Rui Rio recandidata-se à liderança do PSD

por RTP
Mário Cruz - Lusa

O atual líder do Partido Social Democrata vai recandidatar-se à liderança do partido e deve fazer o anúncio ainda esta terça-feira, segundo apurou a RTP. Rui Rio decidiu, "depois de uma reflexão aprofundada sobre a situação política do país", defrontar Paulo Rangel nas eleições internas marcadas para o próximo dia 4 de dezembro.

"Depois de uma reflexão aprofundada sobre a situação política do país e atendendo aos recentes resultados das últimas eleições autárquicas e da incompreensível instabilidade e divisões internas, entretanto geradas no PSD, o presidente Rui Rio, decidiu recandidatar-se à liderança do Partido Social Democrata", refere o comunicado enviado à comunicação social por Salvador Malheiro, que será diretor de campanha do ainda líder do PSD

Intitulado "Por Portugal, sou candidato", o comunicado informa que a decisão de Rui Rio foi "tomada no devido tempo, de forma serena e responsável, e sem qualquer preocupação de ordem tática", uma vez que o atual presidente do PSD "entende, como sempre tem entendido ao longo da sua vida pública, que o interesse de Portugal tem de estar acima daquilo que possa ser a tranquilidade da sua própria vida pessoal".

"Apesar dos êxitos políticos que o PSD conseguiu, quer no continente, quer nas Regiões Autónomas, e depois das múltiplas e desnecessárias dificuldades que, para tal, teve de ultrapassar, é compreensível a tentação de não continuar. Mas, tal como sempre, Rui Rio não é homem para desistir de lutar pelo PSD e, acima de tudo, por Portugal", acrescenta ainda Salvador Malheiro.

Na nota é adiantado ainda que Rui Rio fará "brevemente" uma apresentação formal da recandidatura.

Ao final da tarde, Rio deixou as suas razões numa mensagem no Twitter.



Rui Rio é presidente do PSD desde 13 de janeiro de 2018, quando venceu Pedro Santana Lopes por cerca de 54 por cento dos votos, mandato que renovou em 18 de janeiro de 2020 ao derrotar com 53 por cento dos votos Luís Montenegro, numa inédita segunda volta. O atual líder social-democrata mantinha desde a noite eleitoral autárquica, há mais de três semanas, o silêncio sobre uma eventual recandidatura, apesar de, logo na madrugada de 27 de setembro, ter considerado que o partido teve "um excelente resultado", que o colocava em "melhores condições de vencer as eleições" legislativas de 2023.

As eleições diretas para escolher o presidente do PSD estão marcadas para 4 de dezembro e o Congresso vai decorrer entre 14 e 16 de janeiro, em Lisboa. Com o anúncio desta terça-feira, já estão assumidos dois candidatos a liderança do partido: Rui Rio e o eurodeputado Paulo Rangel, que apresentou na sexta-feira formalmente a sua candidatura.

Na segunda-feira, na tomada de posse de Carlos Moedas como presidente da Câmara de Lisboa, Rui Rio afirmou que a decisão sobre a sua eventual recandidatura estava "quase tomada" e que em breve seria anunciada.

Nessa ocasião, Rui Rio reiterou estar muito preocupado por o país poder ir para eleições antecipadas com o partido em disputa interna.

"Obviamente que me preocupa muita esta situação que foi criada que é podermos ter um país em eleições antecipadas, que é mau, se o PSD estiver numa disputa - sem presidente eleito e com congresso lá para janeiro - isto é uma coisa terrível", afirmou em declarações aos jornalistas.


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