Ventura garante que PR não se opõe a Chega no Governo

por Mariana Ribeiro Soares - RTP
Foto: Manuel de Almeida - Lusa

André Ventura garantiu, esta segunda-feira, que o presidente da República não se opõe a que o Chega faça parte do Governo. À saída da reunião com o presidente da República, Ventura afirmou que ainda não há acordo com a Aliança Democrática, mas garantiu que tentará "até ao fim" chegar a um entendimento para evitar uma nova crise política.

Marcelo Rebelo de Sousa ouviu, esta segunda-feira, André Ventura. À saída do encontro, o líder do Chega disse que questionou o presidente da República sobre a notícia que dava conta que Marcelo se opunha à entrada do Chega no Governo.

“O presidente da República desmentiu cabalmente e categoricamente que tivesse manifestado qualquer intenção de impedir que o Chega fizesse parte integrante, liderante ou de qualquer outra forma do Governo”, disse Ventura aos jornalistas.

O líder do Chega disse ainda que até ao momento não há nenhum cordo com a Aliança Democrática “que permita garantir a estabilidade do Governo a quatro anos”, mas afiançou que tentará “até ao fim” chegar a esse entendimento.

“Tentarei até ao fim chegar a um entendimento [com a AD] para evitar que o país entre numa nova crise política”, disse André Ventura, acrescentando que se esse acordo não existir será da responsabilidade de Luís Montenegro.


Ventura voltou a deixar claro que o Chega chumbará a proposta de Orçamento do Estado se a AD continuar a recusar dialogar e negociar.

“Se Luís Montenegro quer precipitar o país para eleições novamente, é uma escolha que fará”, disse André Ventura.
"Não aceitaremos a indigitação de Pedro Nuno Santos"
O resultados das legislativas está ainda em suspenso enquanto se aguarda a contabilização dos votos da emigração. O líder do Chega observou, no entanto, que mesmo que o PS venha a vencer as legislativas, “a maioria do Parlamento já está entre o Chega e o PSD”.

Caso esse cenário se coloque, Ventura afirmou que o Chega não aceitará a indigitação de Pedro Nuno Santos e “tudo fará para apresentar uma solução alternativa que englobe uma maioria no Parlamento”.

“Não aceitaremos de ânimo leve a indigitação de Pedro Nuno Santos como primeiro-ministro ou um governo do PS nestas condições em que a Assembleia da República tem uma ampla maioria de mudança que pode ser concretizada”, declarou.


“Mesmo que exista essa maioria [do PS], devemos ativamente contribuir com uma coligação parlamentar que permita ter um Governo diferente do do PS”, acrescentou.

Ventura disse ter “muitas expectativas” em relação aos votos dos emigrantes, alegando que os dados que têm até ao momento mostram “uma forte participação de apoiantes do Chega”.

André Ventura disse ainda ser “preocupante” a notícia de que vários votos dos emigrantes estão a ser anulados e avançou que o partido fará “publicamente uma exposição e tomará uma iniciativa” assim que o processo de contabilização dos votos estiver terminado.

Os votos dos portugueses no estrangeiro começaram a ser contabilizados esta segunda-feira e serão conhecidos na próxima quarta-feira. O resultado da votação dos círculos da Europa e fora da Europa pode ser determinante para a composição do Parlamento, uma vez que que a AD conta, de momento, com 79 mandatos e o PS com 77.
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