PS/Madeira quer comissão de inquérito para investigar alegados favorecimentos a empresas

por Lusa

O grupo parlamentar do PS na Assembleia Legislativa da Madeira vai solicitar a constituição de uma comissão de inquérito para averiguar alegados favorecimentos a grupos económicos por parte do Governo Regional, anunciou hoje o partido.

Em causa estão acusações do deputado do PSD à Assembleia da República eleito pela Madeira Sérgio Marques que, em declarações ao Diário de Notícias, disse que houve "obras inventadas a partir de 2000", quando Alberto João Jardim (PSD) era presidente do executivo madeirense, e grupos económicos que cresceram com o "dedo do Jardim".

Sérgio Marques, que fez parte do executivo madeirense como diretor regional entre 1988 e 1989, refere que a governação de Alberto João Jardim "foi fantástica até 2000", mas depois "começaram a inventar-se obras, quis-se continuar no mesmo esquema de governo, a mesma linha, obras sem necessidade, aquela lógica das sociedades de desenvolvimento, todo aquele investimento louco que foi feito pelas sociedades de desenvolvimento".

O PSD continua atualmente a governar a região, em coligação com o CDSP-PP, com um executivo liderado por Miguel Albuquerque.

Numa nota enviada hoje às redações, a bancada regional do PS salienta que "estas são afirmações de extrema gravidade e que têm de ser cabalmente esclarecidas por todos os envolvidos".

"As declarações de Sérgio Marques vêm comprovar aquilo que, ao longo de anos, o Partido Socialista tem vindo a denunciar", refere o líder do grupo parlamentar do PS, Rui Caetano, citado no comunicado.

De acordo com Rui Caetano, "estas afirmações vêm denunciar um sem número de atos obscuros e lesivos dos interesses dos madeirenses e dos porto-santenses que podem, inclusivamente, configurar um caso de justiça, pelo que é imperativo avançar, desde já, com uma comissão de inquérito".

"O PS recupera também a declaração de Sérgio Marques de que `a dada altura começaram a inventar-se obras, quis-se continuar no mesmo esquema do Governo, a mesma linha, obras sem necessidade, aquela lógica das sociedades de desenvolvimento, todo aquele investimento louco que foi feito pelas sociedades de desenvolvimento`, para exigir responsabilidades governativas e, possivelmente, criminais, perante estes atos", acrescenta.

Os socialistas exigem ainda que o social-democrata Miguel Albuquerque (também líder regional do partido) se pronuncie sobre estes casos e "com o facto de continuar a privilegiar os amigos e os grupos económicos do regime, bem como de persistir no despesismo irresponsável".

O PS questiona também "qual foi o escrutínio prévio" que Miguel Albuquerque "fez ao ir buscar Sérgio Marques para secretário regional do seu governo e, agora, para deputado à Assembleia da República".

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