Chefes de Urgência do Garcia de Orta demitem-se

por RTP
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Dez Chefes da Equipa de Urgência do Hospital Garcia de Orta, em Almada, e "outros tantos Internistas" demitiram-se esta quinta-feira, numa carta enviada ao Conselho de Administração. A decisão surge como protesto após a "decisão do Conselho de Administração de retirar a Cirurgia Geral da presença física no Serviço de Urgência".

A Sociedade Portuguesa de Medicina Interna explica, num comunicado à comunicação social, que as demissões foram apresentadas em bloco e sublinha que esta "atitude da Medicina Interna no Hospital Garcia de Orta deve merecer uma atenção especial", uma vez que "tem dado provas de enorme capacidade de trabalho e iniciativa, sendo considerada como exemplo no caso da Hospitalização Domiciliária".

Considerando a decisão do Conselho de Administração que levou os Internistas a juntar-se a esta forma de protesto, a Sociedade Portuguesa de Medicina Interna explica que tal medida levaria "a um esgotamento ainda maior dos Internistas na Urgência, para além de pôr em perigo os doentes do foro cirúrgico, que ficam dispersos numa amálgama de doentes ainda maior".

João Araújo Correia, o presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna explica ainda o que está em causa neste diferendo e que, caso a administração inverta a situação, a demissão fica sem efeito.
No comunicado, a entidade expressa ainda "solidariedade aos Internistas" e apela a que "o Conselho de Administração reveja rapidamente a decisão tomada, porque estão em causa o desrespeito pelos especialistas de Medicina Interna e, mais do que tudo, a assistência médica segura a que todos temos direito".

A administração do hospital diz que a carta não fala de demissão, mas sim da possibilidade de ser apresentada a demissão e diz que ainda só houve uma reunião com os profissionais para discutir o assunto.

João Araújo Correia, o presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna diz que leu a carta e garante que fala mesmo de demissão. No entanto, também diz que isso não significa que os profissionais abandonem os postos de trabalho.


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