Tutti-Frutti. Medina diz ter recebido notícia do arquivamento com "satisfação e naturalidade"
Fernando Medina diz que recebeu a notícia de arquivamento da acusação na operação Tutti-Frutti com satisfação, mas também com naturalidade. O antigo autarca de Lisboa e ministro das Finanças critica a demora do processo e lamenta as "calúnias e especulações" de que diz ter sido alvo ao longo dos últimos oito anos.
“Recebi esta notícia com satisfação e naturalidade. Afirmei sempre a minha inocência e manifestei sempre a minha vontade em ser ouvido pela justiça”, disse Medina em declarações aos jornalistas esta terça-feira.
“O Ministério Público concluiu que da minha atuação não encontrou nenhuma prática ilegal que mereça qualquer juízo de censura de forma criminal”, disse, garantindo que nunca cometeu nenhuma ilegalidade, “muito menos consciente que a tivesse a cometer”.
“Tudo quanto durante anos se falou, especulou, se insinuou, se caluniou, foi hoje arquivado. É por isso um dia de satisfação mas também uma decisão que vejo com naturalidade”, acrescentou o antigo autarca de Lisboa, afirmando que sempre teve “consciência plena e clara”.
O antigo ministro das Finanças do Governo socialista critica, no entanto, a demora do processo e lamenta as calúnias e especulações de que foi alvo durante os últimos oito anos.
“Tenho o lamento dos oito anos que passaram. São oito anos que não podem ser apagados”, disse, criticando todas as notícias que envolveram o seu nome “com insinuações, acusações, com maldade muitas vezes”.
“Procuraram dar uma imagem de mim muito diferente da realidade”, declarou.
“Gostava de ter sido ouvido antes. Se tivesse sido ouvido antes, a minha vida e a daqueles que me são mais próximos teria sido bem diferente, para melhor”, afirma.
Para além de Fernando Medina, o antigo ministro socialista Duarte Cordeiro também foi excluído da lista de arguidos neste processo.
Entre os 60 arguidos estão os ex-deputados do PSD Sérgio Azevedo e Carlos Eduardo Reis e o presidente da Junta de Freguesia da Estrela, Luís Newton.
Em causa estão suspeitas da “prática dos crimes de corrupção ativa e passiva, corrupção ativa e passiva agravadas, branqueamento, prevaricação, tráfico de influência, falsificação ou contrafação de documento agravada e burla qualificada".