PSD vai propor Assunção Esteves para presidência da AR

por RTP
A votação para a presidência da Assembleia da República realiza-se, hoje, em São Bento, às 16 horas Manuel de Almeida, Lusa

A deputada Assunção Esteves será a nova proposta do PSD para presidente da Assembleia da República. O CDS-PP já anunciou que vai votar favoravelmente. A eleição realiza-se esta tarde, depois de os deputados terem chumbado, ontem, por duas vezes, o nome de Fernando Nobre. O independente desistiu da candidatura e anunciou que vai ocupar o lugar de deputado enquanto entender que a sua participação “é útil ao país”.

A proposta de Assunção Esteves foi aprovada esta manhã, durante uma reunião da comissão permanente do PSD presidida por Pedro Passos Coelho.
Perfil de Assunção Esteves:

Maria Assunção Andrade Esteves, de 54 anos, foi juíza do Tribunal Constitucional.

Foi eleita deputada pela primeira vez em 1987, pelo círculo de Vila Real, aquando da primeira maioria absoluta do PSD com Cavaco Silva.

Integrou novamente as listas de deputados em 2002, já com Durão Barroso no Governo, tendo sido escolhida para presidir à Comissão Parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias.

Integrou a lista da coligação PSD/CDS-PP para as europeias, em 2004, tendo sido eleita eurodeputada.

Se for eleita, Assunção Esteves será a primeira mulher a presidir à Assembleia da República.

A deputada ocupava o 6.º lugar da lista de candidatos do PSD, pelo círculo de Lisboa, nas últimas legislativas.

O CDS-PP já anunciou, através do novo líder parlamentar, que vai votar a favor do nome proposto pelo PSD para presidir à Assembleia da República.

"Face ao percurso da professora Assunção Esteves no Tribunal Constitucional e na Assembleia da República - na Comissão de Assuntos Constitucionais, a que presidiu bastante tempo -, como deputada e como eurodeputada, da minha parte merece a indicação de voto favorável aos restantes deputados do CDS-PP", afirmou.

Ontem, o grupo parlamentar dos democratas-cristãos, liderado por Nuno Magalhães, anunciou que se abstinha durante as votações que visavam eleger Fernando Nobre para a presidência do Parlamento.

Também a representante do Grupo Parlamentar do PS tecia elogios à nova candidata do PSD para o cargo de presidente da Assembleia da República. Sublinhando que falava a título pessoal, Maria de Belém Roseira destacou a "experiência jurídica" e "filosófica" da ex-presidente da Comissão Parlamentar de Assuntos Constitucionais.

Assunção Esteves é apoiante de Pedro Passos Coelho desde o primeiro momento, tendo expresso o seu apoio em 2008, quando o atual líder correu contra Manuela Ferreira Leite e Pedro Santana Lopes.

Sobre Passos Coelho, Assunção Esteves dizia representar "o renascer de uma linha social liberal há muito esquecida" no partido.

Nobre desiste após dois chumbos
A proposta de Assunção Esteves para a presidência da Assembleia da República surge após o “chumbo” dos deputados ao nome de Fernando Nobre, por duas vezes. "Analisados os resultados das duas votações em plenário para a eleição de presidente da Assembleia da República, entendo não reunir as condições para me submeter a uma terceira votação", declarava o independente, cabeça de lista do PSD por Lisboa.

"Continuarei a exercer as funções de deputado enquanto entender que a minha participação é útil ao país. Entendo que o país precisa de soluções rápidas e que se possa trabalhar. Nesse sentido, parto com a noção de dever cumprido. E é tudo o que eu tenho para vos dizer", declarava ontem o presidente da Assistência Médica Internacional (AMI), nos Passos Perdidos.

Fernando Nobre não conseguiu reunir sequer os votos de todos os deputados social-democratas, garantindo apenas 106 dos 116 votos favoráveis necessários para conseguir ser eleito.

Na segunda votação registou um resultado pior, com menos um voto a favor, 105. Tal como na primeira votação foram contados 101 votos em branco e 22 votos nulos, em vez dos 21 da primeira volta. Faltaram a esta votação os deputados do PS Mário Ruivo e Sandra Galguinho.

Ao final da tarde, os nomes de Guilherme Silva e de Mota Amaral eram referidos por fontes do PSD como eventuais candidatos à presidência da Assembleia da República.

Hoje, Guilherme Silva respondeu que cabe à direção do partido explicar porque não foi o seu nome proposto. "Só a direção do partido é que vos pode responder a isso, é uma escolha dos órgãos próprios do partido", referiu, destacando a “excelente” e "feliz escolha" do nome proposto pelo PSD.

Também Mota Amaral destacou o curriculum “brilhantíssimo” de Assunção Esteves.
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