PSD recupera e aproxima-se do PS no barómetro de março

por Eduardo Caetano, RTP
Pedro Passos Coelho conseguiu inverter o rumo de queda que o seu partido vinha a sofrer nas sondagens DR

O PS parece não conseguir capitalizar o descontentamento popular relativamente às medidas de austeridade impostas pelo Governo de coligação PSD/CDS. A uma estagnação do principal partido da oposição numa percentagem de 31%, respondem os social-democratas com uma recuperação de 4 pontos percentuais, passando dos 24% que recolhiam em setembro do ano passado para os 28% agora em março, não sendo agora a diferença estatisticamente relevante.

No barómetro do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica Portuguesa (CESOP) para a Antena 1, a RTP, o Jornal de Notícias e o Diário de Notícias do mês de março verifica-se que o Pratido Socialista não consegue descolar nem capitalizar o descontentamento popular. A verdade é que o principal partido da oposição mantém as mesmas intenções de voto que recolhia no útlimo barómetro realizado em setembro do ano passado, 31% em termos de estimativa de resultado.

O PSD consegue melhorar significativamente o "score" obtido no estudo de setembro onde apenas recolhia 24% das intenções de voto, aumentando para 0s 28% que o estudo de março revela. Uma diferença de 4 pontos percentuais que torna a diferença que mantém para o Partido Socialista como não significativa dada a margem de erro do estudo.

O parceiro de coligação governamenta, pelo contrário, perde força no último estudo reduzindo das 7% de intenções de voto de setembro de 2012 para os cinco pontos percentuais, uma perda de dois por cento.

À esquerda do PS,s os resultados não são melhores já que o Partido Comunista Português recua um ponto percentual relativamente am setembro fixando-se agora nos 12% e o Bloco de Esquerda tem uma queda de três pontos percentuais, dos 11% de setembro para os 8% de março.

Pode assim afirmar-se que o grande beneficiado neste barómetro é o Partido de Pedro Passos Coelho que consegue respirar um pouco, suster o caminho de queda que vinha conhecendo nos estudos anteriores e inverter o sentido. resta saber se essa inversão se manterá ou se foi ocasional.

Relevante neste barómetro de março é também o facto de a percentagem de Brancos/Nulos continuar em níveis muito elevados para o que era habitual até ao anterior barómetro (que seria na casa dos 4% a 5%)
Da intenção direta à estimativa dos resultados eleitorais
Em resposta à pergunta "Se neste momento se realizassem Eleições Legislativas (para a Assembleia da República) em que partido votaria?" o estudo obteve os seguintes resultados: (entre parêntesis, resultados do Barómetro de setembro 2012)

Intenção direta de voto*                                 Estimativa de resultados eleitorais**
PS 14%                                                                             PS 31%
(13%)                                                                                    (31%)
PSD 12%                                                                         PSD 28%
(10%)                                                                                    (24%)
CDU (PCP-PEV) 5%                                        CDU (PCP-PEV) 12%
(5%)                                                                                      (13%)
BE 3%                                                                                  BE 8%
(4%)                                                                                       (11%)
CDS/PP 2%                                                                   CDS/PP 5%
(3%)                                                                                         (7%)
Outros 1%                                                                     Outros 5%
(1%)                                                                                         (3%)
Branco/ nulo 12%                                                 Branco/ nulo 11%
(9%)                                                                                         (11%)
Não votava 19%
(23%)
Não sabe 24%
(24%)
Recusa responder 8%
(9%)

* Respostas dos inquiridos que na pergunta anterior não disseram que não iriam votar.
** Obtida calculando a percentagem de intenções diretas de voto em cada partido em relação ao total de votos válidos (excluindo abstenção e não respostas) e redistribuindo indecisos com base numa segunda pergunta sobre intenção de voto. São apenas consideradas intenções e inclinações de voto de inquiridos que dizem ter a certeza que vão votar ou que dizem que em princípio vão votar (N=674). Estas estimativas têm valor meramente indicativo, dado que diferentes pressupostos poderão gerar resultados diferentes.
Ação governativa valorada negativamente pelos portugueses


A forma como os portugueses valoram a ação governativa do Governo de Passos Coelho também não sofreu grande alteração desde o último barómetro de setembro de 2013.

Se então um por cento qualificava essa ação de muito boa continua essa percentagem daqueles que ainda neste momento têm essa opinião do Governo da República.

16% dos inquiridos qualificam essa açõa de Boa melhorando aqui um pouco a valoração já que em setembro eram apenas 15% os que lhe atribuiam essa classificação.

No outro extremo também os que não têm dúvidas em afirmar que atividade governativa é má aumentou de setembro (35%) para março (37%) dois pontos percentuais embora os que a qualificama de muito má tenham diminuído dos 42% do último estudo para os 40% neste.
Expetativas em relação à governação
Em relação às expetativas dos auscultados em relação ao futuro no que diz respeito à governação, 17% dos inquiridos acham que o Executivo vai governar melhor do que fazia anteriormente, enquanto 23% tem a opinião precisamente contrária de que a governação será ainda pior.

Ainda assim neste estudo revela-se uma melhoria para os lados do Governo. É que se são menos os que esperam uma melhoria da Governação (era 19% em setembro), em contrapartida também são menos os que esperam uma atuação ainda pior (37% em setembro)

Cinquenta e cinco por cento dos inquiridos acha que a atuação governamental se vai pautar pelo mesmo diapasão aumentando substancialmente a percentagem dos que têm esta espetativa. 55% em março contra 37% em setembro).
Sem melhores alternativas?



Já quanto à corporização dessa alternativa a posição mantém-se em relação a setembro. 20% acham que a oposição faria melhor contra os 60% que pensam que a oposição não conseguiria personifica uma melghor alternativa.

Os 20% de inquiridos que responderem pensar que a oposição porderia apresentar uma melhor alternativa, convidados a especificar qual dos partidos responderam com 44% a apontar o Partido Socialista, 15% a optar pela CDU e 12% a eleger o Bloco de Esquerda, sendo que 6% dos inquiridos ainda apontaram outras escolhas menos significativas.
Como vêem os inquiridos os governantes


Na apreciação dos governantes e políticos, Cavaco Silva tem, pela terceira vez desde que é Presidente, uma nota média negativa. E pela segunda vez, a percentagem de notas negativas (52%) atribuídas ao PR é superior à percentagem de positivas (48%).

Cavaco Silva e Jerónimo de Sousa são os que recolhem mais avaliações positivas (48% e 47%, respectivamente).

António José Seguro desce em relação ao último barómetro. É agora avaliado positivamente por 43% dos inquiridos (contra 51% no último barómetro).

Pedro Passos Coelho é avaliado com nota igual ou superior a 10 por 34% dos inquiridos.

João Semedo é conhecido de mais pessoas do que Catarina Martins. Ainda assim, quer um quer outro estão longe da notoriedade dos restantes líderes e daquela que tinha o seu antecessor no cargo.
Demissão ou manutenção do Governo
Em relação è eventual demissão do Governo de coligação, um tema ultimamente muito referido sobretudo nos meios da oposição, os inquiridos aprecem dividos mas sem que uma posição se sobrepnha claramente à outra. Contra os 45% que defendem a demissão do Executivo, 46% respondem pela sua manutenção.


Ficha técnica

Esta sondagem foi realizada pelo Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica Portuguesa (CESOP) para a Antena 1, a RTP, o Jornal de Notícias e o Diário de Notícias nos dias 9, 10 e 11 de março de 2013. O Universo alvo é composto pelos indivíduos com 18 ou mais anos recenseados eleitoralmente e residentes em Portugal Continental. Foram obtidos 949 inquéritos válidos, sendo que 56% dos inquiridos eram do sexo feminino, 21% da região Norte, 20% do Centro, 37% de Lisboa, 11% do Alentejo e 10% do Algarve. Todos os resultados obtidos foram depois ponderados de acordo com a distribuição de eleitores residentes no Continente por sexo, escalões etários, região e habitat na base dos dados do recenseamento eleitoral e do Censos 2011. A taxa de resposta foi de 46,7%*. A margem de erro máximo associado a uma amostra aleatória de 949 inquiridos é de 3,2%, com um nível de confiança de 95%.



* A taxa de resposta é estimada dividindo o número de inquéritos realizados pela soma das seguintes situações: inquéritos realizados; inquéritos incompletos; não contactos (casos em que é confirmada a existência de um inquirido elegível mas com o qual não foi possível realizar a entrevista); e recusas.
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