Universidade da Beira Interior identifica benefícios da cereja na terapia do cancro da próstata

por Lusa

Uma investigação desenvolvida na Universidade da Beira Interior (UBI) identificou novos benefícios da cereja ao nível da terapia do cancro da próstata, anunciou hoje aquela instituição de ensino superior, sediada na Covilhã, distrito de Castelo Branco.

Em nota de imprensa enviada à agência Lusa, a UBI refere que os resultados da investigação foram recentemente publicados na revista científica Nutrition and Cancer e que mostraram que extratos de cereja têm capacidade de alterar o comportamento das células tumorais, com efeitos positivos no controlo da sua sobrevivência e metabolismo.

"Diferentes modelos celulares de cancro da próstata humano foram expostos a diferentes concentrações de extratos de cereja, tendo-se verificado que apresentaram diminuição da taxa de crescimento e aumento da morte celular por apoptose, ao mesmo tempo que a sua capacidade de utilização de glicose estava suprimida. Demonstrou-se assim uma alargada ação das cerejas sobre aquilo que são considerados os "marcos" (do inglês "hallmarks") das células tumorais, ou seja, a sua exacerbada capacidade de crescimento, a resistência à morte celular e a preferência de utilização do metabolismo da glicose como fonte de energia".

Segundo a nota, a investigação foi realizada em modelos celulares in vitro e utilizou extratos de cereja obtidos a partir da variedade "Saco", tendo sido desenvolvida no seguimento de outros trabalhos levados a efeito na UBI.

"Este é o primeiro estudo a mostrar um tão amplo espetro da ação das cerejas sobre células tumorais, o que, no caso do cancro da próstata, pode ser benéfico na prevenção e como eventual coadjuvante para controlar a progressão da doença".

A investigação deverá agora continuar para que se estabeleça "em definitivo uma relação causa-efeito entre consumo de cerejas e prevenção do cancro, mas os vastos benefícios e as excelentes propriedades deste fruto são inquestionáveis", acrescenta a informação.

Liderado pelas investigadoras Ana Paula Duarte e Sílvia Socorro, o estudo foi levado a cabo no Centro Investigação de Ciências da Saúde da UBI e contou com o apoio da Câmara do Fundão, cujo concelho é considerado um dos maiores produtores de cereja a nível nacional.

Este incentivo permitiu a aquisição de reagentes de laboratórios e a contratação de uma bolseira, tal como consta na informação.

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