"Selo Saudável" candidato aos Food & Nutrition Awards 2017

por RTP
As entidades que aderirem ao "Selo Saudável" ficam associadas ao uso de boas práticas nutricionais, permitindo aos clientes saber que aquele local pratica escolhas alimentares saudáveis. Charles Platiau - Reuters

“Selo Saudável” é um projeto-piloto que pretende incentivar as instituições, através de uma distinção pública, a implementar um conjunto de normas que visam uma alimentação mais saudável. O projeto é finalista dos Food & Nutrition Awards 2017, na categoria de educação alimentar.

O projeto, defensor da dieta mediterrânica e da adoção de um "plano alimentar rico em alimentos, receitas e técnicas de confeção", guia pessoas para um estilo de vida mais saudável e é uma colaboração entre a Câmara de Lisboa e a Direção-Geral da Saúde.

"Selo Saudável" pretende incentivar, através de uma distinção pública, as entidades sem fins lucrativos com intervenção na cidade de Lisboa. Assim, as Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS), associações e cooperativas com atividade em Lisboa podem aderir ao projeto, inscrevendo-se através de um formulário próprio.

As entidades que aderirem ao "Selo Saudável" ficam associadas ao uso de boas práticas nutricionais, permitindo aos clientes saber que aquele local pratica escolhas alimentares saudáveis. Desta forma, a ideia de que fora de casa a alimentação ingerida não é maioritariamente adequada poderá vir a ser reduzida, explica a Câmara Municipal de Lisboa (CML).

O "Selo Saudável", finalista nos Food & Nutrition awards 2017, criou um manual que apresenta a elaboração de ementas saudáveis com base na dieta mediterrânica, desde o planeamento de compra de ingredientes até à produção de refeições. Fizeram parte da elaboração do manual vários profissionais da área de saúde, a Câmara Municipal de Lisboa e a Faculdade de Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto.
Food & Nutrition Awards 2017
Os Food & Nutrition Awards 2017 são um agente mobilizador para a inovação no setor agroalimentar, sendo um "motor para o empreendedorismo, valorização da produção nacional e promoção de estilos de vida e hábitos alimentares saudáveis", conforme indica a página da organização.

Deste modo, distingue anualmente uma inovação na indústria alimentar, tendo em conta a relevância na área das ciências da nutrição e alimentação e o impacto no setor de saúde. Pretende reconhecer e premiar boas práticas e dar visibilidade a projetos, através de um símbolo alusivo ao prémio obtido.
Obesidade: um problema que cresce em Portugal
O manual "Selo Saudável" faz referência ao problema da obesidade, que tem uma "prevalência tão elevada que levou a Organização Mundial de Saúde (OMS) a considerá-la como um dos maiores desafios de saúde pública deste século".

Segundo a OMS, a obesidade é transversal a homens e mulheres, e tem prevalência nos países desenvolvidos. No que diz respeito a Portugal, tem havido uma taxa de crescimento anual, com mortalidade associada, daí a necessidade de atuar para inverter a situação.

O excesso de peso, que inclui a pré-obesidade e a obesidade, é dos principais problemas de saúde pública em Portugal que, segundo a DGS, afeta mais de 50 por cento da população adulta, tendo implicações no aparecimento de "patologias como a diabetes, as doenças cérebro-cardiovasculares, a patologia osteoarticular e a generalidade dos cancros".

A DGS acrescenta que estas doenças representam a principal despesa em saúde do estado português e o principal encargo do Serviço Nacional de Saúde.

O projeto refere que os motivos financeiros e a falta de informação são as principais dificuldades que as famílias portuguesas enfrentam no combate à obesidade, mas que há um aumento gradual de consciência para realizar uma alimentação equilibrada.

Dada a crescente preocupação, o combate à obesidade foi estabelecido como prioritário no Plano Nacional de Saúde. Pretende-se que a população conheça os alimentos, permitindo fazer escolhas mais corretas e saudáveis na hora das compras, bem como saber confecionar e armazenar alimentos saudáveis.

"Assim, a este nível, será importante e de forma recorrente, tentar consensualizar sobre as melhores estratégias terapêuticas nutricionais à luz da mais recente evidência científica", afirmou o diretor do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável Pedro Graça, no Dia Mundial do Combate à Obesidade, na quarta-feira passada.

Para a implementação do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS) devem ser estabelecidas parcerias para informar e capacitar os cidadãos, de forma a alterar os comportamentos alimentares e de consumo.

O manual, além de apresentar o cenário de obesidade em Portugal, apresenta um abordagem do Serviço nacional de Saúde para o tratamento do excesso de peso.
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