Sondagem. Maioria considera que TAP teve interferência política negativa

por Carlos Santos Neves (jornalista), Sara Piteira (grafismo) - RTP
Reuters

A TAP sofreu interferência política negativa e, numa escala de avaliação média de zero a 20, o primeiro-ministro, António Costa, é o melhor classificado em matéria de desempenho de governantes neste caso. Mas não vai além dos 8,7. Conclusões de uma sondagem da Universidade Católica que a RTP publica em semana de debate do Estado da Nação.

Setenta e sete por cento dos inquiridos para este trabalho do CESOP - Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica, para RTP, Antena 1 e jornal Público, consideram que a transportadora aérea de bandeira sofreu "interferência política na gestão" com consequências negativas.

Outros sete por cento entendem que a interferência foi positiva, ao passo que três por cento consideram que não houve qualquer interferência. Treze por cento não responderam ou declararam não saber.

Os inquiridos foram também chamados a avaliar o desempenho de nomes do Governo socialista "no que toca à gestão do caso TAP". O primeiro-ministro vê ser-lhe atribuída uma classificação média de 8,7, numa escala de zero a 20. António Costa reúne, no total das opiniões expressas pelos inquiridos, 46 por cento de avaliações positivas, ou seja, iguais ou superiores a dez.

Ao ministro das Infraestruturas, João Galamba, é atribuída uma classificação média de 5,6, tendo este governante somado 22 por cento de avaliações positivas. Já o ministro das Finanças, Fernando Medina, surge com uma classificação média de 7,6 por cento e 35 por cento de avaliações positivas.

Por último, Pedro Nuno Santos, antecessor de João Galamba na pasta das Infraestruturas, não vai além de uma classificação média de 7,5, com 34 por centro de avaliações positivas.

Nos resultados de fevereiro deste ano, António Costa obtinha uma avaliação média de 7,5, Fernando Medina de 7,1 e Pedro Nuno Santos de 6,4.
Questionados sobre qual o melhor desfecho para o país, no dossier da TAP, 33 por cento dos inquiridos elegem como cenário a empresa "com a maioria do capital nas mãos de privados".

Vinte e quatro por cento preferem ver uma "TAP com maioria do capital nas mãos do Estado" e 21 por cento optam por ver a empresa "totalmente detida por privados".

O cenário da "TAP totalmente detida pelo Estado" é preconizado por 12 por cento dos inquiridos, ao passo que dez por cento não sabem ou não respondem.

Ficha técnica

Este inquérito foi realizado pelo CESOP – Universidade Católica Portuguesa para a RTP, Antena1 e Público entre os dias 6 e 15 de julho de 2023. O universo alvo é composto pelos eleitores residentes em Portugal. Os inquiridos foram selecionados aleatoriamente a partir duma lista de números de telemóvel, também ela gerada de forma aleatória. Todas as entrevistas foram efetuadas por telefone (CATI). Os inquiridos foram informados do objetivo do estudo e demonstraram vontade de participar. Foram obtidos 1006 inquéritos válidos, sendo 45% dos inquiridos mulheres. Distribuição geográfica: 32% da região Norte, 20% do Centro, 34% da A.M. de Lisboa, 7% do Alentejo, 4% do Algarve, 2% da Madeira e 2% dos Açores. Todos os resultados obtidos foram depois ponderados de acordo com a distribuição da população por sexo, escalões etários e região com base no recenseamento eleitoral. A taxa de resposta foi de 29%. A margem de erro máximo associado a uma amostra aleatória de 1006 inquiridos é de 3,1%, com um nível de confiança de 95% (Algumas perguntas foram colocadas apenas a uma subamostra de 656 entrevistados. Nestes casos, a margem de erro máxima é de 3,8%).

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