Remodelação de Macron: Quem sai e quem entra?

por Daniela Ferreira Pinto - RTP
Foto: Ludovic Marin/Pool via Reuters

Emmanuel Macron avançou com uma remodelação do Executivo. O Presidente francês fez cair vários ministros e uma secretária de Estado.

A remodelação executiva de Emmanuel Macron inclui a queda de quatro ministros, a entrada de oito membros e a mudança de pasta para seis. O novo Governo de Macron segue o perfil dos governos anteriores e mistura antigas figuras políticas de esquerda e de direita com elementos menos ligados à vida partidária.

Espera-se que a remodelação traga ventos de mudança para o mandato do Presidente francês. Com a popularidade a diminuir praticamente desde a tomada de posse e três demissões em três meses, Macron espera conseguir reverter a tendência decrescente. Após ser eleito em 2017 Macron tinha uma popularidade de 60 por cento que se encontra, neste momento, na ordem dos 30 por cento.

Uns de saída, outros de entrada. Quem é quem na remodelação de Macron.



Emmanuel Macron escolheu o aliado Christophe Castaner para ministro do Interior.
Castaner esteve ao lado de Macron durante as eleições de 2017 como porta-voz do partido, cuja liderança assumiu em novembro de 2017. Vem susbtituir Gérard Collomb, peso político para Macron por causa do escândalo Benalla, que se demitiu no início do mês.

Castaner terá como secretário de Estado Laurent Nuñez, que liderava a Direção Geral da Segurança Interna. O centrista Marc Fesneau substituirá Castaner na pasta dos Assuntos Parlamentares.

A pasta da agricultura passa a ser assumida pelo senador Didier Guillaume, antigo socialista, que substitui Stéphane Travert. Guillaume tinha anunciado a retirada da vida política em janeiro de 2018, mas em maio voltou para o Senado francês como membro do grupo União Democrática e Social Europeia.

Jacqueline Gourault, antes ministra delegada do Interior, sobe a ministra do Ordenamento do Território, cargo até então ocupado por Jacques Mézard. Também Delphine Gény Stéphan, secretária de Estado da Economia e Finanças, é substituída por Agnès Pannier-Runacher.

Para ministro da Cultura Macron escolheu Franck Riester, deputado pelo partido conservador Os Republicanos, que substitui Françoise Nyssen. O ministro da Educação, Jean-Michel Blanquer, passará a assumir também competências na área da Juventude.

Haverá ainda três novos secretários de Estado nos departamentos de Transição Ecológica, Solidariedade e Saúde, e Educação e Juventude.



Rosário Salgueiro, correspondente da RTP em França

As mudanças no Governo, apesar de significativas, não atingiram os ministros-chave do Executivo francês: o primeiro-ministro Édouard Philippe, o ministro das Finanças Bruno Le Maire e o ministro dos Negócios Estrangeiros Jean-Yves Le Drian. É expectável que o programa político se mantenha no mesmo rumo. As reformas de Macron incluem, para o próximo ano, simplificar o sistema de pensões e remodelar a função pública.

Em França é o Presidente, eleito por cinco anos, que nomeia o primeiro-ministro e, por sua sugestão, o resto do governo. Especula-se que a demora na remodelação do Executivo, que estava para acontecer há duas semanas, se deva precisamente ao desacordo entre Macron e Philippe.

No comunicado do Eliseu lê-se que a primeira reunião do novo Executivo tem lugar dia 17 de outubro, no Conselho de Ministros.
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