Há 48 mil doentes com esquizofrenia em Portugal

por Antena 1

Foto: Andrew Wong - Reuters

Existem cerca de 48 mil doentes com esquizofrenia em Portugal, o que corresponde a 0,57 por cento da população. Cerca de sete mil não têm acompanhamento. É o que avança um estudo da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e da Escola de Economia e Gestão da Universidade Católica.

Uma das principais conclusões é que dos 436 milhões de euros gastos por ano (2,7 por cento da despesa em saúde), a maior fatia não é para medicação ou tratamentos mas para custos indiretos dos doentes, como a não participação no mercado de trabalho ou o absentismo.

Este é um trabalho inédito, que não é clínico mas de economia da saúde sobre o custo e a carga de uma perturbação mental complexa e grave que afeta o comportamento, desde a capacidade de pensar ate às emoções e que tem um impacto no doente e nos que o rodeiam ainda maior do que se previa, como conta a jornalista Arlinda Brandão.

Os autores deste estudo, recomendam novas orientações para se ultrapassar as dificuldades identificadas nesta área da esquizofrenia - alertando que se podem obter ganhos de saúde significativos se for considerada uma prioridade no sistema de saúde.

Uma dessas dificuldades é apontada pelo presidente da Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental, João Marques Teixeira, que denuncia que há hospitais no país que não estão a fornecer nas consultas medicamentos antipsicóticos injetáveis de efeito prolongado.

João Marques Teixeira acrescenta que muitos desses doentes acabam também por não os comprar nas farmácias por não terem uma comparticipação a 100 por cento do Serviço Nacional de Saúde.

A esquizofrenia é uma doença crónica com uma evolução favorável apenas em cerca de 20 por cento dos doentes, sendo raros os casos de recuperação completa.

As conclusões deste estudo vão serão apresentadas quinta-feira no Congresso Nacional de Psiquiatria que decorrerá em Vilamoura.

A partir das 10h15 na manhã informativa da Antena 1 a jornalista Beatriz Lopes entrevista Joaquina Castelão, presidente da Familiar Mente - Federação das Associações de Famílias de Pessoas com Doença Mental.
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