Marcelo canta os parabéns à Abraço e saúda "revolução" no tratamento do VIH/sida

por Lusa

O Presidente da República cantou hoje os parabéns à associação Abraço, criada há 25 anos para apoiar pessoas infetadas com VIH/sida, e saudou os progressos no diagnóstico e tratamento desta doença, considerando que houve "uma revolução".

"É uma revolução, se pensarmos na situação vivida no nosso país - como noutros - no início dos anos 80, e ao longo dos anos 80, e mesmo no início dos anos 90", declarou Marcelo Rebelo de Sousa, durante uma visita à sede da Abraço, em Lisboa.

Segundo o chefe de Estado, houve "uma revolução em termos culturais, de mentalidade, sociais e, portanto, também psicológicos, mas uma revolução também em termos clínicos".

"Podemos olhar para aquilo que é Portugal hoje, e o que era, para o papel da Abraço, para a mobilização de muita gente, de todas as idades, e para o resultado obtido, e encontrar especialistas internacionais a dizerem que Portugal é um caso em que é possível reduzir a incidência desta doença crónica de forma drástica", referiu.

No seu entender, agora há que "aprender a lidar com uma doença crónica, em que as pessoas vão tendo a sua vida, vai aumentando a longevidade, mas surgem naturalmente os problemas que são efeitos colaterais do tratamento que as acompanha".

Marcelo Rebelo de Sousa visitou as instalações da Abraço durante cerca de uma hora, acompanhado pelo seu atual presidente, Gonçalo Lobo, e pela sua antecessora e sócia número um desta associação, Margarida Martins, e no final cantou-lhe os parabéns pelos 25 anos, completados no dia 05 deste mês.

"Está de parabéns a família Abraço. 25 anos é uma data notável num país que não é muito dado a tradições associativas. Somos muito individualistas, sobretudo quando surge um problema novo, que choca, como foi o caso, a sociedade portuguesa, como outras sociedades", considerou.

O Presidente da República enalteceu o papel que a Abraço desempenhou desde 1992, quando abriu portas, no Bairro Alto, num contexto com "reações de negação da realidade" em relação a esta doença.

"Houve quem tivesse assumido um militantismo nesta causa e tivesse pensado no serviço da comunidade, serviço concreto, de pessoas concretas, de carne e osso", elogiou.

Em seguida, defendeu que "é preciso saudar o passado, agradecer à Abraço, justificadamente celebrar a evolução entretanto verificada, mas ao mesmo tempo continuar a fazer um apelo, que é um apelo cívico: diagnóstico precoce e, ao mesmo tempo, capacidade de lidar todos os dias com esta nova doença crónica".

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