em Vila Nova de Famalicão (Braga), e rumará depois a Lisboa, onde vai acompanhar os resultados na sua sede de campanha no Taguspark, em Oeiras.

Luís Montenegro votará pelas 16:00 na Junta de Freguesia de Espinho (Aveiro) e acompanhará a noite eleitoral num hotel da mesma cidade.

Jorge Moreira da Silva tem 51 anos, é engenheiro eletrotécnico, e concorre pela primeira vez à presidência do PSD, partido pelo qual já foi deputado, eurodeputado, primeiro vice-presidente e ministro do Ambiente no Governo liderado por Pedro Passos Coelho, de quem foi `vice` durante seis anos.

Luís Montenegro tem 49 anos, é advogado, e concorre pela segunda vez à liderança do partido - depois de ter disputado e perdido para o atual presidente Rui Rio as diretas de 2020, numa inédita segunda volta no PSD - e notabilizou-se como rosto do `passismo` na liderança da bancada parlamentar nos anos da `troika`.

Estas são eleições diretas antecipadas, convocadas pela direção depois da derrota eleitoral do partido em 30 de janeiro, já que Rui Rio - presidente do PSD desde janeiro de 2018 - teria mandato até dezembro de 2023.

Até hoje, a vitória de Rui Rio sobre o eurodeputado Paulo Rangel nas últimas diretas, em 27 de novembro do ano passado, foi a mais curta de sempre em eleições internas no PSD: apenas 1.746 votos separaram os dois candidatos, ainda menos do que a distância entre Rio e Montenegro em 2020 (2.071).

A `chave` do resultado eleitoral deverá voltar a estar, como habitualmente, nas quatro maiores distritais do PSD: Porto, Braga, Lisboa e Aveiro registam, por esta ordem, o maior número de militantes em condições de votar, centralizando 54,5% do total (mais um ponto percentual do que em novembro), seguidas pela Madeira com cerca de 5% do total dos votos.

Numa campanha morna, sem debates e longe da atenção mediática das anteriores - disputadas a dois meses de legislativas -, os dois candidatos procuraram marcar diferenças a partir do seu percurso político e características pessoais: Montenegro salienta ter estado no centro do combate político como líder parlamentar nos anos conturbados da `troika` e Jorge Moreira da Silva reclama a capacidade de "entregar resultados" nas várias funções nacionais e internacionais que já desempenhou.

Ambos apontam à vitória nas várias eleições até às legislativas de 2026 - com um especial foco para as europeias de 2024, o primeiro grande teste do próximo presidente antes de se sujeitar novamente a eleições internas -, mas o posicionamento do partido e as `linhas vermelhas` para futuras governações têm sido fatores de diferenciamento.

Luís Montenegro definiu o PSD como o partido incumbente e a casa-mãe do espaço não socialista, o que tem sido criticado por Moreira da Silva, que contrapõe que na social-democracia não cabem "racistas, xenófobos e populistas".

A relação com o partido Chega, em particular, distingue os dois candidatos: o antigo vice-presidente do PSD afasta qualquer tipo de diálogo com esta força política, enquanto o antigo líder parlamentar diz que esse debate é "extemporâneo" e avisa que, sem descaracterizar o PSD ou ultrapassar "linhas nucleares", não será "cúmplice da perpetuação do PS no poder".

 

 

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